O ARREPENDIMENTO



Texto Básico: Salmos 32
Texto Áureo: Mateus 4.17. Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.
Texto Devocional: Lucas 13.1-5.

Introdução: Por Salvação recebida refiro-me a parte do homem em receber a salvação, planejada, realizada por Deus a favor do homem. O que acontece quando o homem descobre que Deus planejou sua salvação, mandou seu filho realizará e mandou seus servos proclamá-la. Nesta lição estudaremos sobre o arrependimento que é o início da volta para Deus.

A)   O arrependimento

Definição: é uma profunda convicção da falta de conformidade com a norma de Deus, aliada a uma profunda tristeza por causa do pecado, bem como o desejo de abandoná-lo.

No grego a palavra usada para arrependimento – metánoia significa mudança da mente, mudança do homem interior. Uma mudança profunda e radical; incluindo as faculdades de percepção, compreensão, emoção, juízo que o Espírito de Deus opera num homem na experiência da salvação.

1.   Os três aspectos do arrependimento. O arrependimento abrange todo o nosso ser, como veremos a seguir

a.    O aspecto intelectual:

O arrependido passa a ver tudo de maneira diferente. É uma mudança de ideias em relação ao pecado, a Deus e o próprio eu. O pecado passa a ser reconhecido como culpa pessoal. Sl 51.3-4. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. 4 Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar.

Confira o Salmos 32 – Este Salmo é uma oração, primeiramente, por perdão, com uma confissão humilde de atos pecaminosos proveniente de uma natureza pecaminosa como sua raiz amarga; e, depois, por renovação e santificação através do Espírito Santo.

O arrependimento leva-nos a abominar nossas ações e até a nós mesmos. Jó 42.5-6. Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem. 6 Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.

Toda a nossa justiça torna-se trapo de imundícia: Is 64.6. Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam.

Descobrimos que o conjunto de ideias que tínhamos de nós mesmo não é verdadeiro. Rm 3.4. De maneira nenhuma! Seja Deus verdadeiro, e mentiroso, todo homem, segundo está escrito: Para seres justificado nas tuas palavras e venhas a vencer quando fores julgado.

Quando compreendemos isso passamos a esperar pela misericórdia de Deus. Ele tem sempre razão e nós não. Deus é Santo e nós indignos diante Dele. Is 6.3-5. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. 4 As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. 5 Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!

Tomamos consciência da impureza do nosso eu. Sl 51.7. Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo que a neve.

Este aspecto do arrependimento é chamado de conhecimento do pecado: Rm 3.20. visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado (Sl 51.3).

b.     O aspecto emocional:

São as emoções que sente uma pessoa arrependida. São elas:

Sentimento de culpa e do juízo divino: Is 6.5. Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!

É sentir o pecado como uma miséria a ponto de chorar por telo praticado: Tg 4.9-10. Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em tristeza. 10 Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará.

Sentir-se indigno diante de Deus: Lc 15.19-21. já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores. 20 E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. 21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.

Neste aspecto do arrependimento, nos sentimentos indignos de receber qualquer coisa de Deus por nossas obras, daí, ficamos dependendo inteiramente da graça de Deus.

c.    O aspecto volitivo. (Vontade).

É uma mudança da vontade e da disposição. Esta é a volta íntima contra o pecado. É o aspecto do arrependimento pelo qual tomamos a decisão de abandonar o pecado e isto é feito assim.

Confessando e deixando. Provérbios 28.13. O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.

É próprio da natureza humana esconder o pecado ou passar por cima dos enganos. Entretanto, é difícil aprender de um engano que não se reconhece. E o que tem que bom em um engano se não nos ensinar algo? Para aprender de um engano precisamos admiti-lo, confessá-lo, analisá-lo e levar a cabo os ajustes necessários para que não volte a acontecer outra vez. Todos cometemos enganos, mas só os tolos os repetem.

Agindo: Lc 15.20-21. E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. 21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.

Assim com a ajuda do Espírito de Deus tomamos a iniciativa de abandonar o pecado e buscar o perdão de Deus. Jo 16.7-13.

O engano da justiça própria:

Há muito que ouve o plano de Deus, mas são pouco que ouvem com os ouvidos críticos a ponto de levar a sua vida para uma análise da vida perante Deus. A falta de compreensão do plano da salvação tem levado muitas pessoas acharem que só através de um esforço próprio, é que um dia poderão servir a Deus.

Porém se nós pudéssemos nos prepara para a salvação, não haveria a necessidade de Jesus morre em nosso lugar. Jr 13.23. Será que o etíope pode mudar a sua pele? Ou o leopardo as suas pintas? Assim também vocês são incapazes de fazer o bem, vocês que estão acostumados a praticar o mal.

A resposta é não: Nós estamos tão habituados a fazer o mal que perdeu a habilidade para trocar o mal pelo bem. Is 1.16-17. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal. 17Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas.

