"Romanos 4" Jesus em sua morte nos salva; em sua ressurreição nos justifica.

 


Romanos 4

Jesus em sua morte nos salva; em sua ressurreição nos justifica.

 

Texto Básico: Romanos 4.

Texto Devocional: Rm 4.25. o qual por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação.

Introdução: Tente dominar a fundo esse capítulo de todas as formas! Ele explica como Deus, por intermédio da morte e da ressurreição de Cristo, justifica (de clara justa) a pessoa descrente.


A justificação pela fé exemplificada

O apóstolo Paulo trabalhou na elaboração de duas teses até agora. (1) A primeira é que todos os homens são pecadores culpados diante de Deus (1.18— 3.20), e a (2) segunda é que a justificação é obra exclusiva de Deus, por meio da morte expiatória de Cristo, recebida exclusivamente pela fé (3.21-31).

O argumento de Paulo: A grande questão a que Paulo precisa responder agora é se essa mensagem evangelística tinha sustentação no ensino do Antigo Testamento. Os rabinos ensinavam que Abraão, o pai da nação judaica, havia alcançado a salvação por sua obediência à lei, mesmo antes de ela ter sido dada.

Paulo expõe o erro dos judeus: Paulo desfaz esse falacioso argumento, provando que a salvação é pela graça, e não pelo mérito, desde a antiga dispensação. Para deixar seu argumento irresistivelmente claro, o veterano apóstolo busca um exemplo de justificação pela fé no Antigo Testamento a fim de provar que a salvação sempre foi alcançada do mesmo modo. O apóstolo evoca a figura de Abraão, o mais ilustre dos patriarcas, e Davi, o mais ilustre dos reis de Israel, como exemplos daqueles que haviam sido justificados pela fé, e não pelas obras.

Salvação” é um termo abrangente e inclui tudo o que Deus faz para quem crê em Cristo; “justificação” é um termo legal que descreve nossa posição perfeita diante do Senhor na justiça de Cristo. Nesse capítulo, Paulo usa o exemplo de Abraão para ilustrar três fatos importantes a respeito da justificação pela fé.

I. A justificação acontece pela fé, não pelas obras (4:1-8)

Todo judeu reverenciava o “pai Abraão” e sabia, por intermédio de Gênesis 15:6, que fora justificado diante de Deus. Eles referiam-se ao céu como “seio de Abraão”, tal a certeza que tinham de que Deus aceitara Abraão. Paulo, como sabia disso, aponta para Abraão e pergunta: “Que diremos, pois, ter alcança do [justificado] Abraão, nosso pai segundo a carne?”.

Isso aconteceu pelas obras? Não, pois nesse caso ele seria glorificado por sua realização, e o Antigo Testamento não registra nenhum feito desse tipo.

O que as Escrituras dizem? “Creu Abraão em Observe que Paulo, em seu argumento, usou as palavras “imputado” e “levado em conta” (vv. 3-6,8-11,22-24).

Essas palavras têm o mesmo significado: pôr na conta da pessoa. A justificação significa imputar (pôr na nossa conta) justiça, e isso nos dá a posição certa diante de Deus. A santificação é a Deus!” (Veja Gn 15:1-6.) A dádiva da justiça vem pela fé na Palavra revelada de Deus, não pelas obras A santificação é a Deus!" (Veja Gn 15:1-6.) A dádiva da justiça vem pela fé na Palavra revelada de Deus, não pelas obras.

Justiça concedida (que passa a fazer parte de nossa vida) e dá-nos a posição certa diante dos homens a fim de que creiam que somos cristãos. Como Tiago 2:14-26 argumenta, a justificação e a santificação fazem parte da salvação. Como posso dizer que tenho fé em Deus, se minha vida não espelha isso? A salvação é ou uma recompensa pelas obras ou uma dádiva que recebemos pela graça; não pode ser as duas coisas.

O versículo 5 afirma que Deus justifica o ímpio (não o justo) pela fé, não pelas obras. Paulo provou que o “pai Abraão” foi salvo apenas pela fé, embora os judeus pensassem que Deus justificava as pessoas por suas obras. A seguir, Paulo menciona Davi e prova que o grande rei de Israel ensinava a justificação pela fé, independentemente das obras, ao citar Salmos 32:1-2. Deus não imputou o pecado em nossa conta, mas o transferiu para a conta de Cristo (2 Co 5:21; e veja Fm 18). Antes, o Senhor, apenas pela graça, imputa-nos a justiça de Cristo! Nossa salvação é magnífica!

II – A justificação acontece pela graça, não pela lei (4.9-17)

Agora, levanta-se a importante questão: “O que dizer a respeito da Lei, se a salvação é pela fé? E a aliança que Deus fez com Abraão?”.

