Lição 02: Despertamento espiritual
Leitura
Bíblica
em Classe
Esdras
1.1-7; Neemias 1.1-3.
Texto Áureo: “E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que quando aceitamos a fé”. Romanos 13.11.
Objetivo geral. Reconhecer a origem de um despertamento espiritual e suas finalidades.
I. O DESPERTAMENTO ESPIRITUAL EMANA DO PRÓPRIO DEUS
“No
primeiro ano de Ciro, […], despertou o Senhor o espírito de Ciro”
(Ed 1.1). Deus despertou Daniel para orar pelo futuro de seu povo.
Todavia, não foram as orações de Daniel e nem sua vida santificada
que produziram o despertamento, mas foi o próprio Deus que fez o
milagre do despertamento de Ciro (Is 26.12. Senhor,
tu hás de estabelecer para nós a paz; pois tu fizeste para nós
todas as nossas obras. 1Co 12.6 e
talvez demore convosco algum tempo, ou mesmo passe o inverno, para
que me encaminheis para onde quer que eu for. Por isso, o
despertamento é um mistério.
As coisas humanas podem ser explicadas, previstas e calculadas. Mas a operação do Espírito Santo é diferente. Jesus disse: “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (Jo 3.18). Nós, na verdade, podemos ver o resultado do despertamento, e até mesmo sentir a operação “das virtudes do século futuro” (Hb 6.5 e provaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo vindouro,). Mas na verdade nada sabemos e nada entendemos do poder de Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
O despertamento espiritual emana de Deus, por isso Ele usa os instrumentos que achar necessários para cooperarem com a Sua soberana vontade.
II. AS FINALIDADES DO DESPERTAMENTO
1. A restauração nacional de Israel.
Deus, quando quer realizar seus propósitos, pode incutir a sua vontade no espírito do homem. Foi assim que Ele fez com Ciro. Embora fosse rei de uma nação idólatra, Ciro foi despertado por Deus, o qual incutiu a Sua vontade no espírito dele, dominado pelas tradições e pela idolatria, a fim de que ele cumprisse os desígnios divinos relativos ao povo de Israel, conforme havia falado pela boca do profeta Isaías, cerca de 180 anos antes (Is 44.28; 45.1-6).
a. Is 44.28. que digo de Ciro: Ele é meu pastor, e cumprira tudo o que me apraz; de modo que ele também diga de Jerusalém: Ela será edificada, e o fundamento do templo será lançado.
b. Is 45.1-6. Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis; para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão; 2 eu irei adiante de ti, e tornarei planos os lugares escabrosos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro. 3 Dar-te-ei os tesouros das trevas, e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chamo pelo teu nome. 4 Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu escolhido, eu te chamo pelo teu nome; ponho-te o teu sobrenome, ainda que não me conheças. 5 Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cinjo, ainda que tu não me conheças. 6 Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro.
Quando o propósito de Deus chegou ao conhecimento de Ciro, era um fato já aceito e aprovado por ele, e logo foi consumado. Assim, logo no início do seu reinado, Ciro proclamou um édito autorizando os judeus a retornarem a Jerusalém e edificarem a casa do Senhor “em Jerusalém, que é em Judá” (Ed 1.2 Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus do céu me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá). Começava, assim, uma restauração nacional do povo israelita.
2. A restauração espiritual de Israel.
Deus
quer usar o homem como seu instrumento. Todavia, só são usados
aqueles que cooperam com Deus, aqueles que seguem a orientação
divina por livre-arbítrio. O homem é livre para obedecer, ou não,
à orientação divina. Por isso, nem todos os que experimentam um
despertamento adquirem o mesmo progresso espiritual, porque não
abrem igualmente seu coração para Deus, a fim de obedecer, à
risca, à orientação divina (Pv 23.26 Filho
meu, dá-me o teu coração; e deleitem-se os teus olhos nos meus
caminhos. Dt 6.5 Amarás, pois,
ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de
todas as tuas forças).
Durante o cativeiro, o
povo israelita havia assimilado muitos dos costumes dos babilônicos,
porém havia aprendido a lição concernente à vontade de Deus: não
servir aos deuses das nações, não adorar os ídolos. Antes do
exílio, Israel estava espiritualmente enfermo dos pés à cabeça
(Is 1.2-6), mas agora havia sido curado da idolatria para
sempre. Para Israel, o sofrimento resultou no despertamento, e este,
na sua restauração espiritual. A finalidade principal de
despertamento é sempre a restauração espiritual do povo de Deus.
Is 1.2-6. Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque falou o Senhor: Criei filhos, e os engrandeci, mas eles se rebelaram contra mim. 3 O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende. 4 Ah, nação pecadora, povo carregado de iniquidade, descendência de malfeitores, filhos que praticam a corrupção! Deixaram o Senhor, desprezaram o Santo de Israel, voltaram para trás. 5 Por que seríeis ainda castigados, que persistis na rebeldia? Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco. 6 Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã; há só feridas, contusões e chagas vivas; não foram espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo.
