Deus, ele é capaz.
E
que eles saibam que a Palavra de Deus não perdeu o seu efeito.
Texto
Básico: Isaías 46.
Texto
Devocional: Is 46.10. que
anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que
ainda não sucederam; que digo: O meu conselho subsistirá, e farei
toda a minha vontade;
Introdução:
Isaías agora descreve o contraste entre os ídolos babilônicos e a
salvação eterna de Deus. A sátira em sua comparação ressalta o
fato de que os idólatras precisam carregar seus ídolos enquanto o
Deus eterno e criativo liberta e conduz aqueles que fazem parte do
seu povo.
1.
Os Deuses Pagãos não Podem Salvar do Cativeiro, 46.1-2.
v.1-2.
Bel
se encurva, Nebo se abaixa; os seus ídolos são postos sobre os
animais, sobre as bestas; essas cargas que costumáveis levar são
pesadas para as bestas já cansadas.
2
Eles
juntamente se abaixam e se encurvam; não podem salvar a carga, mas
eles mesmos vão para o cativeiro.
Bel
e Nebo (1),
os dois deuses assírio-babilônicos, são destacados pelo profeta.
Bel
é o equivalente ao deus cananeu Baal.
Bel
e Belus
significam “senhor”. Era usado com frequência em nomes
compostos, como, por exemplo, Belsazar (Dn
1.7
Mas
o chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel, o de
Beltessazar; a Hananias, o de Sadraque; a Misael, o de Mesaque; e a
Azarias, o de Abednego).
Nebo
ou Nabu significa “o revelador ou orador” e era o equivalente da
palavra hebraica Nabi’, que significa profeta. Ele tinha a mesma
função na hierarquia assírio-babilônica de deuses que Hermes
tinha para os gregos e Mercúrio para os romanos (At
14.12 A
Barnabé chamavam Júpiter e a Paulo, Mercúrio, porque era ele o que
dirigia a palavra).
Desta forma, ele era considerado o deus revelador.
Também
se acreditava que ele era “o que zelava pelas tabuletas do destino
dos deuses”. O templo de Nebo ficava em Borsippa e o templo de Bel,
na Babilônia. Nomes compostos como Nabopolasar, Nabucodonosor e
Nabonido eram nomes que os reis da Babilônia usavam tendo como
prefixo Nabu
ou Nebo.
a.
Os
ídolos eram carregados sobre os animais.
Os
ídolos eram carregados sobre os animais e bestas. Eles, portanto, se
tornavam cargas. Como tais, eles se tornavam fardos para os já
cansados, uma carga pesada nas costas das bestas (animais de carga)
já cansadas.
Isto
se torna relevante quando lemos o que
Jesus
falou
para os religiosos sobre as cargas que eram impostas no povo. Lc
11.46
Ele,
porém, respondeu: Ai de vós também, doutores da lei! Porque
carregais os homens com fardos difíceis de suportar, e vós mesmos
nem ainda com um dos vossos dedos tocais nesses fardos.
Assim
também estar na vida daqueles que confiam em muitas coisas, mas,
esquecem do único que tem poder de trocar o fardo velho por um novo.
Mt
11.30.
Porque
o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
A
inscrição no prisma de Senaqueribe, coluna 3.55, relata como
Merodaque-Baladã, com a aproximação de Senaqueribe, levou os
deuses protetores da sua terra em fuga e os colocou com seus
santuários a bordo dos navios na sua fuga descendo o rio Eufrates.
Mas
ele e seu exército foram alcançados e capturados. Tudo aconteceu
nos dias de Isaías em Jerusalém, e não no tempo do cativeiro
babilônico posterior. Um estudioso chamado Smart está certo ao
objetar a data do cativeiro babilônico tendo como base este e o
capítulo seguinte. Os deuses eram assírios bem como babilônicos.
Juntamente
se encurvaram e se abateram (2). O sarcasmo de Isaías aqui
fala
de “deuses cambaleantes e homens que tropeçam”. Procure imaginar
um deus carregado de cabeça para baixo nas costas de um animal de
carga.
Eles
não puderam livrar-se da carga, porque o deus representado pela
imagem feita por homens era incapaz de salvar sua própria imagem da
captura. “Eles mesmos vão para o cativeiro” (NVI).
