Pessoa
e obra de cristo.
Texto
Básico:
Filipenses2:5-11.
Texto
Devocional: João
1:1-14.
Versículo
– Chave: João
17.5. e,
agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive
junto de ti, antes que houvesse mundo.
Introdução:
Ao estudarmos os três estados de Jesus Cristo, precisamos esclarecer
algo. A palavra estado vem da raiz do verbo “estar”. Assim, o
estado é o “modo de estar”, “posição” ou “condição”.
Por exemplo, alguém que está hospitalizado se encontra no estado
de paciente; uma pessoa perante um tribunal está na condição de
réu. Entretanto, os estados
de Cristo se referem
não a uma condição em que Ele Se encontra em determinado momento,
mas a uma tríplice e completa visão da sua Pessoa e obra. Porque,
na verdade, mesmo Ele vivendo no estado de humilhação, jamais
deixou de ser eterno.
Estado fenômeno não é fácil de exemplificar
porque Jesus Cristo é único. Daí o Apocalipse apresentá-lo como
(João,
às sete igrejas que se encontram na Ásia, graça e paz a vós
outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte
dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono Ap
1.4).
A
figura a seguir procura ilustrar os três estados de Jesus Cristo
(Preexistente,
Humilhado
e Exaltado).
A
linha que tem duas setas simboliza a “linha da eternidade de Jesus
Cristo”, sem começo ou fim. A linha pontilhada significa o
“intervalo” que Ele viveu nesta eternidade, que é o Seu estado
da humilhação, ou seja, Seu mistério terreno. Observe que após
cumprir Seu ministério, Ele é elevado às alturas e entra novamente
na linha da eternidade, embora jamais tenha saído dela.
I
– O
CRISTO PREEXISTENTE.
João
8.58.
Respondeu-lhes Jesus: Em
verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, Eu Sou.
Este
é o estado de ser Eternamente
divino. Nunca
houve um tempo ou uma época que Jesus Cristo não existia. Ele é
Deus, e como Deus é eterno; Cristo sempre existiu e existirá pelos
séculos dos séculos. (Ap
1.18.e
aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos
dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno.)
-
Confirmação bíblica
A
doutrina bíblica da preexistência de Cristo se confirma
principalmente nos seguintes textos.
-
Antigo Testamento.
-
A expressão “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” em Gênesis 1:26, revela a preexistência de Cristo. O verbo “façamos” e o possessivo “nossa” indicam pluralidade na criação.
-
Em Isaías 9.6.o “menino” é também chamado de “Pai da Eternidade”. A expressão significa “aquele que possui a eternidade”.
-
Miquéias 5.2. Declara que Aquele que nasceria em Belém e que havia de reinar em Israel tinha Suas origens “desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”.
-
Novo Testamento.
-
O evangelho de João fornece importantes declarações sobre a preexistência de Cristo. A principal delas está em João 1:1-2.No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2Ele estava no princípio com Deus. Que será analisada posteriormente; seguida de João 8.58 e depois João 17.5, 24, nas quais ocorre a preposição “antes”.
-
Em Colossenses 1:17. Ele é antes de todas as coisas. Paulo atesta que Cristo é “antes de todas as coisas”. A preposição “antes” indica tanto o aspecto temporal quanto a preeminência de Cristo, isto é, a Sua preexistência Lhe concede poder, autoridade e prioridade. Ele é Senhor de toda a Criação. Cl 1:17b. “Nele, tudo subsiste” Ele não apenas criou, mas também sustenta todas as coisas. (Hb 1.3.Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas)
-
Hebreus 7.3. não afirma diretamente que Melquisedeque foi uma cristofania (Manifestação de Cristo), mas afirma que ele foi “feito semelhante ao Filho de Deus”. Todavia, o que nos interessa é que o texto declara que ele “não teve princípio de dias”. Só pode estar falando do Cristo preexistente.
-
Finalmente chegamos em Apocalipse. Já mencionamos na introdução desta lição uma passagem (Ap 1.4,8.). Agora vamos apenas destacar Ap 22:13, onde o próprio Jesus diz ao apóstolo João: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim”. Observe estes três palavras – “Alfa, primeiro e Princípio”. Sabe o que Jesus está dizendo? Eu Sou Preexistente, Eu Existo antes de todas as coisas. Eu comecei tudo e, por isso, vou terminar tudo: porque também Sou Ômega, último e Fim. Amém.
