OS PRIVILÉGIOS DOS CRENTES. 01




Os privilégios dos crentes.
v.26-28.

Texto Básico: Romanos 8.26-28 Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. 27 E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos. 28 Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

"Não, Você não deve orar de modo impreciso. Você deve pedir a Deus de modo específico. " (Frase tirada do livro a Oração eficaz do Pastor David Yonggi Cho)

Introdução: Aqui o apóstolo sugere mais dois privilégios que os verdadeiros cristãos têm:

I

  A ajuda do Espírito Santo na oração. Enquanto estivermos no   mundo, esperando e aguardando o que não vemos, devemos estar em oração. Esperar supõe desejar, e esse desejo oferecido a Deus é a oração; nós gememos. Então observe:

1.   Nossa fraqueza na oração: “...não sabemos o que havemos de pedir como convém”. (1) Como assunto de nossos pedidos, não sabemos o que pedir. Não somos juízes competentes de nossa própria condição. Ec 6.12.  Quem sabe o que é bom nesta vida para o homem?” Temos a vista curta e somos muito inclinados em favor da carne e aptos para separar a finalidade do meio. Mt 20.22. “’Não sabeis o que pedis Somos como crianças imprudente, que costumam pedir por frutas antes de elas estarem amadurecidas e pontas Lc 9.54-56. E os discípulos Tiago e João, vendo isso, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez? 55 Voltando-se, porém, repreendeu-os e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. 56 Porque o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia. (2) Quando à forma, não sabemos orar como convém. Não é suficiente que façamos aquilo que é bom, devemos fazê-lo bem, procurar uma ordem conveniente; e aqui estamos frequentemente perdidos -  as graças são fracas, as afeições, frias, os pensamentos, divagantes, e nem sempre é fácil achar no coração o desejo para orar (2 Sm 7.27 Pois tu, ó Senhor dos Exércitos, Deus de Israel, fizeste ao teu servo esta revelação, dizendo: Edificar-te-ei casa. Por isso, o teu servo se animou para fazer-te esta oração). O apóstolo fala sobre isso na primeira pessoa: Nós não sabemos. Ele se coloca entre os demais. Insensatez, fraqueza e distração na oração, sã aquilo de que todos os santos se lamentam. Se um santo tão grande quanto Paulo não sabia pelo que orar, quando menos razão temos de começar a cumprir esse deve com nossas próprias forças!

 

2.    As assistências que o Espírito Santo nos dá na oração. Ele “...ajuda as nossas fraquezas”, o que significa principalmente as nossas fraquezas na oração, as quais nos atacam mais facilmente nesse caso, contra o que o Espírito socorre. O Espírito de graça e de súplica, especialmente com respeito às fraquezas sob as quais estamos quando passamos por um estado de aflição, momento em que a nossa fé está mais vulnerável; o Espírito Santo foi derramado para essa finalidade. Ajudar, (synantilambanetai) – levanta conosco, em frente de nós, ajuda como fazemos com alguém que levanta um fardo, levantando-o em frete da pessoa, do outro lado – nos ajuda, isto é, faz conosco o nosso esforço e emprega a força que temos. 2 Co 1.4. É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus

   Todavia, não devemos nos sentar e esperar que o Espírito faça tudo; quanto o Ele for adiante de nós, devemos nos mover. Não podemos fazer isso sem Deus e Ele não o fará sem nós. Que ajuda? Ora, “...o mesmo Espírito intercede por nós...”, dita as nossas pedidos, faz conhecidas as nossas petições, compõe os nossos apelos por nós. Cristo intercede por nós no céu e o Espírito intercede por nós em nossos corações; dessa maneira, Deus tem suprido graciosamente encorajamento para o remanescente que orar. Espírito, como um Espírito de iluminação, nos ensina pelo que orar, com um Espírito de santificação, opera e desperta orações de ação de graças, como um Espírito de conforto, silencia nossos temores e nos ajuda em relação a todos os nossos desejos e aspirações em relação a Deus. Ora, essa intenção que o Espírito realiza ocorre: (1) “...com gemidos inexprimíveis”. 

    A força e o fervor daqueles desejos que o Espírito Santo opere são com isso insinuadas. Pode haver oração no Espírito em que não há nenhuma palavra falada; como oraram Moisés (Êx 14.15 Disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem) e Ana (1 Sm 1.13. porquanto Ana só no coração falava; seus lábios se moviam, porém não se lhe ouvia voz nenhuma; por isso, Eli a teve por embriagada) Não são a retórica e a eloquência, mas a fé e o fervor de nossas orações que o Espírito Santo, como um intercessor, opera em nós. Inexprimíveis; eles são tão confusos, a alma está em tal inquietação com tentações e problemas, que nós não sabemos o que dizer, nem como nos expressar. Aqui o Espírito está intercedendo com gemidos inexprimíveis. A operação do Espírito ocorre quando não podemos fazer outra coisa senão clamar Aba, Pai, e nos dirigir a Ele com uma ousadia humilde e santa. (2) “...segundo Deus...” (v27). O Espírito que está no coração nunca contradiz o Espírito que está na Palavra de Deus. Aqueles desejos que são contrários à vontade de Deus não provêm do Espírito. O Espírito intercedendo em nós sempre dissolve nossa vontade na vontade de Deus. “Não seja como eu quero, mas como tu queres”.

