Texto Básico: João 16.5-11.
Versículo Chave: João 16.8. E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: 9 do pecado, porque não creem em mim; 10 da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais, 11 e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.
Introdução: Durante três anos, Jesus esteve junto de seus discípulos para protegê-los de quaisquer ataques, mas está prestes a deixá-los. Havia lhes dito isso pouco antes, naquela mesma noite (Jo 13:33 Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco. Procurar-me-eis; e, como eu disse aos judeus, também a vós o digo agora: Para onde eu vou, vós não podeis ir.), e Pedro lhe perguntara para onde estava indo (Jo 13:36 Perguntou-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais? Respondeu Jesus; Para onde eu vou, não podes seguir-me agora; mais tarde, porém, me seguirás). Todavia, a pergunta de Pedro revelou mais preocupação consigo mesmo do que com o Senhor Jesus!
Além disso, se concentrou no imediato, sem considerar as consequências finais. Jesus precisou explicar por que era importante para eles que ele voltasse para junto do Pai.
1. O principal motivo: O principal motivo, obviamente, era que o Espírito Santo viesse e desse poder para a Igreja ser edificada e para testemunhar. Além disso, depois de sua ascensão, o Salvador poderia interceder por seu povo junto ao trono celestial da graça. Por mais falhos que fossem, os discípulos amavam o Mestre, e lhes foi difícil compreender essas novas verdades.
As novas verdades para os discípulos:
1. Jesus deixa claro que eles não estariam sozinhos. João 14.18 Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.
2. Eles estavam triste com a partida do Senhor. v22 Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas eu vos tornarei a ver, e alegrar-se-á o vosso coração, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará.
3. Eles estava sendo enviados com a promessa de receber poder dos céus: v.13. Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras.(Jo 3.2).
2. Segundo motivo: É importante observar que o Espírito veio para a Igreja, não para o mundo (Jo 14.17 a saber, o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós). Isso significa que trabalha na Igreja e por intermédio dela. O Espírito Santo não ministra no vazio. Assim como o Filho de Deus precisou ter um corpo a fim de fazer sua obra na Terra, também o Espírito de Deus precisa de um corpo para realizar seus ministérios, e esse corpo é a Igreja. Nosso corpo é um instrumento e um templo,(1 Co 6.19-20. Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? 20 Porque fostes comprados por preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.) e ele deseja nos usar para glorificar a Cristo e para dar testemunho ao mundo perdido.
OBS: Por vezes, ouvimos alguém orar: “Senhor, envia o teu Espírito para falar ao coração dos perdidos!” Sem dúvida é uma oração sincera, mas será que é bíblica? O Espírito não fica “flutuando” feito um fantasma pelos corredores da Igreja, procurando ganhar os perdidos.
O trabalho do Espírito do Senhor: O Espírito Santo trabalha por intermédio das pessoas nas quais ele habita. Quando o Espírito veio em Pentecostes, deu poder a Pedro para pregar, e foi a pregação da Palavra que convenceu os ouvintes dos seus pecados.
a. Convencer: v8 E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo:
A palavra-chave nessa passagem é convencer (Jo 16:8). Esse termo tem o sentido de “persuadir”, ou seja, levar a crer ou aceitar. A palavra usada no texto original também pode ser traduzida por “recriminar”
As testemunhas de acusação: O mundo pode pensar que está julgando os cristãos, mas, na verdade, são os cristãos que julgam o mundo com seu testemunho de Jesus Cristo! Os cristãos são as testemunhas, o Espírito Santo é o “advogado de acusação” e os não salvos são réus. Todavia, o propósito dessa acusação não é condenar, mas sim trazer salvação. 1 Co 6.2 Ou não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo há de ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas?
O Espírito Santo convence o mundo de um pecado em particular, o pecado da incredulidade. A lei de Deus e a consciência humana podem convencer a pessoa de seus pecados específicos, mas é a obra do Espírito, por intermédio da Igreja, que revela a incredulidade do mundo perdido. Afinal, é a incredulidade que condena o pecador (Jo 3:18-21), não seus pecados individuais. Uma pessoa pode “limpar” sua vida, livrar-se de seus maus hábitos e, ainda assim, ir para o inferno.
b. Convencer da justiça: O Espírito também convence o pecador da justiça, não da injustiça. A quem se refere essa justiça? A Jesus Cristo, o Cordeiro perfeito de Deus. O mundo rejeitou o Filho de Deus (Jo 1:10), de modo que voltou para junto do Pai. Quando estava aqui na Terra, foi acusado pelos homens de ser um blasfemo, transgressor, enganador e até mesmo endemoninhado.
O Espírito de Deus revela: O Espírito de Deus revela o Salvador na Palavra e, desse modo, o glorifica (Jo 16:13-14). O Espírito também revela Cristo na vida dos cristãos. O mundo não pode receber nem ver o Espírito de Deus, mas pode ver suas obras ao observar a vida dos cristãos fiéis.
Convencer do juízo: O Espírito convence o pecador do juízo. Não podemos confundir essa declaração com Atos 24:25 (“Dissertando ele acerca da justiça, do domínio próprio e do Juízo vindouro...”). Jesus estava se referindo a seu julgamento de Satanás, executado por sua morte na cruz (Jo 12:31 Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo).
Satanás é o príncipe deste mundo, mas é um príncipe derrotado. Já foi julgado, e o veredicto foi declarado. Tudo o que resta ocorrer é a execução da sentença no dia em que Cristo voltar.
Quando um pecador é verdadeiramente convencido de seu pecado, seus olhos se abrem para a insensatez e a perversidade de sua incredulidade; então, confessa que não se encontra à altura da retidão de Cristo e percebe que está sob condenação, pois pertence ao mundo e ao diabo (Ef 2:13 Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.).
A única pessoa que pode salvá-lo dessa situação trágica é Jesus Cristo, o Filho de Deus. Não é possível haver conversão sem que o pecador seja convencido de suas transgressões, e esse convencimento só é possível quando o Espírito de Deus usa a Palavra e o testemunho do cristão, que é filho de Deus.
Testemunhar é um grande privilégio, mas também é uma grande responsabilidade. Trata-se de uma questão de vida ou morte! Precisamos encarecidamente depender do Espírito Santo para nos guiar até as pessoas certas, nos dar as palavras certas e nos capacitar, com toda sua paciência, para que glorifiquemos a Jesus Cristo.
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