Segundo
às Escrituras
Texto
Básico: 1 Coríntios 15.3-11.
Texto
Devocional: 1 Coríntios 15.3. Antes de tudo, vos
entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo
as Escrituras,
A morte de Cristo Jesus não foi um acidente de percurso, mas foi planejada pelo Pai desde a eternidade passada, como diz disse o apóstolo João em Ap 13.8. “... do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”.
Nós podemos ver ao longo da trajetória do povo de Deus quando o Senhor anuncia o que faria logo após a queda do homem no jardim do Éden, Ele providenciou tudo para que o homem pudesse ser alcançado pela sua graça, tirando assim qualquer mérito do homem de alcançar isso pela seus próprios esforços; uma vez que o homem estava separado do Senhor.
Obs.: Devido à queda do homem, ele não gozava de comunhão, sem essa intimidade com o Criador, era impossível aproximar-se do Senhor pelos meios de alguém condenado pelo pecado.
Em Gênesis, o Senhor faz promessa de um salvador, para que o homem pudesse gozar outra vez de comunhão com o Santo Deus.
Essa era a razão pelo qual Paulo cita no versículo 3. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras,
Quando Paulo escreveu “segundo as Escrituras” (1 Co 15.3), referia-se às Escrituras do Antiga Testamento. Grande parte do sistema sacrificial do Antiga Testamento apontava para Cristo como nosso substituto e Salvador.
Assim quando Paulo fala “...segundo as Escrituras...” Ele estava se referindo ao AT e aquelas passagens que os cristãos primitivos consideravam como profecias sobre a morte expiatória de Cristo. É possível que Paulo tivesse em mente passagens como Sl 22; Is 53; Dt 21.23 e Dn 9.26.
O próprio Senhor Jesus Cristo citou (Is 53.12 Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.) em ralação à sua morte, em Lc 22.37. Os “tipos simbólicos”, conforme eram vistos no sistema de sacrifícios da lei mosaica também podem estar aqui em vista.
Introdução: A morte de Cristo é tão abrangente que acho que só saberemos tudo sobre ela na eternidade. Vejamos o que as Escrituras nos dizem sobre ela.
Em Primeiro lugar: Foi voluntária – Por livre escolha e não por compulsão, (compulsão: Obrigar alguém a comparecer em juízo). Jesus se entregou de forma espontânea e vontade própria. Jo 10.17-18; Jo 2.19-22.
Jesus não foi um mártir, sua morte não foi uma fatalidade, foi por sua livre escolha. Ninguém podia matá-lo, Ele si deu mesmo a Deus por amor a nós. Assim Jesus vez um único sacrifício, para evitar a repetição
Hb 7.27. que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente, por seus próprios pecados e, depois, pelos do povo; porque isso fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo.
Hb 10.11-12. Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados; 12 Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus.
Em Segundo Lugar: Foi vicária – Uma substituição. Vicária é um apalavra que vem de vigário e significa um substituto, alguém que toma o lugar de outrem e age como se fosse ele. No Antigo Testamento vemos isto como sombra cuja realidade se encontra na morte de Cristo.
1. No Antigo Testamento. (A Sombra)
a. Deus fez vestes para cobrir a nudez de Adão e Eva. Gn 3.21. Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu. As vestes eram de pele de animal, concluímos que Deus imolou o animal inocente e com a pele vestiu os pecadores. Cristo morreu e com sua justiça cobriu nossa injustiça.
b. O Cordeiro pascoal. Êx 12.21-23. O cordeiro foi imolado para salvar os primogênitos de Israel. Paulo diz que Cristo nossa páscoa já foi sacrificado por nós. 1 Co 5.7. Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado.
c. O Cordeiro de Moriá. Gn 22.1-14. Deus pediu a Abraão que oferecesse seu filho a Deus em holocausto. Abraão preparou tudo para o sacrifício e na última hora Deus providenciou um cordeiro para substituir o filho de Abraão. Assim Deus mandou Jesus para nos substituir na cruz. Isaías 53.5. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
2. No Novo Testamento. (A Realidade).
a. Diz que Jesus morreu por nossos pecados. 1 Co 15.3.
b. Foi feito fiador por nós Hb 7.22.
c. Levou em seu corpo os nossos pecados. 1 Pe 2.24.
d. Morreu por nós Rm 5.8.
e. O justo morreu pelos injustos 1 Pe 3.18.
f. Como o bom pastor deu sua vida pelas ovelhas. Jo
10.11.
g. Jesus é o nosso substituto por excelência.
