"Romanos 2" O julgamento segundo o evangelho de Cristo Parte 02

 


O julgamento segundo o evangelho de Cristo

Parte 02 – Romanos 2.17-29

 

Texto Básico: Romanos 2.17-29.

Texto Devocional: Rm 2.16 no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.

Introdução: Paulo já mencionou duas vezes o "dia de julgamento" (vv. 5,16). Agora, ele afirma que esse julgamento será do coração, quando Deus revelará todos os segredos. Cristo será o Juiz e perguntará: "O que você fez com o evangelho de Cristo?".

A soberba religiosa: Os judeus vangloriavam-se de seus privilégios, o racial e o religioso. Eles conheciam a vontade de Deus e tinham um senso mais apurado dos valores, porque o Senhor lhes dera sua Palavra. Eles viam os gentios como cegos nas trevas, néscios e crianças (vv. 19-20).

Os judeus se consideravam os favoritos exclusivos do Senhor, porém não enxergavam que esses mesmos privilégios obrigavam a levar uma vida santa. Eles mesmos desobedeciam à Lei que pregavam aos gentios.

Como resulta do disso, os "gentios maus" blasfemavam o nome do Senhor por causa dos pecados dos judeus! Talvez Paulo refira-se às palavras de Natã a Davi, em 2 Samuel 12:14, ou a Isaías 52:5 e Ezequiel 36:21-22.

Dois pesos e dias medidas:

Se havia alguém que tinha "religião", eram os judeus, porém a religião deles resumia-se a cerimoniais exteriores, e não à realidade interior.

Eles vangloriavam-se de seu rito de circuncisão que os identificava com o Deus vivo; todavia, que benefício pode haver em um rito físico se não houver obediência à Palavra do Senhor? Paulo chega mesmo a ponto de dizer que o gentio incircunciso que obedecia à Palavra era melhor que o judeu circunciso que desobedecia a ela (v. 27); na verdade, o judeu circunciso que desobedecia à Palavra era visto como incircunciso! Pois o judeu verdadeiro não é o que segue apenas as cerimônias exteriores na carne, mas o que tem fé interior, cujo coração mudou.

O versículo (27 E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará, porventura,  a ti,  que pela letra e circuncisão és transgressor da lei?) afirma com clareza que o gentio cumpridor da Lei, embora in circunciso por natureza, julgará os judeus que transgredem os padrões de Deus! Isso resume em uma só palavra: Os 6.6.  Porque eu quero misericórdia e não sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.

Exemplo no Evangelho de Cristo:

O evangelho de Cristo exige mudança interior: "Importa-vos nascer de novo" (Jo 3:7). Quando Cristo julgar os segredos dos homens, não será a obediência a um sistema religioso que permitirá que passemos no teste.

O poder de Deus para a salvação é o evangelho de Cristo, quer para judeus quer para gentios (Rm 1:16  Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu  e  também do grego.). A pessoa que recebeu Cristo e nunca creu no evangelho permanece condenada.

Os judeus estavam (e estão) sob o pecado tanto quanto os gentios, mesmo com toda a sua religião e o seu legalismo — e a situação deles é até mais grave, pois receberam muitos privilégios e muitas oportunidades para conhecer a verdade. Jo 15.22. Se eu não viera, nem lhes houvera falado, não teriam pecado, mas, agora, não têm desculpa do seu pecado.

Quantas pessoas irão para o inferno porque pensam que Deus as julgará de acordo com a boa opinião que têm de si mesmas, com a posição delas ou com a religião delas? Deus não julga conforme esses princípios, mas segundo a verdade, segundo nossos proceder e segundo o evangelho de Cristo.

Assim, no capítulo 1, Paulo provou que os gentios são indesculpáveis e, no 2, que os judeus também o são. No capítulo 3, ele provará que o mundo todo precisa desesperadamente da graça de Deus, pois está sob pecado e condenação.

Romanos 3

Esse capítulo é a ponte entre a seção 1, “pecado”, e a 2, “salvação”. Na primeira seção (vv. 1-20), Paulo lida com a condenação e conclui que o mundo todo — judeus e gentios — está sob pecado. Na última seção (vv. 21-31), ele apresenta o tema de que tratará nos dois capítulos seguintes: a justificação pela fé.

