O Despertamento Renova o Altar


Lição 03 – O Despertamento Renova o Altar


Leitura bíblica em classe

Ed 3.2-5, 10-13


Texto áureo

Então Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele. E reparou o altar do Senhor, que estava quebrado” (1 Rs 18.30).


Verdade prática

Satanás jamais derrotará o crente cujo altar é constantemente renovado pelo Espírito.


OBJETIVOS DESTA LIÇÃO:

I – Elucidar aos alunos o significado do altar para o Antigo Pacto:

II – Entender que Cristo é o centro da nossa comunhão com Deus;

III – Comprovar que nem todos os despertamentos de hoje têm as características mencionadas de um verdadeiro despertamento.


Introdução

Nesta lição meditaremos sobre um fato que caracteriza o verdadeiro o despertamento. Trata-se da necessidade que os homens passam a sentir de se chegarem mais perto do altar de Deus, a fim de estarem cada vez mais perto de Deus.



Ponto central: Cristo é o centro da nossa comunhão com Deus.


I. O DESPERTAMENTO CONDUZ O HOMEM AO ALTAR

1. Os judeus sentiam a necessidade do acesso a Deus que o altar lhes proporciona.

O propósito que traziam no coração, ao retornar do cativeiro, precisava ser muito firme, porque estavam rodeados de inimigos cruéis. A Bíblia diz: “O terror estava sobre eles por causa dos povos da terra” (Ed 3.3). Por isso mesmo, o povo sentia que precisava do acesso a Deus, através do altar. “Este será o holocausto contínuo… perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo ali” (Êx 29.43). Estas bênçãos os judeus agora almejam através do altar.



2. Todos os despertamentos genuínos começam com a restauração do altar.

Temos na Bíblia vários exemplos disto. Vejamos:

a. No tempo do profeta Elias, nos dias do rei Acabe. Ver o texto em 1 Rs 18.16-40. No confronto com os profetas de Baal, a primeira coisa que Elias fez foi reparar o altar que estava quebrado. (1 Rs 18.30). Depois sacrificou sobre ele, e orou a Deus. O fogo desceu e o povo exclamou: “Só o Senhor é Deus, só o Senhor é Deus!” O despertamento decorreu do conserto do altar.


b. Quando o piedoso rei Ezequias assumiu o trono de Judá, já no primeiro ano do seu reinado ele abriu as portas da casa do Senhor e as separou (2 Cr 29.3 Pois ele, no primeiro ano do seu reinado, no primeiro mês, abriu as portas da casa do Senhor, e as reparou). Mandou purificar o templo, tirar fora toda a imundícia, purificar o altar do holocausto que havia sido substituído no reinado de seu antecessor Acaz, por um altar construído com modelo copiado de Damasco (2 Rs 16.10-12). Quando então os sacerdotes sacrificavam sobre o altar santificado, começou um novo cântico na casa de Deus (2 Cr 29.27-28). O despertamento levou à separação do altar.



c. Quando os judeus voltaram do cativeiro, construíram o altar sobre as suas antigas bases, do modo como manda a lei (Ed 3.3) e sacrificaram holocaustos ao Senhor. A alegria foi grande entre os judeus, pois podiam de novo sacrificar a Deus, e celebrar a festa dos tabernáculos. O culto a Deus havia recomeçado (Ed 3.4,5).



SÍNTESE DO TÓPICO I

Todos os despertamentos genuínos começam com a restauração do altar, por isso os judeus sentiam a necessidade de ter acesso a Deus através de um altar restaurado.


SUBSÍDIO CULTURAL

O que é o altar?

Do hebraico ‘mizbeach’: ‘sulhan’: e do grego ‘thysiasterion’ (de ‘thysia’, sacrificio): e aindo do latim ‘altare, altaria’ (semelhante a ‘adoleo’ queimar). Quase todas as pessoas dessa geração têm um conceito berrado do verdadeiro altar no sentido genérico e prático que motivou sua existência. Todos julgam, geralmente, que um altar genuíno é a parte de um templo, de uma catedral, de uma mesquita ou de uma sinagoga. Muitos, sem dúvida, vão surpreender-se quando lhe mostrarmos como a Bíblia define o significa do altar verdadeiro e sua função.

O altar, de acordo com as Escrituras, era um lugar construído para nele se oferecerem sacrifícios e holocaustos de animais. Era um testemunho perpétuo, um favor; sentia-se nele a manifestação divina, significava a presença de Deus, santificava as ofertas, e era o lugar onde se realizava a comunhão dos fiéis com o Senhor. Por tais razões o altar era respeitado” (CONDE, Emilio. Tesouro de Conhecimento Bíblicos. 2° ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1983, pp. 45-46).