Não
tendo existência independente das suas imagens, eles, por
conseguinte, se tornam “deuses cativos”. Certamente uma estranha
anomalia. O povo, na verdade, deveria gritar: “Rei salve o deus!”,
em vez de: “Deus salve o rei!”. “O fato de esses acontecimentos
não ocorrerem quando a Babilônia caiu indica que o oráculo ocorreu
antes de 539 a.C.”.55 Ciro procurou restaurar as respectivas
deidades às suas localidades devidas. No entanto, isso não ocorreu
na sua conquista da Babilônia.
2.
Somente o Senhor é um Deus que Pode Sustentar 46.3-4.
v.3-4.
Ouvi-me,
ó casa de Jacó, e todo o resto da casa de Israel, vós que por mim
tendes sido carregados desde o ventre, que tendes sido levados desde
a madre.
4
Até
a vossa velhice eu sou o mesmo, e ainda até as cãs eu vos
carregarei; eu vos criei, e vos levarei; sim, eu vos carregarei e vos
livrarei.
Aqui
Isaías separa em seu pensamento a casa de Jacó do resíduo
(remanescente) da casa de Israel (3). Esse remanescente era do Reino
do Norte que permaneceu na Palestina. Ainda havia efraimitas na
Palestina, ou “o que ainda sobrou da casa de Israel” (von
Orelli). A expressão a quem trouxe nos braços desde o ventre
contrasta com os pagãos sobrecarregados com seus deuses.
O
Deus vivente leva as cargas do seu povo. O verdadeiro Deus carrega,
enquanto os deuses falsos precisam ser carregados. Desde o ventre
parece indicar uma preocupação divina, não somente desde o
nascimento, mas desde o tempo da concepção (cf. a argumentação de
Moisés com Deus em Nm
11.12 Concebi
eu porventura todo este povo? Dei-o eu à luz, para que me dissesses:
Leva-o ao teu colo, como a ama leva a criança de peito, para a terra
que com juramento prometeste a seus pais?).
E
até
a
velhice eu serei o mesmo (4). Enquanto o cuidado de uma mãe para com
seu filho termina quando ele se torna adulto, esse não é o caso do
cuidado de Deus com os seus; dura até o final da vida. Como George
Keith expressa:
Até
mesmo na idade avançada o Meu povo provará
Meu
amor soberano, eterno e imutável;
E
quando os anciãos de cabelo grisalho adornarem seus templos,
Como
cordeiros continuarão sendo levados no meu colo.
Note
que aqui também temos o pronome enfático eu. As palavras: trarei
[...] levarei [...] trarei [...] guardarei, indicam o Deus que é
capaz, em contraste com os impotentes Bei e Nebo.
3.
Deus não Tolera Comparação e não Tem Rivais 46.5-11.
10
que
anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que
ainda não sucederam; que digo: O meu conselho subsistirá, e farei
toda a minha vontade;
11
chamando
do oriente uma ave de rapina, e dum país remoto o homem do meu
conselho; sim, eu o disse, e eu o cumprirei; formei esse propósito,
e também o executarei.
v.5
A
quem me assemelhareis, e com quem me igualareis e me comparareis,
para que sejamos semelhantes? Com
quem me igualareis?
é o desafio do incomparável Deus com quem deparamos diversas vezes
nesse livro. O Deus vivo não tem fac-símile (uma cópia exata do
original).
A
lógica de Isaías argumenta que, se imagens deixam seus adoradores
gentios na mão, por que tentar fazer uma imagem do Eterno?
v.6
Os
que prodigalizam o ouro da bolsa, e pesam a prata nas balanças,
assalariam o ourives, e ele faz um deus; e diante dele se prostram e
adora,Isaías
também zomba do procedimento de derramar ouro da bolsa e pesar a
prata nas balanças, depois contratar um ourives para fundi-lo em um
molde, e em seguida prostrar-se para adorá-lo.
v.7
Eles
o tomam sobre os ombros, o levam, e o colocam no seu lugar, e ali
permanece; do seu lugar não se pode mover; e, se recorrem a ele,
resposta nenhuma dá, nem livra alguém da sua tribulação.