 

3.   O sucesso garantido dessas intercessões: “E aquele que examina os corações, sabe qual é a intenção do Espírito” (v27). Para os hipócritas, todos aqueles cuja religião está em sua língua, nada é mais terrível do que Deus examinar o coração e ver além de todos os seus disfarces. Para um cristão sincero, que cumpre o seu dever de coração, pois então, Ele ouvirá e responderá àqueles desejos que queremos que as palavras expressem.  Ele sabe aquilo de que temos necessidade antes de pedirmos (Mt 6.8. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais). Ele sabe o que está na mente de seu próprio Espírito em nós. E, como Ele sempre ouve o Filho intercedendo por nós, assim também sempre ouve o Espírito intercede em nós, porque sua intercessão está de acordo coma vontade de Deus. O que mais poderia ter sido feito para o consolo do povo do Senhor, em todas as vezes em que ele se dirige a Deus? Cristo tinha dito: “Qualquer coisa que pedirdes ao Pai de acordo com a sua vontade, Ele vos concederá”. Mas como nós prendemos a pedir de acordo com a sua vontade? Ora, o Espírito nos ensinará isso. Por isso é que a posteridade de Jacó nunca procura em vão.   

II

  A cooperação de tosos as providências para o bem daqueles que são de Cristo (v28 Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito). Pode-se objetar que, apenas de todos esses privilégios, nós vemos crentes rodeados de diversas aflições; embora o Espírito interceda por eles, as suas tribulações continuam. Isso é realmente verdade; mas nesse caso também a intercessão do Espírito é sempre eficaz, no sentido de que, por mais que sejam afligidos, tudo está cooperando para o seu bem. Observe aqui:

1.   O caráter dos santos que se beneficiam desse privilégio; eles são descritos aqui pelas qualidades que são comuns a todos os que são verdadeiramente santificados. (1) Eles “...amam a Deus”. Isso inclui tudo que sai das afeições da alma para Deus como o bem supremo e objetivo mais elevado. É o nosso amor a Deus que torna amável cada providência e, por isso, proveitosa. Aquele que amam a Deus aproveitam ao máximo tudo que Ele faz, e aceitam tudo com boa vontade. (2) Eles “...são chamados por seu decreto”, efetivamente chamados de acordo com o eterno decreto. O chamado é eficaz, não de acordo com qualquer mérito ou direito que tenhamos, mas de acordo com o decreto gracioso do próprio Deus.

 

2.   O privilégio dos santos, “...que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daquele que ama a Deus”, isto é, todas as providências de Deus que lhe dizem respeito. Tudo o que Deus realiza, é por eles que Ele realiza (Sl 57.2. Clamarei ao Deus Altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa) Os pecados deles não são realização dele, por isso não são aludidos aqui, embora sua permissão em relação ao pecado trabalhe pelo bem deles (2 Cr 32.31 Contudo, quando os embaixadores dos príncipes da Babilônia lhe foram enviados para se informarem do prodígio que se dera naquela terra, Deus o desamparou, para prová-lo e fazê-lo conhecer tudo o que lhe estava no coração). Mas todas as providências de Deus são deles – providências compassivas, providências que angustiam, pessoais e públicas. Todas elas são para o bem; talvez para o bem temporal, como as tribulações de José; pelo menos, para o bem espiritual e eterno. É bom para eles o que faz bem para as suas almas. Seja direta ou indiretamente, cada providência tende ao bem espiritual daqueles que amam a Deus, separando-os do pecado, aproximando-os de Deus, afastando-os do mundo, tornando-os apropriados para o céu. Contribuem juntamente. Elas trabalham, como o médico sobre o corpo, de várias formas, de acordo com sua intenção, mas tudo para o bem do paciente. Contribuem juntamente, como vários ingredientes em um remédio concorrem para um resultado. Deus colocou um em oposição ao outro (Ec 7.14 No dia da prosperidade, goza do bem; mas, no dia da adversidade, considera em que Deus fez tanto este como aquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele). Synergei, um verbo no singular acompanhado um substantivo no plural no singular acompanhando um substantivo no plural, denotando a harmonia da Providência e seus desígnios uniformes, todas as rodas como uma roda (Ez 10.13). Ele operou, todos as coisas juntamente para o bem, assim alguns leem, Isso não vem de qualquer qualidade específica das próprias providências, mas do poder e da graça de Deus que trabalha em, com e através dessas providências. Tudo isso, nós sabemos – temos certeza, a partir da palavra de Deus, a parti de nossa própria experiência, e da experiência de todos os santos.       

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