Deus se arrepende?

 


 

Texto Básico: Gênesis 6.1-6.

Texto Devocional: Gn 6.6. então, se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração.

 

Introdução: De acordo com as passagens de Números 23.19 e Tiago 1.17, Deus não se arrepende. Mas Gn 6.6 afirmar categoricamente: “e arrependeu-se o Senhor por haver feito o homem”.

 

Os inimigos da verdade veem nestas passagens uma contradição gritante e impossível de ser solucionada. Dizem eles: “Como pode um Deus, segundo a Bíblia, onisciente e imutável, arrepender-se por um ato por ele praticado?

 

Ora, os que isso dizem, ignoram a interpretação gramatical, da Bíblia, segundo a qual as palavras devem ser tomadas em seu sentido usual e comum.

 

Em primeiro Lugar: Partindo desta premissa não haverá nenhuma dificuldade em harmonizar a aparente discrepância se o leitor considerar que na passagem de (Gn 6.6) há um caso de antropopatismo (do gr. Antropos = “homem”, e pathos = “sentimento, paixão, emoção”, + sufixo-ismo), muito comum nas escrituras, segundo o qual são atribuídas a Deus as emoções humanas.

 

Tentar interpretar a passagem mencionada no sentido literal implica em admitir que Deus se arrepende, tal como acontece com os homens. Mas tal admissão, além de contrariar o ensino geral da Bíblia Sagrada, reduz o criador à semelhança da sua criatura.

 

Mas na verdade, Deus é onisciente, nada pode surpreendê-lo. A esse respeito, o Novo comentário da Bíblia afirma: “É impossível conceber o Deus onisciente a lamentar- se por algum falso movimento por ele feito”.

 

Os que insistem em atribuir tal sentimento a Deus, negam consciente ou inconscientemente a sua divindade. Qual, então, é o significado da expressão arrependeu-se o Senhor?

 

1) Significa que Deus já não se deleitava em ver no homem a sua imagem, visto que este tinha transgredido os seus mandamentos (Joseph Angus).

 

2) Significa que, por causa do trágico pecado da raça humana, Deus mudou a sua disposição para com as pessoas; sua atitude de misericórdia e longanimidade passou a atitude de Juízo” (BEP).

 

3) É simplesmente uma indicação em linguagem humana, de que a atitude de Deus para com o homem a pecar é necessariamente diferente da atitude de Deus para com o homem a obedecer (N.C.B).

 

4) Trata-se apenas de um modo antropopático de falar. Na realidade a mudança não é em Deus, mas no homem e nas relações do homem com Deus (Berkhof).

 

Um outro exemplo clássico do “arrependimento de Deus” está em Jn 3.10b “...e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez”. Neste caso, significa que são mudadas as operações divinas para com os pecadores, desde o momento em que estes se convertem”. “Viu Deus o que fizeram como se converteram do seu mal caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez” (Jn 3.10) (BEV)

 

Uma coisa à considera é que o próprio Jonas sabia que Deus voltaria atrás, ou seja mudaria seu juízo pelo fato de Nínive se arrepender. Na verdade Jonas queria que Deus aplicasse a juízo sobre aquela cidade. Jn 4.1-3.

 

Em Segundo Lugar: No relato do profeta Jonas, estava condicional, caso o povo não voltasse a traz dos seus maus caminhos o senhor iria destruir tudo.

 

Isso acontece todas as vezes que alguém tem o contato com o Evangelho, onde o pecador precisa tomar uma decisão. Jo 3.16-18.

 

Diante do exposto aos seus ouvidos, pois mediante a boa nova ninguém poderá argumentar e assim ficam indesculpável diante do Senhor Dt 30.19. Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência,

 

Ele é Deus imutável.

 

Em Terceiro Lugar: Conhecendo o Deus imutável. Ml 3.6. Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.

 

A imutabilidade é o estado ou qualidade de existência que “não é capaz ou suscetível de mudança, seja para aumento ou para diminuição, pelo desenvolvimento ou por auto evolução; imutável, invariável, plenamente; como Deus é imutável”.

 

Em nenhuma esfera ou relacionamento Deus está sujeito a mudar. Ele não poderia ser menos do que é, e, visto cuja Ele enche todas as coisas, Ele não pode ser mais do que é. Ele não pode ser removido de nenhum espaço, nem pode o seu conhecimento ou santidade estar sujeito a mudança.

 

As Escrituras afirmam: Salmos 102.24-27 Dizia eu: Deus meu, não me leves no meio dos meus dias, tu, cujos anos alcançam todas as gerações. 25 Desde a antiguidade fundaste a terra; e os céus  são  obra das tuas mãos. 26 Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles, como  uma  veste, envelhecerão; como roupa os mudarás, e ficarão mudados. 27 Mas tu  és  o mesmo, e os teus anos nunca terão fim.

 

Uma prova entre tantas, é que Deus não muda Is 49.9-10. Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que eu  sou  Deus, e não    outro Deus, não    outro semelhante a mim; 10 que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade;

 

Não somente não há mudança no próprio Deus, mas, os princípios morais que Ele publicou permanecem.

 

Como explicar algumas decisões que o Senhor toma que muitos atribui mudança de atitudes de um Deus perfeito? Isso se dá não em relação ao Deus perfeito, mas em nós que somos imperfeitos.

 

Exemplo: Temos um caso que nos levar a entender melhor com relação ao caso do rei Ezequias. 2 Rs 20.1-7; Is 38.1-22.

 

a) Enfermidade mortal (38.1). Naqueles dias (cf. 36.1, com o cerco iminente da Assíria), Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal. O rei tinha cerca de 38 anos de idade quando Isaías foi enviado para lhe dizer: “Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás”.

 

É bem possível que essa seja um dos tipos de profecias condicionais que, dependendo da reação, não precisam ser cumpridas, como no caso da proclamação de Jonas à cidade de Nínive (Jn 3.4 E começou Jonas a entrar pela cidade caminho de um dia, e pregava, e dizia: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida).

 

Isaías deve ter sido consultado como profeta e médico nesse caso (cf. v. 21). Seu diagnóstico considerava o caso fatal. A preparação para a morte seria a coisa mais sábia a fazer. Ezequias naquela época não tinha filho; consequentemente, a dinastia de Davi, na qual se centralizavam as esperanças messiânicas, estava ameaçada.

 

Porém tudo mudou com a oração do rei Ezequias, pois Deus pode fazer mudanças, mas, Ele mesmo não muda permanece o mesmo. Assim, não se deve interpretar a imutabilidade de Deus como significado que suas ações não admitam mudança ou variação alguma.

 

Deus possui o atributo da imutabilidade, ou seja, ele é o mesmo ontem, hoje e o será para sempre. “Tg 1.17 Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação.”

 

Em sua perfeição: Deus é eternamente o mesmo. Ele não deixa de existir, nem pode ser mais prefeito, porque a sua perfeição é absoluta. Não pode ser menos prefeito porque ele é independente de todo o poder externo, e não há nenhum princípio eterno que possa decair.

 

 

 

Pr Elias Soares (Deus se arrepende?)

Pr Manuel Neto (Ele é Deus imutável)

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