A
MORTE DE CRISTO.
Texto
Áureo:
1 Co 15.3. Porque
primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu
por nossos pecados, segundo as Escrituras.
Texto
Devocional:
Ap 1.18. e
aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos
dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno.
Introdução:
A morte de Cristo é tão abrangente que acho que só saberemos tudo
sobre ela na eternidade. Vejamos o que as Escrituras nos dizem sobre
ela.
- Foi voluntária – Por livre escolha e não por compulsão, (compulsão: Obrigar alguém a comparecer em juízo). Jesus se entregou de forma espontânea e vontade própria. Jo 10.17-18; Jo 2.19-22.
Jesus
não foi um mártir, sua morte não foi uma fatalidade, foi por sua
livre escolha. Ninguém podia matá-lo, Ele si deu mesmo a Deus por
amor a nós. Assim Jesus vez um único sacrifício, para evitar a
repetição
Hb
7.27. que
não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia
sacrifícios, primeiramente, por seus próprios pecados e, depois,
pelos do povo; porque isso fez ele, uma vez, oferecendo-se a si
mesmo.
Hb
10.11-12. Ora,
todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço
sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca
jamais podem remover pecados;
12
Jesus,
porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos
pecados, assentou-se à destra de Deus.
- Foi vicária – Uma substituição. Vicária é um apalavra que vem de vigário e significa um substituto, alguém que toma o lugar de outrem e age como se fosse ele. No Antigo Testamento vemos isto como sombra cuja realidade se encontra na morte de Cristo.
- No Antigo Testamento. (A Sombra)
- Deus fez vestes para cobrir a nudez de Adão e Eva. Gn 3.21. Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu. As vestes eram de pele de animal, concluímos que Deus imolou o animal inocente e com a pele vestiu os pecadores. Cristo morreu e com sua justiça cobriu nossa injustiça.
- O Cordeiro pascoal. Êx 12.21-23. O cordeiro foi imolado para salvar os primogênitos de Israel. Paulo diz que Cristo nossa páscoa já foi sacrificado por nós. 1 Co 5.7. Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado.
- O Cordeiro de Moriá. Gn 22.1-14. Deus pediu a Abraão que oferecesse seu filho a Deus em holocausto. Abraão preparou tudo para o sacrifício e na última hora Deus providenciou um cordeiro para substituir o filho de Abraão. Assim Deus mandou Jesus para nos substituir na cruz. Isaías 53.5. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
- No Novo Testamento. (A Realidade).
- Diz que Jesus morreu por nossos pecados. 1 Co 15.3.
- Foi feito fiador por nós Hb 7.22.
- Levou em seu corpo os nossos pecados. 1 Pe 2.24.
- Morreu por nós Rm 5.8.
- O justo morreu pelos injustos 1 Pe 3.18.
- Como o bom pastor deu sua vida pelas ovelhas. Jo 10.11.
- Jesus é o nosso substituto por excelência. Ef 2.9.
- Expiação (Expiar é anular a culpa por meio de uma interposição meritória). O significado de interposição: intercessão, interferência, intermédio.
Expiação
é uma palavra usada de modo geral e também particular. De modo
geral refere-se à totalidade da salvação por Jesus. De modo
particular refere-se a anulação da nossa culpa por meio de uma
interposição meritória de Jesus Cristo.
No
Antigo Testamento a expiação era tanto individual, como coletiva.
- Individual. Lv 6.2-7.
- Coletiva Lv 4.13-20. Isto indica que a expiação é suficiente para todos (coletiva), mas é eficiente somente para os que creem (individual).
O
dia da expiação.
Lv 23.26-32. Em hebraico é YOM KIPPUR, era o dia em que o sacerdote
entrava no Santo dos Santos para fazer expiação pelos pecados do
povo. Isso era feito uma vez por ano. Durante o ritual o sacerdote
tomava dois bodes e lançava sorte sobre eles, um era imolado como
oferta pelo pecado e o outro o sacerdote colocava as mãos sobre ele
e confessava os pecados do povo e depois este bode, conhecido como
bode emissário era levado para longe do povo. Isto era um culto,
mas, também uma simbologia da expiação que seria efetuada por
Cristo.
Os
dois bodes representam os dois lados ou aspectos da expiação
efetuada por Cristo. O bode que era imolado representa Cristo
morrendo por nossos pecados. 1
Pe 2.24.
carregando
ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que
nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas
chagas, fostes sarados.
O
bode emissário representa que Cristo não apenas morreu por nossos
pecados como removeu-os para longe de nós. Sl 103.12; Mq 7.19; Jo
1.29.
- Foi propiciatória (Propiciar significa literalmente cobrir ou coberta)
- Propiciar vem do nome de uma peça do Tabernáculo, cobertura da arca da aliança era sobre esta peça que o sacerdote aspergia o sangue do animal imolado. A peça chamava-se Propiciatório. Êx 37.6-9; Êx 39.35. Lv 16.14. Tomará do sangue do novilho e, com o dedo, o aspergirá sobre a frente do propiciatório; e, diante do propiciatório, aspergirá sete vezes do sangue, com o dedo.