-
A importância da doutrina.
Encontramos
aqui o maior contraste entre a criatura e o Criador. O Criador é
eterno, existindo antes do nascimento de qualquer indivíduo. Crer na
preexistência de Cristo é essencial a qualquer cristão, porque nos
ensina que Jesus Cristo não pertence à ordem criada. Pelo
contrário, Ele é o Criador. O apóstolo João afirma: Jo
1.3.“Todas
as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que
foi feito se fez”.
-
Análise de texto
Dentre
os textos bíblicos citados anteriormente, iremos analisar mais
detalhadamente um deles – João
1.1.No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus.
A palavra grega para “verbo” é “logos”. Mas que é logos?
No
ano 560 a.C., viveu um filósofo grego chamado Heráclito. Se você
perguntasse a ele o seu conceito de mundo, ele responderia com uma só
palavra: Fluxo.
Como assim? Ele afirmaria que tudo está num estado de mudança, nada
existe de estático no mundo. Ai você faria outra pergunta: “Mas
se tudo está em mudança, então por que o mundo não é totalmente
um caos, uma bagunça?”
Heráclito responderia a você: “É
que todas as coisas acontecem de acordo com o logos”.
“Que é logos?” Ele diria: “No mundo, há um raciocínio, uma
mente operante; essa mente é a mente de Deus, o logos
de Deus; e é esse logos
que faz do mundo um cosmos ordenado e não um caos.”
O
que Heráclito chamava de “mente de Deus”, o apóstolo João,
inspirado pelo Espírito Santo, afirmou que é o próprio Jesus
Cristo. Todavia, preste bastante atenção à diferença: João não
disse que Jesus é a mente de Deus; afirmou que o verbo (Logos)
é Deus.
Pois
quando declara em João 1.1 “e
o verbo era Deus”,
está dizendo que Cristo existe desde quando Deus existe. O tempo do
verbo “era” no grego é o imperfeito que denota uma ação
contínua no passado; em português é o pretérito imperfeito, que
expressa um fato passado não concluído. O que tudo isso quer dizer?
Que o texto está afirmando o que Jesus Cristo um dia foi e hoje não
é mais; contudo, o que Ele sempre foi e continua sendo, isto é,
Deus.
Os
estudiosos do Novo Testamento dizem que provavelmente João estava
refutando (combatendo) uma ideia errônea do seu tempo, segundo a
qual Jesus é uma emanação de Deus, distinta, uma heresia. Jesus
Cristo não é um “ser” criado por Deus. Ele mesmo disse: “Eu
e o Pai somos um”
(Jo 10.30).
Importante.
Há muitas religiões que mencionam a pessoa de Jesus Cristo, citam
textos de Cristo, afirmam que o que Ele ensinou é verdadeiro, mas
colocam-no simplesmente como o fundador de uma grande religião. Não
é o que a Bíblia declara. Prove os espíritos, prove os pregadores,
prove os profetas. Ao ouvir ou ler suas mensagens, pergunte: O que
ele está falando sobre Jesus Cristo? É o mesmo de João 1.1?
Plínio,
o governador romano de Ásia Menor, no início do segundo século,
escreveu ao imperador Trajano, dizendo que os cristãos “tinham
o hábito de reunir-se num certo dia antes do sol nascer, e cantar
estrofes alternadas de um hino a Cristo, como se este fora um Deus”.
E de fato era Eternamente foi e será.
Como
a Pessoa de Jesus Cristo é central nas Escrituras, era de se esperar
que também seria alvo de muitos ataques e contradições, como o
próprio Simeão predisse à Maria (Lc 2.34.Simeão
os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este menino
está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em
Israel e para ser alvo de contradição).
Se você não crer na eterna divindade de Jesus, toda a sua fé
estará comprometida e não poderá pregar o que Paulo chama de “sã
doutrina”
II
– O CRISTO HUMILHADO.
Filipenses
2.7-8. Antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo,
tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura
humana, 8 a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte
e morte de cruz.
O
segundo estado de Jesus Cristo é a Humilhação.
Refere-se
ao estado terrenal de existência temporal humana.
