Romanos 11 "O plano de Deus para o seu povo"

 


Romanos 11



Texto Básico: Romanos 11

Texto Devocional: Romanos 11.4. Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil varões, que não dobraram os joelhos diante de Baal.


Introdução: Esse capítulo discute o futuro de Israel e responde à pergunta: “Deus pôs seu povo de lado em caráter permanente, ou há esperança para Israel?”. Paulo responde que Israel tem um futuro e apresenta diversas provas disso.


I. A prova pessoal (11:1) Paulo afirma: “Eu também sou israelita [minha conversão prova que Deus não desistiu de Israel]”. Em 1 Timóteo 1:16, ele afirma que sua conversão (contada três vezes em Atos) deve ser um padrão para os outros crentes judeus. 1 Tm 1.16. Mas, por isso, alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna.


Com certeza, ela não é um padrão de conversão para o gentio hoje, pois nenhum pecador perdido pode ver o Cristo glorificado, ouvir a voz dele e ficar cego por três dias! Isso não significa que Jesus não possa fazer novamente, mas não obedecendo um padrão. Todavia, a experiência dele é um retrato de como o povo de Israel se converterá na vinda de Cristo em glória.


Eles, como Paulo, estarão em rebeldia e em descrença. Eles verão Aquele a quem traspassaram (Zc 12:10 e Ap 1:7) e se arrependerão, e serão salvos. Em 1 Coríntios 15:8, Paulo diz que “nasceu fora de tempo”, isto é, ele, como judeu, viu Cristo e foi salvo muito antes de seu povo ter a mesma experiência.


II. A prova histórica (11:2-10) Paulo volta até 1 Reis a fim de mostrar que Deus, mesmo nos períodos de maior descrença, sempre teve um remanescente fiel.


Na verdade, ao ler a história do Antigo Testamento, não podemos deixar de ficar impressionados com o fato de que Deus sempre usou e abençoou esse remanescente. Como exemplo disso, veja Isaías 1:9. Se o Senhor dos Exércitos nos não deixara algum remanescente, já como Sodoma seríamos e semelhantes a Gomorra.


O versículo 9 de Isaías é parte do texto sobre o tema de “estupides moral” quando Isaías visualiza o castigo pelo pecado que finalmente virá sobre Judá

Então ele diz: A vossa terra está assolada (7) por causa das invasões estrangeiras, as cidades, abrasadas pelo fogo e os campos devorados diante deles. A cidade permanente seria reduzida a uma habitação temporária, como uma cabana na vinha (8) ou uma choupana numa plantação de pepinos.


Exceto pelo fato de que o Deus das hostes angelicais manteve vivos alguns sobreviventes (9), destruição completa seria o destino deles, como ocorreu com Sodoma e Gomorra. De maneira significativa, esse pequeno remanescente constitui a grandiosa minoria de Deus e toma-se a semente de um novo começo.


Um ensino básico da Palavra é que o Senhor tem de pegar o remanescente e começar de novo, porque a maioria fracassa em ter fé e não pode ser reformada.


O versículo 5 afirma que o Senhor tem um remanescente segundo a graça, isto é, no corpo, o qual é a igreja. Há judeus no corpo, embora não muitos, visto que, é claro, todos os privilégios e todas as distinções nacionais foram removidos em Cristo. Imagine quanto mais o Senhor fará na era vindoura quando Israel voltar à cena, já que salva judeus mesmo durante esta era da igreja em que a nação está cega. A história testemunha que Deus nunca abandonou seu povo.


Lembremo-nos de que Deus não lida com a nação de Israel como tal nesta era da igreja. Efésios 2:14-17 e Gálatas 3:28 afirmam que somos um em Cristo. Ne nhum grupo judeu pode afirmar ser o remanescente eleito de Deus. Os versículos 8-10 mostram que Isaías 29:10 e Deuteronômio 29:4 profetizaram essa “cegueira” de Israel como nação. (Compare com Mateus 13:14-15 e com Isaías 6:9-10.)


Nos versículos 9-10, ele refere-se a (Salmos 69:22 Torne-se a sua mesa diante dele em laço e, para sua inteira recompensa, em ruína), em que o Senhor prometeu transformar as bênçãos de Israel em maldição, porque esse povo recusou sua Palavra.


III. A prova dispensacional (11:11-24) Nesses versículos, Paulo discute judeus e gentios, não pecadores, ou santos individuais. Nessa seção, ele prova que Deus tinha um propósito dispensacional por trás da queda de Israel, a saber, a salvação dos gentios.


