Texto
Básico: Lucas 2.41-52
Texto
Devocional: Lucas 2.51-52. “E desceu com eles para
Nazaré; e era-lhes submisso. Sua mãe, porém, guardava todas estas coisas no
coração.
52 E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e
dos homens.”
Introdução:
Místicos, céticos, críticos e religiosos em todo o mundo tem especulado sobre
os anos obscuros da vida de Jesus. Perguntam eles: “Onde esteve Jesus
dos 12 aos 30 anos de idade?
E
diante desta indagação, não são poucos os cristãos que se acham embaraçados por
conta de verem nesta pergunta, as vezes inocente mas, na maioria das vezes,
carregada de maldade, uma “dificuldade insuperável”. Muito se tem escrito sobre
esse período misterioso da vida de Jesus, sem, contudo, satisfazer a
expectativa do leitor mais sutil.
Com
relação a esses 18 anos da vida de Jesus - mais da metade
da sua vida terrena - nada citam os evangelhos. Lucas resume esse longo
período nas poucas palavras: “Subiu com seus pais a
Nazaré e lhes estava sujeito E crescia Jesus em sabedoria e em estatura, e em
graça para com Deus e os homens” - Lc 2.51,52.
Enquanto
os evangelistas deixaram de contar muita coisa da vida de Jesus, que
desejaríamos saber, os escritores apócrifos se esforçaram para encher as
supostas lacunas da vida de Jesus, imaginando histórias belas, vazias ou
repletas de imaginação fértil, que demonstravam quão pouco compreendiam os Evangelhos
originais, ou o caráter de Jesus.
Em
Primeiro Lugar: Eles afirmam que Jesus esteve
no Egito e índia, em busca de aperfeiçoamento.
Segundo
Huberto Rohden: “A opinião mais comum, porém, é
que o jovem tenha demandado terras longínquas, o Egito ou a índia,
a fim de ser iniciado pelos grandes mestres espirituais que ali viviam ou
haviam deixado escolas esotéricas. Outros se contentam com admitir uma estadia
entre os essênios, fraternidade ascético- mística de judeus, não longe do Mar
Morto.
O
estranho é, entretanto, que os conterrâneos de Jesus nada saibam dessa
suposta ausência dele. Quando aos 30 anos de idade aparece em público,
perguntam eles, cheios de supressa: “Donde lhe vem essa
sabedoria?” (...)
Mt
13. 54-57 E, chegando à sua
pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam e diziam:
Donde veio a este a sabedoria e estas maravilhas? 55 Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe
Maria, e seus irmãos, Tiago, e José, e Simão, e Judas? 56 E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe veio,
pois, tudo isso? 57 E escandalizavam-se
nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua
pátria e na sua casa.
Se
Jesus tivesse estado ausente tantos anos, não seria óbvio que seus conterrâneos
mencionassem o fato? E que procurassem relacionar a sua surpreendente sabedoria
espiritual com essa longa ausência e possível permanência em outras partes do
globo?
As
pessoas que estavam ouvindo Jesus, o conheciam como o filho mais velho
de Maria e José o carpinteiro. Era essa prerrogativa do filho
mais velho continuar o ofício do pai.
Não
se tem notícias da vida do pai adotivo de Jesus (José) acredito
que José não estava mais entre eles. “Não é este
o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe
Maria, e seus irmãos, Tiago, e José, e Simão, e Judas?” Carpinteiro de
profissão, José só é mencionado nas narrativas do nascimento de Jesus
e no início da infância, levando muitos a acreditar que ele morreu antes do
tempo do ministério público de Jesus.
Só
em Marcos, Jesus é identificado como carpinteiro. A palavra grega
também pode ser aplicada a pedreiro, ferreiro ou construtor
em geral. Mc 6.3. Não é este o
carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de
Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele.
Assim fica provado que Marcos fala no ofício de Jesus como o
filho primogênito que deveria sustentar a casa para que a sua mãe viúva e seus
irmão vivessem sem privações por conta da Lei da viúves. Uma vez que a
viúva não era permitida trabalhar.
Em
Segundo Lugar: Atentando para as parábolas de Jesus
e perguntando a nós mesmos como chegaram a ser o que são, e qual foi o processo
mental pelo qual Jesus as elaborou, torna-se claro logo que um bom
número delas são frutos da experiência da vida doméstica, e surge o pensamento;
“Porque teria ele procurado fora o que achava em casa?”