Cada
despertamento tem por objetivo principal a salvação e a restauração
do homem. Encontramos sempre estes dois polos: A GRAÇA E O PECADO. O
Espírito Santo está sempre pronto para convencer o mundo sobre “o
pecado, a justiça e o juízo” (Jo 16.8,9). Vejamos:
a.
O Espírito Santo é sempre intolerante com o pecado.
O Espírito Santo convenceu Saulo de que havia pecado contra a pessoa de Jesus (At 9.4-5 e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? 5 Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? Respondeu o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti chutar contra os aguilhões).
Foi o Espírito Santo que convenceu de pecado a mulher samaritana (Jo 4.16-19 Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido e vem cá. 17 Respondeu a mulher: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido; 18 porque cinco maridos tiveste, e o que agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade. 19 Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta) e fez Zaqueu confessar sua falta (Lc 19.8 Zaqueu, porém, levantando-se, disse ao Senhor: Eis aqui, Senhor, dou aos pobres metade dos meus bens; e se em alguma coisa tenho defraudado alguém, eu lho restituo quadruplicado).
O Espírito Santo torna manifesta as coisas más (Ef 5.13-14 Mas todas estas coisas que são condenadas se manifestam pela luz, pois tudo o que torna manifesto é luz. 14 Pelo que diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te dará luz.).
O
profeta de lábios impuros sentiu que perecia na presença da
santidade de Deus (Is 6.5 Então disse
eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou homem de lábios
impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus
olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos!). O Espírito
Santo faz com que os crentes andem na luz (1Jo 1.7 mas,
se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo
pecado).
b.
Mas o Espírito Santo também aponta para Jesus como a Quele
que perdoa e salva.
(1Jo 1.9; 2.1,2; Rm 3.25; 2Co 5.18-21). Este era o ensino nos dias dos apóstolos e deve continuar sendo nos dias de hoje, pois a Palavra de Deus não muda, e as nossas necessidades espirituais também não (At 13.38-41; 14.15-17; 17.26-31).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
As finalidades do despertamento envolviam as restaurações nacional e espiritual de Israel. A primeira restaurou a pátria e a segunda restaurou o homem da idolatria dos deuses pagãos do exílio.
SUBSÍDIO HISTÓRICO
“A
política de Ciro beneficiou sensivelmente os judeus exilados em
Babilônia, pois Ciro conferiu a Yahweh o mesmo respeito dado a
Marduque e a outras divindades. A consequência lógica de sua
política foi o decreto que permitia aos judeus o retorno à sua
terra. Somente em um templo restaurado em Jerusalém Yahweh poderia
agir efetivamente como o Deus de Judá.
Assim, em fiel obediência a
Yahweh, Ciro decidiu repatriar o povo judeu. Providenciou
autorizações para que eles voltassem e reconstruíssem a cidade e o
templo para seu Deus” (MERRIL, Eugene H. História de Israel no
Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as
nações. 6ª Edição. RJ: CPAD, 2007, p.509).
III. DEUS CUMPRE AS SUAS PROMESSAS
1. A fidelidade de Deus em suas promessas.
Pelo despertamento que Ciro recebeu, Deus cumpriu literalmente a sua Palavra em relação ao retorno de Judá a sua terra (Jr 27.22 Para Babilônia serão levados, e ali ficarão até o dia em que eu os visitar, diz o Senhor; então os farei subir, e os restituirei a este lugar), bem como a derrota da Babilônia diante do exército medo-persa, sob o comando de Ciro da Pérsia.
Jr 25.12. Acontecerá, porém, que quando se cumprirem os setenta anos, castigarei o rei de Babilônia, e esta nação, diz o Senhor, castigando a sua iniquidade, e a terra dos caldeus; farei dela uma desolação perpetua.
Is 44.28. que digo de Ciro: Ele é meu pastor, e cumprira tudo o que me apraz; de modo que ele também diga de Jerusalém: Ela será edificada, e o fundamento do templo será lançado.
Is 45.2-6. eu irei adiante de ti, e tornarei planos os lugares escabrosos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro. 3 Dar-te-ei os tesouros das trevas, e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chamo pelo teu nome. 4 Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu escolhido, eu te chamo pelo teu nome; ponho-te o teu sobrenome, ainda que não me conheças. 5 Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cinjo, ainda que tu não me conheças. 6 Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro.
2. Deus renova suas promessas de bênçãos.
Em cada despertamento, Deus vivifica e renova suas promessas de bênçãos ao seu povo. O Espírito Santo revela as riquezas escondidas em Cristo, isto é, as riquezas de glória que Cristo ganhou na cruz do Calvário, para dar àqueles que O servem.