Em Terceiro Lugar: Expiação (Expiar é anular a culpa por meio de uma interposição meritória). O significado de interposição: intercessão, interferência, intermédio.
Expiação é uma palavra usada de modo geral e também particular. De modo geral refere-se à totalidade da salvação por Jesus. De modo particular refere-se à anulação da nossa culpa por meio de uma interposição meritória de Jesus Cristo.
No Antigo Testamento a expiação era tanto individual, como coletiva.
a. Individual. Lv 6.2-7.
b. Coletiva Lv 4.13-20. Isto indica que a expiação é suficiente para todos (coletiva), mas é eficiente somente para os que creem (individual).
O dia da expiação. Lv 23.26-32. Em hebraico é YOM KIPPUR, era o dia em que o sacerdote entrava no Santo dos Santos para fazer expiação pelos pecados do povo. Isso era feito uma vez por ano.
Durante o ritual o sacerdote tomava dois bodes e lançava sorte sobre eles, um era imolado como oferta pelo pecado e o outro o sacerdote colocava as mãos sobre ele e confessava os pecados do povo e depois este bode, conhecido como bode emissário era levado para longe do povo. Isto era um culto, mas, também uma simbologia da expiação que seria efetuada por Cristo.
Os dois bodes representam os dois lados ou aspectos da expiação efetuada por Cristo. O bode que era imolado representa Cristo morrendo por nossos pecados. 1 Pe 2.24. carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados. O bode emissário representa que Cristo não apenas morreu por nossos pecados como removeu-os para longe de nós. Sl 103.12; Mq 7.19; Jo 1.29.
Em Quarto Lugar: Foi propiciatória (Propiciar significa literalmente cobrir ou coberta)
a. Propiciar vem do nome de uma peça do Tabernáculo, cobertura da arca da aliança era sobre esta peça que o sacerdote aspergia o sangue do animal imolado. A peça chamava-se Propiciatório. Êx 37.6-9; Êx 39.35. Lv 16.14. Tomará do sangue do novilho e, com o dedo, o aspergirá sobre a frente do propiciatório; e, diante do propiciatório, aspergirá sete vezes do sangue, com o dedo.
b. A morte de Jesus é propiciatória porque é uma satisfação a Deus por sua lei que o homem transgrediu. Quando no dia da expiação o sacerdote sacrificava o animal, tomava o sangue numa bacia e aspergia sobre o propiciatório que estava sobre a arca que continha a lei de Deus dando assim uma satisfação a Deus e a sua lei.
c. Por ser propiciatória a morte de Jesus torna Deus favorável ao homem que a Ele se chega pela fé em Cristo. Em Lc 18.10-14. Jesus conta a parábola do fariseu e do publicano. O fariseu confiava nas suas obras e não foi aceito por Deus. O publicano, porém disse: “Ó Deus sê propício a mim, pecador”. O publicano confiou no cordeiro que naquela hora estava sendo imolado dentro do templo. Pediu que Deus fosse favorável a ele, não por suas obras, mas por causa do cordeiro que estava sendo imolado pelo pecado do povo, e foi ouvido. A morte propiciatória de Jesus torna Deus favorável a toda humanidade. 1 Jo 2.2. e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro. Por causa da propiciação efetuada por Cristo temos acesso a Deus. Hb 10.19-22 (Rm 5.1, Paz com Deus).
