Texto Básico: Filipenses 4.10-23.
Texto Devocional: Fp 4.13 Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.
Introdução: O que é Contentamento? Alegria; estado da pessoa contente, feliz, satisfeita: Exemplo, o seu filho era puro contentamento.
O problema é que ele parece mais um termômetro do que um termostato! Esse comentário de um dos diáconos despertou a curiosidade do pastor. Estavam conversando sobre alguns candidatos para o conselho, e alguém citou o nome de Jim.
– Digo isso, pastor – o diácono explicou porque um termômetro não muda coisa alguma, apenas registra a temperatura. Está sempre subindo ou descendo. Mas um termostato regula a temperatura do ambiente em que se encontra e faz as alterações necessárias. Jim é com o um termômetro: não tem poder de mudar as coisas. Na verdade, ele se deixa afetar pelas coisas!
O apóstolo Paulo era um termostato. Em vez de ter altos e baixos espirituais de acordo com a mudança das situações, ele prosseguia com determinação, fazendo seu trabalho e servindo a Cristo.
Suas referências pessoais no final desta carta mostram que ele não era vítima das circunstâncias, mas sim vitorioso sobre as circunstâncias: “De tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência” (Fp 4:12); “Tudo posso” (Fp 4:13); “Recebi tudo e tenho abundância” (Fp 4:18).
Paulo não precisava ser paparicado para estar contente; seu contentamento vinha dos recursos espirituais que Cristo lhe provia abundantemente. Contentamento não é o mesmo que complacência, como também não é falsa paz com base na ignorância. O cristão complacente não se preocupa com os outros, enquanto o cristão contente deseja com partilhar suas bênçãos.
O que é ser uma pessoa complacente: Tendência usual para concordar com outra pessoa, buscando agradá-la ou tentando ser agradável.
O contentamento não é uma fuga da batalha, mas sim paz e confiança permanentes em meio à batalha. Veja o que Paulo fala, Fp 4.11. Não digo isto por causa de necessidade, porque já aprendi a contentar-me com as circunstâncias em que me encontre. Duas palavras desse versículo são de importância crítica: “aprendi” e “contente”.
O contentamento processual: O verbo “aprender” refere-se a “aprender por experiência”. Esse contentamento espiritual não era algo que ele havia assimilado imediatamente depois da conversão.
Os momentos difíceis do apóstolo: O apóstolo teve de passar por várias experiências difíceis, a fim de aprender a viver contente. O adjetivo “contente”, na verdade, significa “contido, calmo”.
Ele era capaz de cantar quando havia mais motivos para chorar. Atos 16.23-26. E, depois de lhes darem muitos açoites, os lançaram no cárcere, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança. 24 Este, recebendo tal ordem, levou-os para o cárcere interior e lhes prendeu os pés no tronco. 25 Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam. 26 De repente, sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos.
Ele era capaz de escrever sobre alegria, quando humanamente falando, havia mais razões para estar triste. Fp 1.14-13. de maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais; 14 e a maioria dos irmãos, estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais desassombro a palavra de Deus.
Ele termina seu ministério em uma prisão marmetina, cheio de fé e esperança, dizendo que o combate foi bom, que valeu a pena. Terminar sem ódio, sem rancor e amargura: 2 Tm 4.7-8. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. 8 Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.
É a descrição de um homem cujos recursos encontram-se dentro dele, de modo que não precisa de pender de substitutos externos. O termo grego significa “auto-suficiente” e era uma das palavras prediletas dos filósofos estóicos. Mas o cristão não é auto-suficiente; sua suficiência encontra-se em Cristo. Um a vez que Cristo vive em nós, estamos à altura das exigências da vida.
Neste capítulo, Paulo fala de três recursos espirituais maravilhosos que nos dão suficiência e contentamento.
1. A PROVIDÊNCIA SOBERANA DE DEUS Fp 4.10. Ora, muito me regozijo no Senhor por terdes finalmente renovado o vosso cuidado para comigo; do qual na verdade andáveis lembrados, mas vos faltava oportunidade.
Nesta era de grandes realizações científicas, ouvimos falar cada vez menos da providência de Deus. Por vezes, temos a impressão de que o mundo é uma enorme máquina natural, cujas engrenagens não podem ser detidas em seu movimento nem pelo próprio Deus.
Mas as Escrituras falam claramente de obras providenciais de Deus na natureza e na vida de seu povo. O termo “providência” vem e duas palavras do latim: pro, “antes” e vídeo, “ver”. Ou seja, antes de você ver, Deus já providenciou. Ex Abraão Gn 22.8-13; Agar Gn 21.17-19.
A providência de Deus significa, simplesmente, que Deus vê de antemão. Não quer dizer que Deus apenas sabe de antemão, pois envolve muito mais que mero conhecimento. É a obra que Deus realiza antecipadamente, ordenando as circunstâncias e situações de modo a cumprirem os propósitos divinos. Gn 22.8 Respondeu Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. E os dois iam caminhando juntos.