Rm 9.23 para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que de antemão preparou para a glória,
Ef 1.18; sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos,
Ef 2.7; para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus.
Fp 4.19; Meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus.
Cl 1.27. a quem Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a esperança da glória;
O
batismo no Espírito Santo é uma bênção que faz parte de uma nova
vida com Cristo (At 2.38; cf. Hb 6.1-3). No
despertamento que operava no tempo dos apóstolos, eles faziam
questão de que todos os convertidos recebessem esta maravilhosa
unção do alto (At 8.14-17; At 19.1-6). Os dons
espirituais também fazem parte das bênçãos que Jesus deseja dar
por meio do despertamento (1Co 12.7-11). Deus ainda deseja despertar
os corações para ter fé renovada na cura do corpo, também
resultado da morte expiatória de Jesus (Is 53.3-5; Mt 8.14-17; Tg
5.14-17; Mc 16.17,18).
3. Deus renova a fé dos
abatidos.
Pelo
despertamento, Deus cria ambiente de fé, de expectativa e de oração.
O despertamento nasceu da oração, e só poderá prosseguir se a
chama da oração continuar acesa. No Antigo Testamento, o fogo do
altar de incenso não se podia deixar apagar (Êx 30.7,8). Do mesmo
modo, Deus quer que o fogo do Espírito Santo não se apague em
nossos corações, mas, sim, que continue aceso, hoje, como no Dia de
Pentecoste. Todavia, isso só se pode conseguir através da oração
incessante, por parte de cada um de nós.
IV. O DESPERTAMENTO TORNA OS HOMENS OBEDIENTES À PALAVRA
1.
O culto que foi restabelecido em Jerusalém foi exatamente aquele que
a lei de Deus determinava (Ne 12.44-47). Não foram introduzidas
novas formas de culto, nem qualquer mistura de doutrinas
babilônicas!
2. O despertamento dado pelo Espírito
Santo faz com que os crentes desejem intensamente ser fiéis à
Palavra de Deus.
Paulo
escreveu: “Para que, em nós, aprendais a
não ir além do que está escrito” (1Co 4.6). O crente
despertado inclina-se a guardar os estatutos de Deus até o fim (Sl
119.112). E esta forma de proceder, esta atitude do crente, é uma
das bases para a comunhão uns com os outros. “Companheiro sou de
todos os que te temem, e dos que guardam os teus preceitos” (Sl
119.63).
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
O
que é um despertamento espiritual?
Antes
de mais nada, é um retorno à vontade de Deus. Todas as vezes que os
crentes voltam aos princípios das Sagradas Escrituras, dá-se um
despertamento espiritual. Foi assim nos tempos de Josias e na época
de Esdras. E, o mesmo se verifica quando o povo de Deus, hoje,
predispõe-se a executar as tarefas que o Senhor lhes entrega. Mas o
que é necessário para se viver um grande despertamento
espiritual?
Em primeiro
lugar, é necessário se voltar às Sagradas Escrituras e
esposar todos os seus princípios. Neste ponto, devem cair por terra
as nossas conveniências e comodidades. Somente a vontade de Deus é
que interessa. Notemos que o grande avivamento de Josias começou
exatamente quando líderes do povo começaram a examinar detidamente
as Sagradas Escrituras. Doutra forma, continuariam no mesmo
marasmo.
Em segundo
lugar, é necessário buscar com redobrado favor a presença
de Cristo. Afirmou certa vez um teólogo que a história se cala
acerca dos avivamentos que começaram sem oração. Quer nos tempos
bíblicos, quer nos dias de hoje, não pode haver avivamento sem
oração. É um pressuposto básico do qual não podemos fugir.
Em
terceiro lugar, não podemos perder o nosso primeiro amor. A
Igreja de Éfeso, por exemplo, sofria deste mal crônico.
Exteriormente, não poderia haver igreja tão ortodoxa
doutrinariamente como aquela. No entanto, estava longe do seu
primeiro amor. E, se a força do nosso amor não corresponde aos
primórdios da nossa fé, carecemos rogar as misericórdias do Senhor
para que um novo despertamento espiritual venha renovar o nosso
amor.
PARA REFLETIR. A
respeito de “Despertamento Espiritual — Um milagre”,
responda:
1. Em que ano o Senhor despertou o
espírito de Ciro?
No primeiro ano do rei Ciro, da Pérsia.
2.
De onde emanam os despertamentos espirituais?
Do próprio
Deus.
3. Na obra do despertamento, quem Deus
usa?
Aqueles que se colocam integralmente à disposição de
Deus.
4. Como era o culto restabelecido em Jerusalém?
De
acordo com a Lei de Deus.
5. O que o despertamento
provoca no crente?
Leva os crentes da desejarem ser mais fiéis
à Palavra de Deus.
Comentários
Postar um comentário