Saudades do Templo


 

SALMOS 84

Saudades do Templo


Texto Básico: Salmos 84.

Texto Devocional: Sl 84.1. Quão amável são os teus tabernáculos, ó Senhor dos exércitos!


Introdução:


1. Meu prazer está no Senhor. (Sl 84 :1-4 )


Na sua declaração inicial, o salmista diz duas coisas: “O templo é lindo” e “O templo é amado por todos os que amam o Senhor”. Aquele era o local onde o Senhor habitava, sua casa (vv. 4,10), o palácio onde residia sua glória (26:8).


Hoje, Deus não vive em construções feitas por homens (At 7:47-50), mas, ainda assim, devemos ter uma reverência especial para com as construções consagradas a ele. Podemos adorar a Deus a qualquer hora e em qualquer lugar, mas os lugares especiais e os rituais prescritos são importantes para a estruturação de nosso culto ao Senhor.


O mais importante é ter um coração dedicado ao Senhor, um “apetite” espiritual que anseia pela comunhão fortalecedora com o Senhor (42:1-4; Mt 5:6).


O salmista clama a Deus com todo o seu ser. Inveja os pássaros que podem fazer seu ninho nos átrios do templo, próximo ao altar, e também os sacerdotes e levitas, que trabalham e vivem nas imediações do santuário (v. 4). Como é fácil esquecer de dar o devido valor ao privilégio de adorar o “Deus vivo” (ver 115:1-8), privilégio comprado para nós na cruz.


2. Minha força está no Senhor (Sl 84:5-8)


Apesar de o salmista não poder sair de casa, seu coração peregrinava e trazia gravado em si o mapa de Jerusalém. Seu amor por Deus e pelo santuário o ajudava a tomar as decisões certas na vida para que não se desviasse. Uma das referências geográficas citadas - o “vale de Baca” ou o “vale árido” - não é identificada em parte alguma das Escrituras. “Baca” é o termo hebraico para “árvore de bálsamo”, e a seiva dessa árvore escorre lentamente como lágrimas.


O “vale de Baca” é o nome dado a qualquer lugar difícil e doloroso da vida, onde não parece haver esperança alguma, onde nos sentimos desamparados, no “poço do desespero”. Aqueles que amam a Deus sabem que vão atravessar vales como esse, mas não vão permanecer ali. A experiência dessa travessia redunda em bênçãos para eles, e esses fiéis também deixam uma bênção por onde passam. Como Abraão e Isaque, “cavam um poço” (Gn 21:22-34; 26:1 7-33), e como Samuel e Elias, suas orações trazem a chuva (1 Sm 12:16-25; 1 Rs 18). É maravilhoso receber uma bênção, mas é ainda melhor ser uma bênção e transformar um deserto num jardim.


Os verdadeiros peregrinos “vão indo de força em força” (v. 7; Dt33:25; Is 40:28-31; Fp 4:13) e confiam que Deus os capacitará a dar um passo de cada vez e a trabalhar um dia de cada vez. São pessoas de oração, sempre em comunhão com Deus, quaisquer que sejam as circunstâncias. “Bem-aventurado o homem cuja força está em ti” (v. 5).


3 . Minha confiança está no Senhor.


Da súplica “Escuta-me a oração” (v. 8), o salmista passa às petições ao Senhor, começando com uma oração pelo rei (v. 9). O “escudo” é um símbolo usado tanto para o Senhor (3:3; 7:10; 18:2, 30; Gn 15:1) como para o rei ungido de Israel (89:18; ver 2 Sm 1:21). Mas por que orar pelo rei? Porque o futuro da promessa messiânica estava na linhagem do rei Davi (2 Sm 7), e o desejo do salmista é que o Messias venha. Os cristãos de hoje devem ser fiéis, em suas orações pelas autoridades (1 Tm 2:1-4).


Quando caminhamos pela fé, colocamos Senhor e sua vontade em primeiro lugar e mantemos nossas prioridades em ordem (v.10). Essa é versão do Antigo Testamento de Mateus 6:33 e Filipenses 1:21. De acordo com o sobrescrito, este salmo é associado aos “filhos de Corá”, levitas encarregados de guardar a entrada do santuário (1 Cr 9:19), um cargo importante e honrado. Seus antepassados rebelaram-se contra Deus e contra Moisés e foram mortos pelo Senhor (Nm 16; Os filhos de Corá não foram mortos por causa do pecado de seu pai (Nm 26:11); antes, continuaram a servir no santuário. O salmista não almejava um cargo elevado (“guarda da entrada” em 1 Cr 9:19 não é o mesmo que “estar à porta” em 84:10), mas estava disposto a se “assentar na entrada” do templo só para ficar perto do Senhor. Observe a expressão “tendas da perversidade”, em 84:10, e “tendas destes homens perversos”, em Nm 16:26).


Para homens e mulheres de fé, o Senhor é tudo de que precisam. É, para eles, o que o Sol é para nosso Universo - a fonte de vida e luz (27:1; Is 10:17; 60:19, 20; Ml 4:2). Sem o Sol, a vida desapareceria da Terra e, sem Deus, não teríamos vida física (At 17:24-28) nem espiritual (Jo 1:1-14).


Deus é nossa provisão e proteção (“escudo”; ver referências nos vv. 8, 9). Ele é o Deus vivo e dá graça e glória - graça para a jornada e glória no final da jornada (ver Rm 5:1, 2; 1 Pe 5:10). Se caminharmos pela fé, tudo o que começar com a graça de Deus terminará com glória. Deus não nos dá tudo o que desejamos, mas nos concede tudo o que é bom para nós, tudo de que precisamos (ver 1:1-3).


Apesar de períodos de solidão e de retiro espiritual poderem ser extremamente benéficos para nós, em termos espirituais, os cristãos de hoje têm acesso livre e constante à presença de Deus por causa do sangue que Jesus Cristo derramou e de sua intercessão por nós no céu (Hb 7:25; 10:19-25). É no Senhor que encontramos nosso prazer e é ao Senhor que buscamos? Dependemos da força dele? Caminhamos e trabalhamos pela fé? Estamos entre aqueles que “andam retamente” (v. 11)?





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