A história conhecida de José e de seus irmãos ilustra o significado da providência (G n 37 - 50). Os irmãos de José o invejavam e, por isso, o venderam com o escravo quando ele estava com apenas 17 anos de idade. Foi levado para o Egito, onde Deus revelou que, depois de sete anos de fartura, haveria sete anos de fome e de escassez. Pela interpretação que José deu ao sonho do Faraó, os egípcios tomaram conhecimento de tal fato, e, por causa disso, José foi elevado à posição de segundo no poder sobre todo o Egito. Depois de vinte anos de separação, José e seus irmãos se reconciliaram e entenderam o que o Senhor havia feito. Nas palavras de José: “Para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós” (Gn 45:5). “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem” (Gn 50:20).
Essa é a providência de Deus: sua mão governando e predominando sobre as situações da vida. Paulo experimentou essa providência em sua vida e ministério e, por isso, escreveu: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28).
Os filipenses preocupavam-se com o apóstolo, mas, até então, não haviam tido oportunidade de ajudar. Muitos cristãos de hoje têm a oportunidade, as lhes falta o interesse de ajudar.
A vida não é uma série de acidentes, mas sim uma sucessão de compromissos marcados. “Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir” (Sl 32:8). Abraão chamou Deus de “Jeová-Jiré” que significa "O Senhor
Proverá" (Gn 22:14). “Depois de fazer sair todas as [ovelhas] que lhe pertencem, vai adiante delas” (Jo 10:4). Esta é a providência de Deus, uma fonte maravilhosa de contentamento.
2. O PODER INFALÍVEL DE DEUS. Fp 4.11-13. Não digo isto por causa de necessidade, porque já aprendi a contentar-me com as circunstâncias em que me encontre. 12 Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em ter abundância, como em padecer necessidade. 13 Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.
Mais que depressa, Paulo deixa claro a seus amigos que não está se queixando! Sua felicidade não depende das circunstâncias nem das coisas; sua alegria é proveniente de algo mais profundo, separado de sua pobreza ou
prosperidade.
Quase todos nós aprendemos a “estar humilhados”, pois quando as dificuldades surgem, corremos imediatamente para o Senhor, mas poucos sabem “ser honrados”. OBS: A prosperidade causa mais estragos na vida dos cristãos do que a adversidade,“Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma” (Ap 3:17).
A expressão “tenho experiência”, em Filipenses 4:12, possui sentido diferente do verbo “aprender” em Filipenses 4:11. “Ter experiência” significa “iniciado no segredo”. O termo grego no original era usado pelas religiões pagãs com referência a seus “segredos mais íntimos”. Agora faz sentido de forma claro quando Jesus disse: Jo 8.32,36. e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.36 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.
Por meio das tribulações e provações, Paulo foi “iniciado” no segredo maravilhoso do contentamento a despeito da pobreza ou da prosperidade. “Tudo posso naquele [em Cristo] que me fortalece” (Fp 4:13). Era o poder de Cristo dentro dele que lhe dava contentamento espiritual.
Jesus ensina essa mesma lição no sermão sobre a videira e os ramos em João 15. Ele é a Videira e nós somos os ramos. O único propósito do ramo é dar frutos; de outro modo, só serve para ser queimado. O ramo não produz frutos com as próprias forças, mas sim usando da vida que flui na Videira. “Porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:5). Quando o cristão permanece em comunhão com Cristo, o poder de Deus o fortalece. “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4:13).
A providência soberana de Deus e o amor imutável de Deus são dois recursos espirituais dos quais podemos nos valer, a fim de ter suficiência para viver corretamente. Existe, porém, um terceiro recurso.
3. A PROMESSA IMUTÁVEL DE DEUS. Fp 4.14-20.
Paulo agradece à igreja de Filipos a oferta generosa e a com para a três coisas bastante conhecidas.
Um a árvore brotando (v. 10). No original, o termo traduzido por “renovar” refere-se a uma flor se abrindo ou a uma árvore brotando ou florescendo. Muitas vezes, passamos por “invernos espirituais”, mas quando chega a primavera, as bênçãos e a vida se renovam. A árvore, em si, não é desarraigada e carregada para algum outro lugar; as circunstâncias são as mesmas. O que muda é a nova vida interior.
Um investimento (14-17). Paulo considera a oferta missionária dos filipenses um investimento que lhes seria extremamente lucrativo. O verbo “associar” corresponde ao termo “comunhão”. Nesse acordo, a igreja deu riquezas materiais a Paulo e recebeu riquezas espirituais do Senhor. É o Senhor quem cuida da contabilidade e jamais sonegará dividendos espirituais. A igreja que não compartilha com outros suas riquezas materiais é uma igreja pobre.
Um sacrifício (v. 18). Para o apóstolo, a oferta também é um sacrifício espiritual colocado sobre o altar para a glória de Deus. A vida cristã tem certos “sacrifícios espirituais” (1 Pe 2:5 vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo.). Devemos entregar o nosso corpo com o sacrifício espiritual (Rm 12:1-2) e também o louvor de nossos lábios (Hb 13:15). As boas obras são um sacrifício
para o Senhor (Hb 13:16), como também o são as almas perdidas que temos o privilégio de ganhar para Cristo (Rm 15:16). Aqui, Paulo vê os cristãos filipenses como sacerdotes, entregando suas ofertas como sacrifícios ao Senhor. Lembrando das palavras de Malaquias 1:6-14, devemos apresentar ao
Senhor o que temos de melhor.
No entanto, Paulo não considera essa oferta uma dádiva apenas dos filipenses. Para ele, é o suprimento divino de suas necessidades. O apóstolo depositava sua confiança no Senhor.
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