Teu É o Reino.

 



Texto Básico: Mateus 6.1-18.

Texto Devocional. Mt 6.13b Pois teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre, Amém.


Introdução: SOBRESSAI NOS EVANGELHOS a ênfase que Jesus Cristo deu ao reino de Deus, pois a ele se referiu nada menos que 70 vezes, enquanto apenas duas vezes à Igreja. Por isso o evangelho é também conhecido como o evangelho do reino, expressão presente em quase todas as parábolas contadas pelo Salvador.


Para um perfeito entendimento do reino no Novo Testamento é primordial que se considere a expressão que contenha “reino” à luz do seu respectivo contexto.


Em outras palavras, é preciso que se maneje bem a palavra da verdade, pois às vezes o contexto pode ser mais abrangente do que o próprio capítulo ou o livro em que uma passagem está inserida; pode tratar-se de uma dispensação.


O Verbo manejar: A propósito, o verbo “manejar”, que aparece em 2 Timóteo 2:15, tem sido traduzido por “distribuir” (Monges de Meredsous), “ensinar” (Versão Inglesa de Hoje), “ dispensar” (Bíblia de Jerusalém), “ dividir” (Versão Autorizada de 1611, em inglês), etc.. Especialmente quando a Escritura Sagrada se refere a “reino” temos de examinar em que contexto esse “reino” se insere.


OBS: Por exemplo, os discípulos de Jesus, ao perguntarem a este se a vinda do Espírito Santo significaria a restauração do reino a Israel, tiveram como resposta que não lhes pertencia “saber os tempos ou as épocas que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (Atos 1:7).


O contesto dos discípulos sobre o reino: Não é difícil perceber em que contexto os discípulos estavam usando a palavra “reino”. Como afirma Williams, eles ainda estavam “acorrentados à noção popular de um reino de Deus eminentemente político, que sua vinda traria a reunião de todas as tribos, a restauração da independência de Israel e o seu triunfo sobre todos os inimigos.


Eles não perceberam qual foi a motivação de Judas, pois Judas pensava que Jesus estava ali como um revolucionista politico, mais um tentando levantar o exército contra Roma, e libertar Israel, na verdade era a visão de muitos. Temos inúmeros exemplos.


1. No nascimento de Jesus: Mt 2.2-3 Dizendo: Onde está aquele que é nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela do oriente e viemos adorá-lo. 3 O rei Herodes, ouvindo isso, alarmou-se, e com ele toda a Jerusalém; (magos do oriente e Herodes)


2. João Batista anuncia a chegada do reino: Mt 3.2 e dizendo: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.


3. Esta é a ideia que o inimigo quer que todos pensem, ou seja, no aqui e agora: Mt 4.8. Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; (ele promete entregar tudo a Jesus, pastava Jesus prostra e o adorar v9)


4. Logo após a vitória sobre a tentação, Jesus anuncia: Mt 4.17. Desde então começou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.


5. Jesus passa a anunciar o Evangelho do reino; nesse contesto, Jesus estava trazendo a realidade de tudo o que foi no Antigo Testamento: Mt 4.23 E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo. (Por sua vez Jesus fala da Etica do reino em Mt 5.)


6. Enquanto os judeus insatisfeito com que acontecei com a sua nação, e como alguns dos seus compatriotas se aliavam com os seus algozes romanos, achavam por bem diferenciar quem entraria no reino, uma fez que se tornaram traidores da nação judaica. Porém Jesus vai mais além; O Senhor diz : Mt 7.21. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. (Jesus estava falando dos verdadeiros convertidos).


7. Jesus faz menção do reino dos céus; para identificar a fé de alguém que cria Nele. Mt 8.11.Também vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e sentar-se-ão com Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus. (O centurião diz que não é digno que Jesus entre em sua residência v8) Jesus responde de forma dura aos seus ouvintes que achavam superiores por nascerem judeus: Jesus, ouvindo isso, maravilhou-se, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que não encontrei tamanha fé, não, nem mesmo em Israel. 11 Também vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e sentar-se-ão com Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus. 12 Mas os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.


8. O povo que foi saciado pelo pão milagrosamente multiplicado, queriam fazer Jesus de rei, para garantir o pão sem trabalhar: Jo 6.15. Percebendo Jesus que estavam prestes a vir e levá-lo à força para o fazerem rei, retirou-se, sozinho, para o monte. Eles estavam também errados sobre a implantação do reino de Deus, Rm 14.17. porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo.


Neste campo eles não haviam feito muito progresso, e ainda se prendiam à esperança primitiva de vir a ocupar lugares de proeminência num reino material. E claro, nas Escrituras, que o reino será restaurado a Israel, mas num sentido escatológico e em condições espirituais, políticas e sociais profundamente alteradas.


Na linguagem de Jesus, o “reino de Deus” de (Atos 1:3 aos quais também, depois de haver padecido, se apresentou vivo, com muitas provas infalíveis, aparecendo-lhes por espaço de quarenta dias, e lhes falando das coisas concernentes ao reino de Deus.), a ser pregado pelos discípulos em todo o mundo, seria um reino do âmbito do Espírito Santo, não deste mundo (João 18:36 Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; entretanto o meu reino não é daqui), no qual se entra mediante o arrependimento dos pecados e a fé na pessoa do Salvador e na obra por ele realizada na cruz.


