UNIDADE


Os Atributos de Deus.


Texto Básico: Jó 11.7-9. Salmos 139

Texto Devocional: Salmos 139. 16. Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles.


Introdução: O termo “Atributos de Deus” quer dizer os diferentes aspectos do seu caráter, ou seja, as qualidades ou perfeições próprias à sua natureza. São chamados atributos porque Deus os atributos a si mesmo, porque são próprios da sua pessoa. Através deles distinguimos Deus de todos os outros seres.


Só podemos saber o que Deus nos revelou sobre si mesmo através dele mesmo. A nossa ignorância natural sobre este assunto é apresentada por Zofar em Jó 11.7-9. Deus é infinito mas o homem é finito. Portanto, podemos concluir que lhe é impossível compreender inteiramente ao Senhor, pois o que compreende deve ser maior do que aquilo que é compreendido. Deus é infinitamente superior a todas as inteligências criadas, e por isso é impossível a quem quer que seja compreender inteiramente a sua natureza.


A incompreensibilidade de Deus foi admitida pelos filósofos pagãos, como se pode ver na história de Simônides. Sendo este filósofo interrogado por seu príncipe com a pergunta: “O que ou quem é Deus”, o filósofo para responder pediu da primeira vez um dia, da segunda uma semana, e da terceira vez um mês. E de pois disto continuou considerando o assunto. Finalmente o filósofo deixou a pergunta sem resposta, declarando que quando mais examinava o tema, tanto mais se convencia de sua incompreensibilidade.


Portanto, é impossível compreender a essência de Deus. Tudo quando podemos fazer é considerar os atributos de Deus, até onde lhe aprove revelar tais atributos ao homem.


Neste sentido da palavra é nosso privilégio e também nosso dever tomar conhecimento deles.


Deixando de lado as classificações teológicas dos atributos em absolutos e relativos, naturais e morais, positivos e negativos, próprios e metafóricos, que servem mais para confundir do que esclarecer o assunto, abordaremos o tema à luz do esboço abaixo, que reúne 12 atributos.


1. Unidade.

2. Eternidade.

3. Espiritualidade.

4. Onisciência.

5. Onipotência.

6. Onipresença.

7. Imutabilidade.

8. Sabedoria.

9. Verdade.

10. Santidade.

11. Justiça.

12. Bondade.


UNIDADE:


Que só existe um Deus, claramente se pode ver nas seguintes passagens bíblicas: Vejamos o que a Bíblia diz:


No Pentateuco: Dt 4.35. A ti te foi mostrado para que soubesses que o Senhor é Deus; nenhum outro há senão ele. Moisés lembrou o povo do caráter do Deus de Israel e de como deveriam responder a ele. Se não conhecermos o caráter do Deus a quem adoramos, como poderemos adorá-lo “em espírito e em verdade” (Jo 4:24)?


Dt 6.4. Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor. O verbo “ouvir” é usado quase cem vezes em Deuteronômio. A confissão de fé tradicional dos judeus (Dt 6:4,5) é chamada de Shema, palavra que vem do hebraico e significa “ouvir, prestar atenção, compreender, obedecer”.


Para o judeu do Antigo Testamento e o cristão do Novo Testamento, ouvir a Palavra de Deus implica muito mais do que ondas de som chegando ao ouvido humano. Ouvir a Palavra de Deus é uma questão de concentrar todo nosso ser – mente, alma e vontade – no Senhor, recebendo o que ele nos diz e obedecendo. A fim de transformar nossa vida, a Palavra de Deus deve penetrar em nosso coração e tornar-se parte de nosso ser interior. Foi isso o que Jesus quis dizer quando falou: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Lc 8:8). Dt 6.4. Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor. A idolatria era um pecado muito grave, pois Israel havia se “casado” com Jeová no monte Sinai, de modo que, na verdade, sua adoração a ídolos era adultério. Segundo a especialista em Pentateuco, Nayara Predine; o culto idolatra que Israel praticou quando Moisés subiu ao monte, era uma verdadeira orgia e bacanal. (Jr 3; Os 1 – 2).


Era um pecado contra o amor de Deus e uma transgressão à lei divina. Por fim, o Senhor teve de mandar seu povo à Babilônia para curá-lo de sua idolatria. Pode ter sido esse o motivo que levou Moisés a citar a tragédia dos pecados de Israel em Baal-Peor (Dt 4:3, 4; Nm 25).


O acontecimento era recente o suficiente para que o povo se lembrasse dele. O falso profeta Balaão havia sido contratado pelo rei Balaque para amaldiçoar o povo de Israel, mas cada vez que Balaão tentava amaldiçoá- los, acabava abençoando-os (Nm 22 – 24). Suas maldições não funcionaram, mas ele elaborou um plano que deu certo.


Balaão e Balaque convidaram os homens israelitas para as festas religiosas dos moabitas e incentivaram sua total participação (Nm 25). Isso significava ter relações com prostitutas cultuais dos templos, e um dos homens chegou a levar sua “namorada(Nm 25.6)de volta para o acampamento de Israel! O fato de Deus julgar seu povo matando vinte e quatro mil homens indica que muitos dos israelitas não hesitaram em tomar parte naquela libertinagem. Aquilo que o inimigo não conseguiu fazer com maldições e combate, foi capaz de realizar por meio da condescendência (acréscimo) e da “amizade”.


Os israelitas que recusaram o convite e permaneceram fiéis ao Senhor ainda estavam vivos, pois a Palavra é nossa vida, e obedecer à Palavra de Deus nos mantém em comunhão com o Senhor (2 Co 6:14 - 7:1). O povo de Deus deve cuidar para não ter amizade com o mundo (Tg 4:4) nem ser contaminado pelo mundo (Tg 1:27), pois isso nos leva a amar as coisas terrenas (1 Jo 2:15-1 7) e a nos conformar com o mundo (Rm 12:2). Esse tipo de vida chama para si a disciplina de Deus, pois “O Senhor julgará o seu povo” e “Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10:30,31).


Nos Profetas: Is 45.21b. … Porventura não sou eu, o Senhor? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há além de mim.


Nos Salmos: Sl 86.10. Pois tu és grande e operas maravilhas; só tu és Deus!


No Evangelho: Jo 17.3. E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste.


Nas Cartas Paulinas: 1 Co 8.4. Quanto, pois, ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só. Ef 4.6. um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós.


A unidade divina opõe-se ao dualismo – a crença em duas divindades antagônicas (contrário, adverso, incompatível, contraditório, divergente) e eternas, uma boa e outra má, e ao politeísmo – a crença em uma pluralidade de deuses. Estes dois erros têm produzido toda sorte de impurezas e idolatria no mundo.


Quando as nações pagas abandonaram a unidade de Deus, lançaram-se no abismo do politeísmo. Rm 1.23. e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, de quadrúpedes e répteis.


Bem disse o apóstolo Paulo que eles “… antes nas suas especulações se tornaram vãos, e o seu coração insensato se obscureceu.” (Rm 1.21.) Porque se a razão humana não tivesse se degenerado, como certeza diria: não pode existir senão um só Deus.


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