Paulo responde a essas perguntas ao mencionar que Abraão foi salvo quatorze anos antes de ser circuncidado! A circuncisão selava a aliança, era o rito que incluía a criança judia no sistema da Lei.

Na verdade, Abraão, o “paidos judeus”, era um gentio (incircunciso) quando foi salvo! A circuncisão, como o batismo hoje, era apenas a exteriorização de um relacionamento espiritual.

Nenhum cerimonial físico causa mudanças espirituais, embora os judeus da época de Paulo (como muitas pessoas “religiosas” de hoje) cressem nas cerimônias — os sinais exteriores — e ignorassem a fé salvadora que se exigia deles.

Na verdade, Abraão é o “pai” de todos os crentes, de todos os que pertencem à “família da fé” (veja Gl 3:7,29). Como Paulo mencionou em Romanos 2:27-29, nem todos os “judeus” são verdadeiramente o “Israel de Deus”. 

Nos versículos 13-17, Paulo contrasta a Lei e a graça da mesma forma como fez com a fé e as obras, nos versículos 1-8. Aqui, a palavra-chave é “promessa” (vv. 13,14,16). Deus, apenas por sua graça, prometeu que Abraão seria o “herdeiro do mundo” (v. 13 — essa promessa aponta para o glorioso reino governado pela Semente prometida, Cristo); e não havia qualquer conexão com a Lei ou com a circuncisão nessa promessa.

Abraão tinha apenas de crer no Senhor! A Lei apenas traz ira e revela o pecado; ela não foi dada para salvar ninguém. A Lei cancela totalmente a graça, as sim como as obras cancelam a , e as duas coisas não existem juntas (vv. 14-15).

Como Abraão poderia ser salvo pela Lei, se está ainda não fora dada? No versículo 16, Paulo conclui que a justificação vem pela graça, por intermédio da fé, e, por isso, todas as pessoas — judeus e gentios — podem ser salvas! Abraão é o “pai de todos nós”, todos os que seguem seus passos de fé, e não apenas dos judeus. (Leia Gl 3.)

III. A justificação acontece pelo poder da ressurreição, não pelo esforço humano (4:18-25)

A primeira seção (vv. 1-8) contrastou a fé e as obras; a segunda (vv. 9-17), a Lei e a graça; essa terceira seção (vv. 18-25) contrasta a vida e a morte. No versículo 17, observe que Paulo identifica Deus como aquele que “vivifica os mortos”. Abraão e Sara estavam “amortecido[s]”, o corpo deles já tinha passado da idade de poder ter filhos (veja Hb 11:11-12). Como duas pessoas, com 90 e 100 anos, podiam ter esperança de ter um filho? Porque o poder de ressurreição do Espírito entra em ação quando a carne está morta!

Temos de admirar a fé de Abraão. Embora tudo o que Abraão tivesse fosse a promessa de Deus de que seria pai de muitas nações, ele creu nessa promessa, deu glória a Deus e recebeu a bênção.

Esse é um retrato perfeito do milagre da salvação. As pessoas nunca serão justificadas enquanto dependerem da carne e ainda acharem que podem agradar a Deus. O Senhorressuscita-nos da morte”, dá-nos nova vida e uma posição perfeita diante dele quando aniquilamos com nós mesmos, admitimos que estamos mortos e deixamos de lutar por conta própria. Abraão foi justificado apenas pela fé na Palavra de Deus, da mesma forma que também o são os pecadores hoje.

Talvez isso tenha acontecido com Abraão porque ele era alguém importante. O versículo 24 afirma que não, que Deus declarou isso em sua Palavra por nossa causa, não por causa de Abraão.

Nós somos salvos da mesma forma que ele foi: pela fé. Observe como o relato de Romanos dá importância ao verbo “crer”: 1:16; 3:22,26; 4:3,24; 5:1; 10:4,9-10; etc. O mesmo poder de ressurreição entra na vida do pecador, e este transforma-se em cristão e, como Abraão, em filho de Deus, quando crê na promessa do Senhor apresentada na Palavra. Temos de confessar que estamos mortos e crer que Cristo está vivo e nos salvará.

O versículo 25 explica o fundamento da justificação: a morte e a ressurreição de Cristo. No capítulo 5, Paulo abordará em detalhes esse assunto. O versículo afirma: "[Jesus Cristo] por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação". A morte dele prova que somos pecadores.

Sua ressurreição prova nossa justificação por meio de seu sangue. Mais uma evidência de que a justificação diz respeito ao poder da ressurreição, não ao débil esforço humano.

 

Fonte de pesquisa: Comentário Bíblico Expositivo do Novo Testamento - Warren W. Wiersbe; Bíblia Arqueológica; Bíblia de Estudo NVI.

 

 

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