Por
outro lado, pergunta Huberto Rohden: “Que necessidade
tinha ele de se sentar aos pés dos mestres humanos, ele que já aos 12 anos
possuía uma sabedoria espiritual maior que os teólogos da sinagoga e do templo,
envelhecidos nos estudos das revelações de Deus?”.
Ele
mesmo, disse, em certa ocasião: “A Rainha do Sul se levantará no Dia do Juízo com esta geração e a condenará,
porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que
está aqui quem é mais do que Salomão.” (Mt 12.42)
E
quanto a Salomão, a Bíblia é categórica: “E era a sabedoria de Salomão maior que a sabedoria de todos
os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios. E era ele ainda mais
sábio do que todos os homens... E correu o seu nome por todas as nações em
redor”. (I Reis 4.30,31).
Diante
do exposto, seria insensato supor que aquele que é mais sábio que Salomão
tivesse algo que aprender com os mestres e gurus da Índia ou do Egito,
ou mesmo com os essênios. “Nem a sabedoria filosófica de Hermes Trismegistus,
do Egito, nem a espiritualidade mística dos vedas, ou da Bhagavad-Gita,
da Índia, influenciaram o espírito de Jesus; a sua grande
sabedoria divina lhe vinha da fonte suprema, do seu contato imediato com o Pai
das Luzes.
Paulo
fala da sabedoria do homem inconfesso: 1 Co 1.20 Onde
está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não
tornou Deus louca a sabedoria do mundo?
Ele
descreve a sabedoria de Cristo: 1 Co 1.21,23-24
isto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu
por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da
pregação. 23 mas nós pregamos a Cristo
crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; 24
mas para os que foram chamados, tanto judeus como
gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.
Mais
tarde, durante a sua vida ministerial, como referem os evangelhos repetidas
vezes, Jesus se retirava para o cume dos montes ou para a solidão do
ermo, a fim de estar a sós com o Pai dos céus, por vezes noites
inteiras.
“Não
terá o jovem feito o mesmo em Nazaré? Não terá ele, após os labores
diários na pequena carpintaria, demandado a convidativa solidão dos momentos de
oração em busca do “Pai dos Céus ou do reino de Deus”, que forma o
centro dos seus ensinamentos?”
Jesus
revela a origem de sua sabedoria: João 14.10-12
Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim?
As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece
em mim, faz as suas obras. 11 Crede-me
que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras.
12 Em verdade, em verdade vos digo que aquele
que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque
eu vou para junto do Pai.
A
prova que Jesus como o verbo de Deus, pois Jesus como
autor das Escrituras. Jo 7.14-15 Corria já em meio a festa, e Jesus subiu ao templo e ensinava.
15 Então, os judeus se maravilhavam e diziam:
Como sabe este letras, sem ter estudado? Quando a afirmação no versículo
15b “...Como sabe este letras, sem ter estudado?”
É porque Jesus não fazia parte do colegiado do Fariseus e Sacerdotes
e Mestres da Lei que precisava se esmerar nas Escrituras.
Isto
posto, é razoável concluirmos que Jesus adolesceu (cresceu) no
meio da sua família, em Nazaré, onde também passou toda a sua mocidade
até a idade de 30 anos (Lc 4.16 Indo para
Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu
costume, e levantou-se para ler). Há certas alusões nos evangelhos que
nos fornecem um pouco dos detalhes da sua vida em Nazaré.
Certa
vez, quando de sua aparição em público, o povo de Nazaré indagou: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria e Irmão de Tiago, e
de José, e de Judas e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs” (Mc
6.3). Ora, sendo ele conhecido pelos nazarenos pela sua profissão, com
razão indagamos: “De onde lhe veio esta fama de carpinteiro? Há somente uma
resposta plausível e satisfatória: do aprendizado na oficina de carpintaria, de
seu pai, na cidade de Nazaré”.
Com
o desaparecimento do ancião José, da narrativa do Evangelho, seu
legítimo sucessor, esmerado na arte da carpintaria, como ficou patente na
declaração dos nazarenos, o substituiu. Portanto,
“Jesus
é filho mais velho, criado para ser carpinteiro e carpinteiro foi, sem dúvida,
em Nazaré, até cerca de 30 anos de idade” (Lc 4.16)
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