Por que inclinar a cabeça até o chão em adoração, ou por que
tomá-lo sobre os ombros, visto que é um deus morto e deve ser
carregado como um fardo? Do seu lugar não se move, porque deuses
fixos não vão a lugar algum. Ele não pode responder nem salvar,
visto que ídolo mudo não pode dar resposta alguma, nem livrar seus
devotos.
v.8
Lembrai-vos,
disto, e considerai; trazei-o à memória, ó transgressores.
Somente o Senhor é o Deus com poder para salvar. Lembrai-vos disso e
tende ânimo — pelo menos vocês estão vivos. Então por que
oscilar entre a adoração de ídolos mortos e o Deus vivente?
Considerem isso
e se decidam;
acolham isso no coração, ó rebeldes” (Von
Orelli).
v.9
Lembrai-vos
das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há
outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; Lembrai-vos
[...] que eu sou Deus. O hebraico diz: “Eu
sou el”,
“o
Altíssimo”.Isso
é seguido pela ampliação: “eu sou Deus”, elohim.
Assim, Von
Orelli traduz: “Eu sou Deus, e não há outro; sou a Deidade, e não
há ninguém que pode ser comparado a mim”.
v.10
que
anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que
ainda não sucederam; que digo: O meu conselho subsistirá, e farei
toda a minha vontade;
Anúncio o fim desde o princípio revela a onisciência. O meu
conselho será firme, e farei toda a minha vontade significa a
onipotência (cf. 40.26-30).
v.11
chamando
do oriente uma ave de rapina, e dum país remoto o homem do meu
conselho; sim, eu o disse, e eu o cumprirei; formei esse propósito,
e também o executarei.
Em
relação à frase a ave de rapina desde o Oriente podemos perguntar:
Isso se refere ao símbolo da águia dourada na bandeira da Pérsia?
Mas o símbolo é antigo, como ocorre com o símbolo do falcão. Se a
“ave de rapina” é uma figura válida de um invasor, então mais
de um invasor estrangeiro cumpriu isso na história de Judá. O ter
mo hebraico é ayit,
que é transliterado para o grego como aetos,
águia (Septuaginta).
Mas
Smart pergunta como essa figura poderia ser Ciro na palavra que Deus
tinha declarado desde o princípio (v.10)
e tomar o lugar de Israel, que deve preencher “todo propósito de
Deus”.
Ele,
portanto, insiste em que “a
ave de rapina”
e o “homem
do meu propósito”
descrevem perfeitamente a função dupla do futuro Servo Israel”. E
claro que o homem do meu conselho, desde terras remotas também
poderia referir-se a Senaqueribe.
No
entanto, Smart tem ressaltado o dilema em que os críticos se
envolvem quando aplicam essa
ave a Ciro.
Porque assim o disse [...]; eu o determinei e também o farei. “O
que eu disse, isso eu farei acontecer; o que eu planejei, isso farei”
(NVI). A palavra de Deus, diferente do oráculo dos falsos deuses, se
transforma em uma ação imediata e certa.
4.
Deus é a Única Fonte de Livramento 46.12-13.
v.12
Faço
chegar a minha justiça; e ela não está longe, e a minha salvação
não tardará; mas estabelecerei a salvação em Sião, e em Israel a
minha glória.
O
duros de coração no hebraico implica em obstinação, confiados em
sua própria força e desprezando a palavra de Deus (cf. Ez 2.4;
3.7).
Ez
2.4. E
os filhos são de semblante duro e obstinados de coração. Eu te
envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus.
Ez
3.7. Mas
a casa de Israel não te quererá ouvir; pois eles não me querem
escutar a mim; porque toda a casa de Israel é de fronte obstinada e
dura de coração.
Assim,
trata-se de uma ignorância teimosa. Aplica-se àqueles que são
cheios de auto-suficiência e acham que podem encontrar força e
retidão em si mesmos. Isso ocorre por não terem uma mente receptiva
em relação às promessas de Deus. Estabelecerei em Sião a salvação
e em Israel, a minha glória, ou como Von
Orelli traduz: “Salvação em Sião, meu sinal em honra a Israel”.
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