Na parábola do filho prodigo: Lc 15.11-24. Encontramos os três aspectos do arrependimento.

a.    O intelectual: “Então, caindo em si,” Lc 15.17.
b.    O emocional: “Já não sou digno de ser chamado teu filho” Lc 15.19.
c.    A vontade: “Então, levantando-se, foi ter com o seu pai” Lc 15.20.

B)   A diferença entre arrependimento e remorso.

1.   Arrependimento. Paulo chamada de tristeza segundo Deus: 2 Co 7.10a. Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; (É produzido por Deus no interior do homem e leva este a ter consciência do pecado e conseguintemente busca a salvação).

2.   Remorso. É aquele sentimento mórbido de culpa que não tem sua origem em Deus. É um sentimento de culpa causado pela consciência e leva autodestruição. Paulo chama de tristeza do mundo: 2 Co 7.10b. mas a tristeza do mundo produz morte.

Biblicamente falando, encontramos exemplo de arrependimento em Pedro. Lc 22.60-62. E de remorso em Judas Mt 27.3-5.

C)   O papel do arrependimento na pregação:

1.   Ocupa um lugar de destaque na pregação cristã. É indispensável para o perdão. Os pregadores enfatizavam de forma veemente o arrependimento. O arrependimento era a tônica na pregação dos servos do Senhor 1 Jo 1.8-10.

a.    João Batista: Mt 3.1-2.
b.   O Senhor Jesus: Mc 1.15.
c.    Os apóstolos: Mc 6.12.
d.   Pedro: At 2.38.
e.    Paulo: At 17.30.

D)  Os meios do arrependimento:

1.   A bondade de Deus o arrependimento: 2 Tm 2.25. Ele deseja que todos venham a arrepender-se. 2 Pe 3.9. Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.

2.   Os meios utilizados por Deus para levar uma pessoa ao arrependimento são: A pregação do Evangelho: Mt 12.41; Lc 24.47.

3.   Através da repreensão e castigo: Ap 3.19. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.

4.   Da ameaça de juízo: Jn 3.4-10.

Existem vários meios em que Deus usa que não escrevo aqui, porém o meio usado é a pregação da Palavra de Deus.

E)   O arrependimento é a condição exigida por Deus para conceder o perdão.

a.    Garante o perdão dos pecados: At 2.38. Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.

b.   Nossos pecados são apagados: At 3.19. Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados.

c.    É necessário para a remissão dos pecados: Mc 1.4. apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados.

d.   Jesus é quem perdoa os nossos pecados: At 5.31. Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados.

F)   Arrependimento, sua necessidade e evidência.

1.   O arrependimento e uma necessidade universal: Lc 13.3-5. Jesus declara que todos precisam se arrepender, caso contrário todos perecerão.

2.   Deus não deseja a perdição de ninguém, mas que todos venham a arrepender-se. 2 Pe 3.9. Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.

3.   Todos precisam de arrependimento porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus: Rm 3.23-25.

4.   O verdadeiro arrependimento é o que produz fruto digno de arrependimento: Mt 3.8. Estes frutos são aquelas ações, atitudes e comportamento que revelam nosso arrependimento.

5.   Paulo concorda com João Batista e diz que devemos praticar obras dignas de arrependimento: At 26.20. mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento. Isto prova a veracidade do nosso arrependimento.

G)  Resultados do arrependimento:

a.    Há alegria no céu: Lc 15.10.

b.   Pecados são perdoados: At 2.38.

c.    Provoca desejo de repara o mal feito a outros: Lc 19.8.
d.   Juntamente arrependimento e fé, conduzem o homem à conversão: At 3.20-21.

e.    Todas as demais bênçãos da vida cristã podem dizer que de certa maneira são resultados do arrependimento. 2 Cr 711-16.

Conclusão: Pelo arrependimento Deus nos leva a ver qual o nosso verdadeiro estado espiritual, bem como um grande desejo de um salvador, concluímos que arrependimento é em primeiro lugar a descoberta de que estamos fora da lei de Deus, em segundo lugar uma tristeza por causa do pecado, e em terceiro lugar o desejo de abandonar o pecado. 

Bíblia de Estudo Plenitude 1995; Teologia Sistemática Louis Berkhof editada em agosto de 1949; Bíblia de Estudo NVI 1995; Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego 2009 4ª edição CPAD; ICP; CETEC; Abrão de Almeida - O tabernáculo e a Igreja Bristol. Agosto de 1985 USA. Revista da Escola Bíblica CPAD; Revista da Escola Bíblica Editora Cristã Evangélica Cartas de Paulo; Novo Testamento Editora Cristã Evangélica; Paracletologia ICP e Escola de Formação de Obreiros ISLI; Cristologia ICP e Escola de Formação de Obreiros ISLI; Bíblia de Estudo Do Expositor Ministério Jimmy Swaggart Material doado para Pastores (Projeto de evangelização do Ministério Canaã em Parceria com o Ministério Jimmy Swaggart 2014)

Copilado e editado notas e comentários e pesquisa: Manuel Segundo Neto – Inícios das pesquisas 1995 a 2015.


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