- A morte de Jesus é propiciatória porque é uma satisfação a Deus por sua lei que o homem transgrediu. Quando no dia da expiação o sacerdote sacrificava o animal, tomava o sangue numa bacia e aspergia sobre o propiciatório que estava sobre a arca que continha a lei de Deus dando assim uma satisfação a Deus e a sua lei.
- Por ser propiciatória a morte de Jesus torna Deus favorável ao homem que a Ele se chega pela fé em Cristo. Em Lc 18.10-14. Jesus conta a parábola do fariseu e do publicano. O fariseu confiava nas suas obras e não foi aceito por Deus. O publicano, porém disse: “Ó Deus sê propício a mim, pecador”. O publicano confiou no cordeiro que naquela hora estava sendo imolado dentro do templo. Pediu que Deus fosse favorável a ele, não por suas obras, mas por causa do cordeiro que estava sendo imolado pelo pecado do povo, e foi ouvido. A morte propiciatória de Jesus torna Deus favorável a toda humanidade. 1 Jo 2.2. e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro. Por causa da propiciação efetuada por Cristo temos acesso a Deus. Hb 10.19-22 (Rm 5.1, Paz com Deus).
Obs:
O
fariseu não foi ao templo para
orar a Deus, a não ser para anunciar a todo aquele que podia lhe
ouvir quão bom era. O publicano reconheceu seu pecado e pediu
misericórdia. Acreditar-se justo por mérito próprio é perigoso
pois conduz ao orgulho, motiva desprezo a outros e impede de aprender
mais de Deus. Devêssemos fazer nossa a oração do publicano porque
necessitamos a misericórdia de Deus todos os dias. Não permita que
o orgulho lhe impeça de reconhecer sua necessidade de Deus.
- Foi um resgate (Redenção – em grego Lytron era o preço pago no mercado para libertar um escravo).
A
palavra expiação vem do mundo religioso em quanto a palavra
redenção vem do mundo comercial. Quando falamos em pagar um
resgate, sugere logo duas perguntas: A quem foi pago o resgate e do
que fomos libertos?
- Cristo não pagou com sua morte um resgate a satanás como ensinam alguns. O ensino das Escrituras é diferente.
- Por sua morte Jesus aniquilou a Satanás. Hb 2.14.
- Feriu a cabeça de Satanás: Gn 3.15.
- Triunfou sobre ele e seus anjos. Cl 2.14-15.
O
diabo não tem nenhum direito sobre os que de antemão aceitaram a
Jesus como Senhor e Salvador, ele poderá se aproveitar dos homens
que rejeitam a Cristo. Ef 2.1-6; 1 Jo 3.9-10; 1 Jo 5.18; Tg 1.27.
- Cristo pagou o resgate a Deus. Este é que foi ofendido com o pecado, sua lei é que foi quebrada. Sua justiça requeria uma satisfação. A morte de Cristo é tudo isso. Em Jo 19.30. Temos a expressão “Está consumado” no original grego é “tetélestai”.
No
dicionário de William Carey Taylor em seu dicionário do grego do
Novo Testamento diz que nos papiros é a forma técnica de recibos e
significa: Está paga, liquidada a dívida.
Já
estudamos que no Antigo Testamento o animal era oferecido a Deus como
oferta pelo pecado e o sangue era aspergido sobre o propiciatório
que era a cobertura da arca onde estavam as tábuas da lei. O sangue
aspergido era uma satisfação a Lei de Deus que havia sido quebrada.
Como já sabemos a quem foi pago o resgate, passaremos a responder a
pergunta. De que fomos libertos?
- Fomos libertos da escravidão do pecado: Rm 6.18. e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça (1 Co 7.22).
- Fomos libertos da maldição da Lei: Gl 3.13. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro),
- Do corpo mortal: Rm 8.23. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. (Este evento ainda é futura, mas o preço já foi pago). Paulo diz que aguardamos a redenção do nosso corpo. Cristo transformará o nosso corpo de humilhação para ser conforme o seu corpo glorioso. Fl 3.20-21. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, 21 o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.
- Foi uma reconciliação. Era necessária por causa da inimizada entre Deus e o homem por causa do pecado. Tg 4.4. Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
- Reconciliação é obra de Deus: 2 Co 5.18-20. (O homem é o ofensor, mas Deus deseja e promove a reconciliação).
- Fomos reconciliados com Deus mediante a morte de seu filho: Rm 5.1-10. (Somente o grande amor de Deus é capaz de tamanha façanha).
- O sangue de Jesus é o preço da reconciliação. Cl 1.20-22. (A barreira existente entre o homem e Deus é o pecado. Is 59.2. Pelo sangue esta barreira foi removida e nós fomos reconciliados com Deus).
- Por quem Cristo morreu? Podemos responder assim:
- A morte de Cristo é suficiente para todos; porém só é eficiente para quem crê:1 Jo 2.2; Jo 3.16-21.
- Potencialmente é ilimitado; porém sua aplicação é limitada a quem crê: 1 Tm 4.10; 1 Co 4.2.
Conclusão:
A morte de Cristo é sem igual, não tem paralelo na história. Ela
traz alegria em vez de tristeza, começa uma nova história em vez de
ser o fim, como as outras. A morte não foi o fim para nosso Senhor.
Podemos dizer como Jó: “Eu sei que o meu Redentor vive!” Jó
19.25.
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