Na verdade, o capítulo 3 é realmente a fundação para o resto do livro. Nos versículos 1-4, ele aborda a descrença de Israel, tema que retoma nos capítulos 9—11. No versículo 8, menciona a questão do viver em pecado, ao qual retorna nos capítulos 6—8. (Observe que 3:8 relaciona-se de perto com 6:1.) O versículo 21 traz à tona o tópico da justificação pela fé, tema dos capítulos 4—5. Por fim, fala do estabelecimento da Lei e da obediência a ela, assunto desenvolvido nos capítulos 12—16 (observe 13:8-14).

I. A má notícia: condenação sob pecado (3:1-20)

Nessa seção, Paulo faz quatro perguntas importantes e responde a elas:

A. Vale a pena ser judeu, se eles são condenados? (vv. 1-2)

A resposta é sim, pois os judeus receberam o oráculo de Deus, sua vontade revelada em sua Palavra. A nação de Israel teria recebido Cristo e sido salva se tivesse crido na Palavra e obedecido a ela. E, as sim, Deus teria espalhado a bênção para todo o mundo por intermédio dela. Sem dúvida, somos privilegia dos por possuir a Palavra do Senhor. Que não tomemos isso como algo garantido.

B. A descrença de Israel cancela a Palavra de Deus? (vv. 3-4)

É claro que não. A descrença do homem nunca cancela a "fidelidade" de Deus (v. 3). Mesmo que todos os homens sejam mentirosos, o Senhor é verdadeiro! Nesses versículos, Paulo cita Salmos 51:4, em que o rei Davi admite publicamente seus pecados e a justiça do Senhor em julgá-lo. Davi declara a justiça de Deus e a verdade de sua Palavra mesmo ao admitir seus próprios pecados.

C. Então por que não pecar ainda mais e trazer mais glória para Deus? (vv. 5-8)

"Mas, se a nossa injustiça ressalta de maneira ainda mais clara a justiça de Deus, que diremos? Que Deus é injusto por aplicar a sua ira? [...] Alguém pode alegar ainda: 'Se a minha mentira ressalta a veracidade de Deus, aumentando assim a sua glória, por que sou condenado como peca dor?'" (NVI). No versículo 6, Paulo é rápido em descartar esse argumento pró-pecado ao mencionar que essa posição significaria que Deus não pode julgar o mundo, mas até Abraão reconheceu o Senhor como "Juiz de toda a terra" (Gn 18:25).

Paulo apenas afirma que toda verdade e justiça ruiriam se Deus fizesse o que esse tipo de pessoa reivindica, mas não explica como o Senhor julga o pecado e consegue glória com isso.

Os inimigos judeus de Paulo mentiram e disseram que ele ensinou exatamente esta doutrina: "Façamos males, para que venham bens" (v. 8). Veja também 6:1 e 15. Paulo descartou essa afirmação por ser tão contrária a todo raciocínio e a todas as Escrituras, dizendo: "A condenação desses é justa" (v. 8).

D. Então, os judeus são mais excelentes que os gentios? (vv. 9-18)

Não, os gentios não são melhores nem piores que os judeus, pois ambos são pecadores e permanecem sob a condenação de Deus. A grande mensagem de Romanos é: "Não há diferença" — não há diferença no pecado (3:22-23) nem na salvação (10:12-13). Deus considerou judeus e gentios culpados de pecado para, pela graça, usar de misericórdia com eles (11:32).

Ao descrever a total pecaminosidade de humanidade, Paulo prova que todo mundo é culpado. Nos versículos 10-12, ele comenta a respeito desse caráter pecaminoso e cita  Salmos 14.1-3. Nos versículos 13-18, ele cita Salmos 5.9, 140.3, 10:7, 36:1 e Isaías 59.7-8 a fim de nos trazer à lembrança a conduta do mundo.

Por favor, leia com atenção esses versículos e atente para seus cenários. Os versículos 19-20 apresentam seu veredicto final: o mundo inteiro é culpado diante de Deus! De forma distinta da que pensavam os judeus, a Lei condena-os, não os salva, pois ela traz o conhecimento do pecado.

II. A boa notícia: justificação pela fé (3:21-31)


Fonte de pesquisa: Comentário Bíblico Expositivo do Novo Testamento - Warren W. Wiersbe; Bíblia Arqueológica; Bíblia de Estudo NVI.

 


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