II. CRISTO, O CENTRO DA NOSSA COMUNHÃO COM DEUS.

No tempo do Velho Testamento o altar era o ponto central do culto a Deus No tempo do Novo Testamento o sacrifício de Jesus no Gólgota é o grande acontecimento, para o qual o altar apontava profeticamente. Paulo escreveu à igreja em Corinto: “Principalmente vós entreguei o que também recebi, que Cristo morreu pelos nossos pecados” (1 Co 15.3).


Escreveu ainda: “Nada me propus entre vós, senão Jesus Cristo e esse crucificado” (1 Co 2.2). “Todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.17). “Para que em tudo (Jesus) tenha a preeminência” (Cl 1.18). “Para vós os do altar. que credes, é preciosa a pedra principal da esquina” (1 Pe 2.7). Tudo isto porque Jesus, pela sua morte expiatória, ganhou a redenção para todo o mundo (Ef 1.7; 2.13-16; Rm 3.23-25; 5.9,10; 1 Pe 1.18,19).



1. Toda a Trindade atuou ativamente na morte expiatória de Jesus:

a. O PAI CELESTIAL. Antes da fundação do mundo o Pai planejou a obra redentora, com o sacrifício de seu Filho (Ef 3.6-9). “Na consumação dos séculos enviou o seu Filho” (Gl 4.4; Jo 3.16). O Pai participou diretamente do drama do Gólgota (2 Co 5.19).


b. CRISTO, O FILHO DE DEUS. Entregou-se a si mesmo em oferta e sacrifício (Ef 5.2; Hb 9.14). Ele levou os nossos pecados sobre o madeiro (1 Pe 2.24) e padeceu para levar-nos a Deus (1 Pe 3.18).


c. O ESPÍRITO SANTO. Ajudou o Filho a vencer todos os obstáculos que altar santificado, se levantaram contra Ele, até chegar à cruz. Foi pelo Espírito Eterno que Jesus se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus (Hb 9.14).


2. O Espírito Santo quer, pelo despertamento, mostrar aos homens a grande vitória de Jesus no Gólgota. O Espírito Santo quer iluminar o entendimento dos homens para esta grande realidade: “Depois de serdes iluminados suportastes grande combate de aflições” (Hb 10.32).


a. O Espírito REVELA (Ef 1.17), iluminando os olhos do nosso entendimento para que saibamos a grandeza de seu poder sobre nós que manifestou em Cristo ressuscitando-o dos mortos (Ef 1.19,20). O Espírito Santo revelou a Pedro que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.16,17).


b. O Espírito ENSINA as profundidades do vitupério da cruz. Quando Jesus, na estrada de Emaús, explicava aos seus discípulos o que as Escrituras escreveram sobre a sua morte, os corações deles ardiam (Lc 24.32,45).


c. O Espírito EXPLICA o verdadeiro significado da morte de Jesus na cruz, sobre o infinito alcance do brado: “Está consumado!” (Jo 19.30). Deus confirmou esta palavra de seu Filho, fazendo rasgar o véu de alto a baixo (Mt 27.51) mostrando ao Universo que um novo e vivo caminho havia sido consagrado pelo véu, isto é, pela carne de Jesus (Hb 10.19,20).


Por meio desta vitória os principados e potestades satânicos foram despojados, e Jesus triunfou deles em si mesmo (CI 2.15). Por isto temos nele a vitória (1 Co 15.57; 2 Co 2.14; Rm 8.37). Pela fé em Jesus Cristo, podemos vencer o mundo (1 Jo 5.4,5).

Por causa do brado “Está consumado!”, a justiça de Cristo agora é oferecida gratuitamente àqueles que crerem em Jesus (2 Co 5.21; Is 53.11; Gl 2.16; At 13.39; Rm 4.22-25).

d. O Espírito PENETRA todas as coisas (1 Co 2.10). A luz da glória de Cristo, revelada na cruz, é uma luz que tudo manifesta (Ef 5.13). Quando esta luz ilumina o painel da nossa consciência, como aconteceu com o profeta Isaías (Is 6.5-7), sentimos o grande peso dos nossos pecados, e, pelo Espírito Santo, somos despertados e levados ao arrependimento.



SÍNTESE DO TÓPICO II

No NT Cristo tornou-se o centro da nossa comunhão com Deus através de sua morte expiatória, trazendo redenção a todos os homens. Não temos mais o altar como nosso ponto central de culto a Deus como no AT.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Sob a lei mosaica a expiação pelo pecado era conseguida através da morte de uma vítima sacrificial. O derramamento de seu sangue era a evidência de sua morte. “Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida [da vítima]’ (Lv 17.11).