O Senhor, com a queda de Israel, pôde incluir todos os povos na desobediência e, assim, ter misericórdia de todos! Os gentios não precisam se tornar judeus para se tornarem cristãos. Paulo comenta que, se a queda de Israel já trouxe tantas bênçãos para o mundo, haverá bênçãos muito maiores quando essa nação for restaurada (v. 15 Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos?).


Em outras palavras, Paulo tinha certeza de que havia um futuro para Israel como nação. O ensino de que a igreja de hoje é o Israel de Deus e a promessa do reino do Antigo Testamento em “sentido espiritual” não é bíblico. Paulo aguarda o dia em que Israel, como nação, será recebido na plenitude das bênçãos.


Devemos examinar com atenção a parábola da oliveira. Paulo fala da posição dos judeus e dos gentios, como povo, no projeto de Deus, e não da salvação individual de cristãos. Israel é a oliveira que não frutificou para o Senhor. Por isso, o Senhor cortou alguns ramos e enxertou-os na árvore dos gentios, a “oliveira brava”.


A prática de enxertar um ramo bom em um tronco mais fraco é “contra a natureza” (v. 24), todavia o Senhor enxertou os fracos gentios no tronco bom dos privilégios religiosos de Israel! Esse ato mostra a bondade de Deus em salvar os gentios e sua severidade em cortar Israel, a nação rebelde.


Mas o Senhor pode cortar também os gentios se ousarem se vangloriar, porque, agora, ocupam o lugar de privilégio espiritual de Israel! O que, no fim desta era, ele fará quando as nações gentias se juntarem em uma coalizão mundial que rejeitará a Palavra e o Filho de Deus.


A seguir, ele chamará a igreja verdadeira, julgará as nações gentias, purgará Israel e estabelecerá seu reino prometido para Israel. Quero lembrá-lo, mais uma vez, que o tema do capítulo 11 é nacional, não individual.


Deus nunca “cortará” os verdadeiros cristãos da salvação, pois não há separação entre Cristo e seu povo (Rm 8:35-39). Hoje, a igreja é constituída principalmente de gentios, e nós, os gentios, nos beneficiamos da herança espiritual de Israel (a rica seiva da oliveira). No sentido espiritual, somos filhos de Abraão, o “pai” de todos os crentes (Gl 3:26-29).


IV. A prova escriturística (11:25-36) Nesses três capítulos, Paulo usou bastante o Antigo Testamento; no entanto, nessa seção, ele volta-se para Isaías 59:20-21 e 27:9, e também para Salmos 14:7, a fim de salientar a promessa do Antigo Testamento da vinda do Libertador que purificará e purgará Israel.


Ele reafirma o mistério da “cegueira” de Israel, cuja verdade é revelada em sua plenitude no Novo Testamento, apesar de ter permanecido escondida em eras passadas. No versículo 25, “a plenitude dos gentios” refere-se ao número de gentios que serão salvos nessa era da igreja.


O corpo de Cristo será arrebatado ao ar quando estiver completo, e, aqui na terra, terá início o período de sete anos da tribulação, o “tempo de angústia para Jacó” (Jr 30:7).


No final desse período, o Libertador virá, e o remanescente crente entrará em seu reino. “Todo o Israel” quer dizer que, nesse dia, a nação será salva, não cada judeu, e será uma nação redimida e regenerada.


O versículo 27 cita a promessa de Deus da aliança (Jr 31:3T -34). Essa “nova aliança” se aplicará a Israel, quando a nação crer em Cristo como seu Redentor e se afastar de seus pecados. Deus ainda vê os judeus como seus amados, apesar de hoje eles parecerem inimigos da vontade dele, por causa da aliança que ele fez com os pais da nação.


Os homens podem mudar, mas Deus não muda nem cancela suas promessas (v. 29). No parágrafo final, Paulo explica que, agora, os gentios são salvos pela fé, embora tenham, um dia, rejeitado Deus (Rm 1:18); portanto, hoje, os judeus estão em descrença, mas, um dia, receberão misericórdia.


O Senhor encerrou os judeus e os gentios na desobediência e no pecado a fim de poder salvá-los pela graça (v. 32). Não é de admirar que Paulo entoe um hino de louvor ao Senhor depois de rever a graça e a sabedoria do plano de Deus para os judeus e os gentios (vv. 33-36)!

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