Romanos
5
Os
bentos frutos da justificação
Texto
Básico: Romanos 5.1-11.
Texto Devocional: v12 Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.
Introdução: A té aqui vimos duas teses provadas pelo apóstolo Paulo: a necessidade da justificação (1.18—3.20) e o meio da justificação (3.21—4.25). Agora, Paulo passa a falar sobre os frutos da justificação, ou seja, suas benditas consequências (5.1-11).
Paulo já deixou claro que a justificação é um ato exclusivo de Deus (3.21-31). Também argumentou que a justificação pela fé não é uma novidade, mas uma verdade já presente na antiga dispensação e demonstrada na vida de Abraão, o progenitor da nação israelita e pai de todos os que creem, tanto judeus como gentios.
Esse capítulo explica a última palavra do capítulo 4: justificação. Se quisermos captar o sentido da justificação pela fé, é essencial termos a clara compreensão do argumento de Paulo.
Agora, Paulo mostrará os benefícios que emanam da justificação quanto ao passado, presente e futuro. Todos os que têm esta nova vida em Cristo estão livres da ira (capítulo 5), livres do pecado (capítulo 6), livres da lei (capítulo 7) e livres da morte (capítulo 8).
No texto em apreço, Paulo conclui sua doutrina de justificação, analisando esta verdade no seu contexto escatológico. A justificação não significa somente perdão e absolvição da culpa do pecado; também traz dentro de si a esperança da glória de Deus (5.2) e a promessa da salvação final (5.9-10). Aqui temos mais que os frutos atuais da justificação; nossa atenção é dirigida para seu resultado final.
A ênfase desta passagem é a glória futura e a salvação final daqueles que continuam em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo. Antes de abordar as gloriosas bênçãos da justificação, Paulo destaca três verdades acerca da realidade da justificação.
I. A bênção da justificação (5:1-11) Lembre-se que a justificação é a declaração de Deus de que o crente pecador é justo em Cristo. E a justiça imputada, posta em nossa conta.
A santificação é a justiça concedida, que, pelo Espírito, atua em nossa vida e por intermédio dela. A justificação é nossa posição diante de Deus; a santificação é nosso estado terreno diante dos outros. A justificação nunca muda; a santificação, sim.
Veja as bênçãos que temos na justificação:
a. Paz (v. 1 Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;) Houve um tempo em que fomos inimigos de Deus (v. v10 Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.), mas em Cristo temos paz com ele. Paz com Deus quer dizer que o sangue de Cristo resolveu nosso problema com o pecado. Deus é nosso Pai, não nosso Juiz.
A justificação não é um processo, mas um ato legal, forense e judicial de Deus no qual ele declara, sobre a base da justiça de Cristo, que todas as demandas da lei estão satisfeitas com respeito ao pecador. Portanto, a justificação não é algo que Deus faz em nós, mas por nós.
Não acontece dentro de nós, mas fora de nós. A justificação é um ato e acontece uma única vez. Não há graus na justificação. Ela é instantânea, completa e final.
O homem é justificado por completo, ou não é justificado. O crente mais fraco está tão justificado quanto o santo mais piedoso. Pela justificação somos remidos da pena do pecado, perdoados, e recebemos o favor de Deus. Pela justificação, todos os nossos pecados presentes, passados e futuros já foram perdoados.
b. Acesso a Deus (v. 2a pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes;...) Em Cristo, temos uma posição per feita diante de Deus e podemos entrar em sua presença (Hb 10:19-25), enquanto antes estávamos “em Adão” e condenados. A fé é o instrumento de apropriação dos benefícios da cruz. A fé é a mão estendida de um mendigo a tomar posse do presente de um Rei. A fé é a causa instrumental, e não a causa meritória da justificação. A fé não expia a culpa nem remove o castigo. E apenas o instrumento de apropriação dos benefícios da redenção.
A base da justificação é o sacrifício de Cristo na cruz. Não somos justificados com base na obra que fazemos para Deus, mas na obra que Cristo fez por nós na cruz. Não somos justificados pelo mérito humano, mas pelos méritos de Cristo. A morte expiatória de Cristo é a causa fundamental da justificação, enquanto a fé é a sua causa instrumental.
c.
Esperança (v. 2b e nos gloriamos na
esperança da glória de Deus.) “Na esperança da glória de Deus.” Leia (Efésios
2:11-12 Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro
tempo, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se
chamam circuncisão feita pela mão dos homens;
12 que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.) e verifique que a pessoa não-salva “não tinha esperança”. Não podemos nos gloriar nas boas obras, pois elas não trazem salvação (Ef 2:8-9 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. 9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie.), mas podemos fazê-lo na salvação magnífica que Deus nos deu em Cristo.
Se a paz tem a ver com o passado, e o acesso à graça se relaciona ao presente, a expectativa da glória está atrelada ao futuro. Quem foi justificado não teme o futuro. A morte já não mais o apavora. O porvir é seu anseio e a glória, sua expectativa mais excelsa. A palavra traduzida por “gloriamos” significa um regozijo exultante, uma alegria triunfante, uma firme confiança em Deus, inspirada pela certeza de que “temos paz com Deus”
d. Segurança diária (vv. 3-4 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; 4 e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança.) “Também nos gloriamos nas tribulações.” O verdadeiro cristão tem confiança em meio às tribulações da vida atual, não apenas esperança para o futuro.
Parece que a “fórmula” é esta: a provação mais Cristo é igual a paciência; paciência mais Cristo é igual a caráter [experiência]; experiência mais Cristo é igual a esperança. Observemos que não nos gloriamos a respeito das tribulações nem com elas, mas nelas. Compare com Mateus 13:21; 1 Tessalonicenses 1:4-6 e Tiago 1:3.
A justificação não apenas nos prepara para o céu, mas também nos equipa para vivermos vitoriosamente aqui na terra. Paulo não está tratando de algo apenas para o porvir, mas de algo que nos capacita a viver vitoriosamente em meio às tensões da vida. Nas palavras de John Stott, há paz, graça e glória, sim! Porém, há também sofrimento!
Aquele que foi justificado demonstra gloriosa alegria não apenas na esperança da glória, mas também no sofrimento. A força do verbo grego kaucometha indica que nos alegramos com grande e intenso júbilo. Tanto as tribulações presentes como a glória vindoura são objetos de júbilo do cristão.
Em outras palavras, regozijamo-nos não somente no alvo, a glória, como também nos meios que conduzem a ela, isto é, nos sofrimentos.
e.
Vivendo o amor de Deus: (v5-11) O Espírito derrama o amor
de Deus em nós e por nosso intermédio. A morte de Cristo na cruz
pelos “fracos”, pelos “ímpios”, pelos “peca dores” e pelos
“inimigos” revela e prova o grande amor de Deus. Este é o
argumento de Paulo: o que Deus não fará por nós agora que somos
seus filhos, se fez tudo isso por nós enquanto éramos seus inimigos? Somos
salvos pela morte de Cristo (v. 9) e também por sua vida (v. 10)
quando “o poder da sua ressurreição” (Fp 3:10) opera em nossa
vida. Agora, vivenciamos o amor de Deus em nossa vida porque recebemos a “reconciliação”
(expiação, v. 11).
Fonte
de pesquisa: Comentário Bíblico Expositivo do Novo Testamento - Warren W.
Wiersbe; Bíblia Arqueológica; Bíblia de Estudo NVI.
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