Há, pelo menos, sete expressões para “reino” no Novo Testamento:


1. Reino dos Céus. Esta expressão, sempre com a palavra “céus” no plural, ocorre 32 vezes no Novo Testamento, e todas elas no Evangelho de Mateus, tendo em vista o propósito daquele evangelho. E evidente que algumas vezes o “reino dos céus” de Mateus aparece em passagens paralelas de outros evangelhos como “reino de Deus” (por exemplo: Mateus 11:11 com Lucas 7:28), o que, entretanto, não altera o propósito que teve Mateus ao escrever o seu evangelho. Ou seja, “Reino dos Céus”, como um termo dispensacional, é às vezes usado para o reino do Messias, e às vezes para indicar a soberania celestial sobre a terra.


A soberania do reino: A soberania vem dos céus porque o Rei vem de lá (João 18:36). Foi para esse fim que o Messias nasceu, e este foi o primeiro objetivo de seu ministério. De acordo com a parábola profética (parábola das bodas) de Jesus em Mateus 22:2-7, aquele reino foi rejeitado pelos judeus, tanto durante o ministério de Jesus como na proclamação apostólica (Atos 3:19-23).


arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor, 20 e envie ele o Cristo, que já dantes vos foi indicado, Jesus, 21 ao qual convém que o céu receba até os tempos da restauração de todas as coisas, das quais Deus falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio. 22 Pois Moisés disse: Suscitar-vos-á o Senhor vosso Deus, dentre vossos irmãos, um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. 23 E acontecerá que toda alma que não ouvir a esse profeta, será exterminada dentre o povo. At 3.19-23.


Por causa dessa rejeição do reino, a sua realização terrena foi adiada até que o Rei seja enviado dos céus, conforme disse Pedro: “e envie ele o Cristo, que já dantes vos foi indicado, Jesus, 21 ao qual convém que o céu receba até os tempos da restauração de todas as coisas, das quais Deus falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio.” (Atos 3:20-21).


1. Tem o Messias como o seu Rei

2. E dos céus, sob os céus e sobre a terra

3. E limitado em seu escopo

4. E político em sua esfera

5. E judaico e exclusivo em seu caráter

6. É nacional em seu aspecto

7. E o propósito especial das profecias do Antigo Testamento


Scofield também não considera a expressão reino dos céus como sinônima de reino de Deus.


Ele afirma que o “reino dos céus é messiânico, mediador e davídico, e tem por objetivo o estabelecimento do reino de Deus sobre a terra.


Em defesa de seu posicionamento, ele cita (Mateus 3:2 e dizendo: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.) e 1 Coríntios 15:24-25. Este último texto afirma: “Então virá o fim quando ele entregar o reino a Deus o Pai, quando houver destruído todo domínio, e toda autoridade e todo poder. 25 Pois é necessário que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo de seus pés.”


Isaías referia-se a esse reino dos céus na terra quando profetizou que ele haveria de crescer sempre (Isaías 9:7 Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o estabelecer e o fortificar em retidão e em justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos exércitos fará isso).


Quando Jesus disse a Pilatos: “Mas agora o meu reino não é daqui” (João 18:36), ele fazia referência ao seu reinado milenial, que terá início com o seu retorno para Israel, e que finalmente atingirá a sua plenitude quando todos os seus inimigos lhe estiverem sujeitos, ao final do milênio. Essa vitória final de Cristo porá fim definitivo ao indigno “poder” e à indigna “glória” que o próprio

Jesus rejeitou no deserto da Judeia, quando ali derrotou o diabo.


A fim de evitar qualquer mal-entendido, usaremos de preferência, neste estudo, a expressão “reino de Deus”, por não deixar dúvida quanto à sua plena abrangência.


2. O Reino do Pai. “Então os justos resplandecerão como o Sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Mateus 13:43). Esta expressão, aqui, não tem sentido universal, e se refere à esfera do reino de Deus no seu aspecto celestial em relação à terra. E equivalente à expressão “participantes da vocação celestial”, de Hebreus 3:1. Alude, portanto, ao íntimo relacionamento entre Deus e o seu povo, e a única maneira de se entrar nesse reino é através do novo nascimento (João 3:3).


3. O Reino do Filho do Homem. Esta expressão está em Mateus 16:28: “Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino”. Trata-se do reino dos céus no que diz respeito unicamente a Israel sobre a terra (Daniel 7:13,14,18, 21, 22), sem incluir os “participantes da vocação celestial”.


Embora partes de um mesmo reino, as esferas terrena e celestial são distintas, como aliás o Senhor prometeu a Abraão: “Grandemente multiplicarei a tua descendência, como as estrelas do céu e como a areia que está na praia do mar... e em tua descendência serão benditas todas as nações da terra” (Gênesis 22:17-18). Israel corresponde, nesse reino do Filho do Homem, à areia que está na praia do mar, como povo terreno, ao passo que a igreja corresponde às estrelas do céu, como povo celestial.


Continua...












Comentários