2
Co 8.9.
Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo
rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos
tornásseis ricos.
Gl
4.4-5.
Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido
de mulher, nascido sob a lei, 5para resgatar os que estavam sob a
lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.
Hb
2.9.
Vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que
os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de
glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte
por todo homem.
É
o período da encarnação, do ministério terreno de Cristo indo até
a cruz. Entretanto, como muitas lições vão tratar diretamente
sobre este período da vida de Cristo, aqui queremos simplesmente
olhar para Filipenses
2.7-8
e perguntar: Do que Cristo Se esvaziou e Se humilhou? Alguns pensam
que foi de atributos divinos. Acreditamos que, dentre outras coisas,
o auto-esvaziamento e auto-humilhação de Cristo têm estes
aspectos:
-
Ele renunciou à Sua relação no que se refere à lei divina.
Enquanto
permanecia no céu, nenhuma carga de culpa pesava sobre Ele. Mas em
Sua encarnação, tomou sobre Si essa carga e começou a carregá-la
para fora do mundo (Jo
1.29. 29No
dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!)
(2 Co 5.21. Aquele
que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele,
fôssemos feitos justiça de Deus).
-
Ele renunciou às riquezas
Jesus
estava sempre pedindo algo emprestado: um lugar onde pudesse nascer,
uma casa onde pudesse pernoitar, um barco de onde pudesse pregar, um
animal em que pudesse cavalgar, uma sala onde pudesse instruir a Ceia
do Senhor e, finalmente, um túmulo onde pudesse ser sepultado (2
Co 8.9pois
conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se
fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos
tornásseis ricos.)
-
Ele renunciou à sua glória celestial
Jo
17.5. e,
agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive
junto de ti, antes que houvesse mundo.
Is
53.3.
Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e
que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o
rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.
-
Ele renunciou ao livre exercício de sua autoridade.
Hb
5.8. “Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que
sofreu”. Ele mesmo disse: “...não procuro a minha própria
vontade, e sim a daquele que me enviou” (Jo
5.30)
Jo
5.19.Então,
lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada
pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai;
porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz.
Jo
14.24.Quem
não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais
ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.
Cristo
renunciou a Seu ambiente de glória. Ele despojou-Se de Seu poder e
majestade divinos ao seres humanos. Ao dizer que “pois
ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser
igual a Deus”;
(Fp 2.6), o autor estava simplesmente afirmando que Jesus Cristo não
julgou Sua igualdade a Deus algo de que não pudesse abrir mão.
III
– O CRISTO EXALTADO
Fp
2.9-11.
Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que
está acima de todo nome, 10 para que ao nome de Jesus se dobre todo
joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, 11 e toda língua
confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.
O
terceiro estado de Jesus Cristo é a Exaltação.
Também
chamado de glorificação, refere-se ao estado celestial de exaltação
e glória.
Mt
19.28.
Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo que vós, os que me
seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no
trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para
julgar as doze tribos de Israel.
Lc
24.26.
Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua
glória?
João
7.39.
Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que
nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado,
porque Jesus não havia sido ainda glorificado.
At
2.33.
Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa
do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis.
At
5.31.
Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a
fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados.
Rm
8.17. Ora,
se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e
co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos
glorificados.
Ef
1.20. O
qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e
fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais.
Hb
1.13.
Ora, a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te à minha direita, até
que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés?
Todos
estes textos (e há outros mais) ressaltam a ressurreição, a
ascensão e a posição de Cristo à direita de Deus, eventos que
caracterizam a Exaltação de Cristo Jesus.
CONCLUSÃO
O
grande valor do estudo dos estados de Jesus Cristo está em abrir
nossa visão quanto à Sua Pessoa e obra. Nos Evangelhos é comum o
Senhor tratar com o passado, o presente e o futuro como se para Ele
fossem a mesma coisas. Muitos vezes as pessoas não entendiam o que
Jesus dizia porque O viam simplesmente assim: “Não
é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas
e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E
escandalizavam-se nele”.
(Mc 6.3.).
Hoje,
os olham apenas para o Jesus terreno jamais entenderão Seu ensino.
Dê graças a Deus porque você compreende os três estados de Jesus
Cristo. Nossa visão é ampliada quando olhamos para o Cristo em três
tempos.
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