O crente pode divorciar-se?



O crente pode divorciar-se?

Texto Básico: Mateus 19.3-12.
Texto Devocional: Mateus 19.9. Eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério".

Introdução:

O Divórcio (Mt 19.3-9). A questão do divórcio teve um papel importante no primeiro século, da mesma forma que hoje. Jesus discutiu essa questão no Sermão do Monte (5.31-32).

Agora ela reapareceu. A discussão sobre esse assunto tinha um significado e um perigo especiais na época do ministério de Jesus, porque Herodes Antipas havia recentemente se divorciado de sua esposa.

Dessa vez, a discussão foi precipitada pelos fariseus (3), os rígidos mantenedores e mestres da Lei. Eles se aproximaram de Jesus tentando-o, ou “testando-o”. A pergunta que fizeram foi: E lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?

A última frase - por qualquer motivo - é particularmente significativa. Ela não é encontrada na passagem paralela em Marcos 10.2-12, pois os leitores gentios não teriam conhecimento, como os leitores de Mateus, da conotação judaica. Ela realça a controvérsia existente no primeiro século a.C. entre as escolas de Hillel e Shammai.


O conflito se originou a partir da interpretação de Deuteronômio 24.1 - “Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na sua mão, e a despedirá da sua casa”. Shammai afirmava que “coisa feia” significa fornicação: “Um homem não se divorciaria de sua mulher, a não ser que tivesse encontrado nela um motivo de vergonha”. (coisa feia é Adultério)


Seu colega Hillel (cerca de 60 a.C. - 20 d.C.), que era muito mais liberal, enfatizava a primeira frase: “Ela não encontrou favor em seus olhos”. Ele permitiria a um homem divorciar-se da esposa se ela fizesse alguma coisa que o desagradasse, até mesmo se queimasse o alimento ao cozinhá-lo. Neste caso, acontecia pelo motivo que Jesus assinalou (...Pela dureza de vossos corações... v7.) Divorciar, por motivos fúteis, não era permitido.

Ao responder (4) a pergunta dos fariseus, Jesus, como de costume, mencionou a Palavra de Deus - uma sugestão para nós quando estivermos tratando de controvérsias teológicas.

O Senhor relembrou que, no início, Deus fez os seres humanos como macho e fêmea (Gn 1.27). Então (5) Ele citou Gênesis 2.24, onde se encontram as diretrizes divinas para o casamento humano. Essa passagem é citada duas vezes por Paulo (1 Co 6.16; Ef 5.31).

Jesus insistiu na última frase ao repeti-la (6). A união do casamento é precisamente indissolúvel porque transforma duas pessoas em uma só - não separe o homem. Stier diz: “Uma só carne, isto é, uma pessoa, formando ambos, juntos, um homem dentro dos limites de sua vida na carne, para esse mundo”

Como ainda não estavam satisfeitos, os fariseus perguntaram: “Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?” (7). Jesus respondeu: por causa da dureza do vosso coração... mas, ao princípio, não foi assim (8).


O plano original de Deus era “conserve-se somente com ela enquanto ambos viverem”. Ao dizer que Moisés permitiu dar-lhes uma carta de divórcio, Cristo corrigiu a palavra mandou (7) usada pelos fariseus. Moisés apenas “permitiu” o divórcio.


A exigência de que o marido fornecesse uma carta de divórcio tinha o objetivo de funcionar como um controle e não como um encorajamento. Atualmente, um muçulmano só precisa dizer três vezes à sua esposa: “Eu me divorcio de você”, e o divórcio será legalmente reconhecido.


Moisés teria tornado esse assunto mais difícil, ao exigir que o homem usasse os serviços de um escriba para preparar um documento escrito.


Cristo se colocou claramente a favor da estrita interpretação de Deuteronômio 24.1. Ele só permitia uma razão para o divórcio - exceto por causa de prostituição (v 9 Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério).


Essa cláusula acrescentada ocorre apenas em Mateus (aqui e em 5.32). O adultério representa a negação do voto do casamento e, nesse caso, a posição de Jesus é bastante sólida. Marcos e Lucas enfatizam, ainda mais do que Mateus, a divina aversão ao divórcio. No plano de Deus, o casamento deve ser uma união permanente.

Deus abençoe a todos



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