Obs: O fariseu não foi ao templo para orar a Deus, a não ser para anunciar a todo aquele que podia lhe ouvir quão bom era. O publicano reconheceu seu pecado e pediu misericórdia. Acreditar-se justo por mérito próprio é perigoso pois conduz ao orgulho, motiva desprezo a outros e impede de aprender mais de Deus. Devêssemos fazer nossa a oração do publicano porque necessitamos a misericórdia de Deus todos os dias. Não permita que o orgulho lhe impeça de reconhecer sua necessidade de Deus.
Em quinto Lugar: Foi um resgate (Redenção – em grego Lytron era o preço pago no mercado para libertar um escravo).
A palavra expiação vem do mundo religioso em quanto a palavra redenção vem do mundo comercial. Quando falamos em pagar um resgate, sugere logo duas perguntas: A quem foi pago o resgate e do que fomos libertos?
Ø Cristo não pagou com sua morte um resgate a satanás como ensinam alguns. O ensino das Escrituras é diferente.
a. Por sua morte Jesus aniquilou a Satanás. Hb 2.14.
b. Feriu a cabeça de Satanás: Gn 3.15.
c. Triunfou sobre ele e seus anjos. Cl 2.14-15.
O diabo não tem nenhum direito sobre os que de antemão aceitaram a Jesus como Senhor e Salvador, ele poderá se aproveitar dos homens que rejeitam a Cristo. Ef 2.1-6; 1 Jo 3.9-10; 1 Jo 5.18; Tg 1.27.
Ø Cristo pagou o resgate a Deus. Este é que foi ofendido com o pecado, sua lei é que foi quebrada. Sua justiça requeria uma satisfação. A morte de Cristo é tudo isso. Em Jo 19.30. Temos a expressão “Está consumado” no original grego é “tetélestai”.
No dicionário de William Carey Taylor em seu dicionário do grego do Novo Testamento diz que nos papiros é a forma técnica de recibos e significa: Está paga, liquidada a dívida.
Já estudamos que no Antigo Testamento o animal era oferecido a Deus como oferta pelo pecado e o sangue era aspergido sobre o propiciatório que era a cobertura da arca onde estavam as tábuas da lei. O sangue aspergido era uma satisfação a Lei de Deus que havia sido quebrada. Como já sabemos a quem foi pago o resgate, passaremos a responder a pergunta. De que fomos libertos?
a. Fomos libertos da escravidão do pecado: Rm 6.18. e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça (1 Co 7.22).
b. Fomos libertos da maldição da Lei: Gl 3.13. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro),
c. Do corpo mortal: Rm 8.23. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. (Este evento ainda é futura, mas o preço já foi pago). Paulo diz que aguardamos a redenção do nosso corpo. Cristo transformará o nosso corpo de humilhação para ser conforme o seu corpo glorioso. Fl 3.20-21. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, 21 o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.
3. Foi uma reconciliação. Era necessária por causa da inimizada entre Deus e o homem por causa do pecado. Tg 4.4. Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
a. Reconciliação é obra de Deus: 2 Co 5.18-20. (O homem é o ofensor, mas Deus deseja e promove a reconciliação).
b. Fomos reconciliados com Deus mediante a morte de seu filho: Rm 5.1-10. (Somente o grande amor de Deus é capaz de tamanha façanha).
c. O sangue de Jesus é o preço da reconciliação. Cl 1.20-22. (A barreira existente entre o homem e Deus é o pecado. Is 59.2. Pelo sangue esta barreira foi removida e nós fomos reconciliados com Deus).
4. Por quem Cristo morreu? Podemos responder assim:
a. A morte de Cristo é suficiente para todos; porém só
é eficiente para quem crê:1 Jo 2.2; Jo 3.16-21.
b. Potencialmente é ilimitado; porém sua aplicação é limitada a quem crê: 1 Tm 4.10; 1 Co 4.2.
Conclusão: A morte de Cristo é sem igual, não tem paralelo na história. Ela traz
alegria em vez de tristeza, começa uma nova história em vez de ser o fim, como
as outras. A morte não foi o fim para nosso Senhor. Podemos dizer como Jó: “Eu
sei que o meu Redentor vive!” Jó 19.25.
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