A expiação bíblica tem uma forma clara, e esta reconciliação específica é efetuada pela morte de Jesus Cristo em sua encarnação, vida, morte, ressurreição e ascensão. Portanto, esta expiação em particular deve ser entendida em termos de sua base e realidade específicas, ao invés ser compreendida em termos do conceito geral.


O conceito bíblico. Tanto no AT como no NT, a necessidade de reconciliação é colocada pela decisão misericordiosa, sábia e onipotente de Deus, de satisfazer sua santidade e sua justiça, além de cumprir seu propósito a favor do homem pecador, culpado, alienado e impotente. O homem, em seu pecado, está obviamente em uma condição inapropriada para a comunhão com Deus, e um destino eterno junto dele. No entanto, o homem não é capaz de absolver a si mesmo da culpa, nem de se libertar da transgressão.


Os sacrifícios do AT certamente não foram criados como um meio de auto expiação humana. Eles apontavam para a expiação oferecida pelo Senhor Jesus Cristo. Para o cumprimento do propósito divino no homem, existe a necessidade de um sacrifício substitutivo como a base do perdão, da liberação e da restituição” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p.749).


III. CUIDADO COM AS IMITAÇÕES

Alguns dizem que nem todos os despertamentos de hoje têm as características que são mencionadas nesta lição. Concordamos plenamente. Já no tempo dos apóstolos havia “movimentos” que realmente “tinham uma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humilde e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum, senão para a satisfação da carne” (Cl 2.23 As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum no combate contra a satisfação da carne).


Também em nossos dias aparecem movimentos “que são imitações baratas do verdadeiro despertamento. Muitos destes movimentos empregam técnicas avançadas de dominações psicológicas.


Estes “avivalistas” ou “especialistas” sabem com suas técnicas dominar o auditório, e podem fazer o público rir, chorar, jubilar, pular, bater palmas, etc. Sabem até imitar o batismo como Espírito Santo, “ensinando” o povo a falar em línguas! São, porém, experiências sem nenhum poder e sem a menor reverência.

Uma de nossas igrejas sentiu-se obrigada a orientar os irmãos acerca de o verdadeiro um movimento que faz de suas reuniões “Shows” com apresentações de cantores “evangélicos.” Nesses “Shows” dominam aplausos, vaias, gritos, assobios, bebidas alcoólicas, jovens dançando e se requebrando de modo até mesmo sensual, enquanto os “hinos” estão sendo entoados. Cuidado! Este tipo de imitação pode fazer com que a glória de Deus se afaste.



Todo movimento feito sem que o Espírito Santo esteja na direção, não pode prosperar. E como uma tartaruga deitada de costas; movimenta os pés, mas fica no mesmo lugar.


Mantenhamos o Espírito Santo na direção. (SD) Então veremos cumprir se a palavra que diz: “Vão indo de força em força” (Sl 84.7 Vão sempre aumentando de força; cada um deles aparece perante Deus em Sião). Glória a Jesus.


SÍNTESE DO TÓPICO III

O estudo sistemático da Bíblia é necessário para identificar os movimentos que não tem as características do verdadeiro despertamento espiritual.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO

O arrependimento expressa uma grande transformação no interior do homem, gerando nele remorso e tristeza pelo mal que praticou, levando-o a pedir perdão a Deus e implorando força para viver uma nova vida. Arrependimento e conversão constituem uma só experiência, porém exprimem dois lados dela (cf. At 3.19).


[…] O Espírito Santo opera o arrependimento, aplicando-o à obra de Cristo na vida do homem, convencendo-o do pecado, da justiça de Cristo e do juízo vindouro (Jo 16.8,9). O arrependimento também resulta da pregação da Palavra de Deus (Mt 12.41). Quando Deus manifesta-se aos homens, estes sentem-se humilhados, quebrantados e prontos a se arrependerem (Jó 42.5,6)” (BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.168).

PARA REFLETIR

A respeito de “O Despertamento Renova o Altar”, RESPONDA:

1 – O que caracteriza o verdadeiro despertamento?

A necessidade dos homens se aproximarem mais de Deus.

2 – Como começam os despertamentos espirituais genuínos?

Começam com a restauração do altar.

3 – Em relação ao altar, o que representa Cristo hoje para nós?

Representa o ponto central de nossa comunhão com Deus.

4 – Qual a atuação do Espírito Santo na morte vicária de Cristo?

O Espírito Santo ajudou o Senhor Jesus a superar todos os obstáculos para que a sua obra vicária se completasse no Gólgota.

5 – Por que devemos tomar cuidado com os falsos despertamentos?

Porque comprometem o desenvolvimento sadio da obra de Deus.

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