ESBOÇO





A maldição de Semei e a Síndrome de Abisai.
Cuidado com as acusações e os bajuladores.

Um histórico do capitulo 16 de 2 Samuel. 16.5-14.


Resumo:

Nessas horas tem sempre um bajulador para paparicar a autoridade e, neste caso, a figura foi Abisai, filho de Zeruia, que se chegou ao rei e disse: “Por que amaldiçoaria este cão morto ao rei meu senhor? Deixa-me passar, e lhe tirarei a cabeça.” (2 Samuel 16:9). A ideia de Abisai era bem radical, ao invés de calar a boca praguejador, seria melhor cortar logo a cabeça dele, porque a língua vinha junto.

Davi era um homem segundo o coração de Deus e usava sua inteligência, coisa que muita gente boa não faz, e repreendeu Abisai dizendo: “Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Ora deixai-o amaldiçoar; pois o SENHOR lhe disse: Amaldiçoa a Davi; quem pois diria: Por que assim fizeste?” (2 Samuel 16:10). Davi não só impediu que Abisai matasse Simei, como ainda disse que se Simei o estava amaldiçoando, é porque Deus o mandou fazê-lo.

O coração ferido do rei Davi foi seriamente atingido com as palavras de Simei, o problema com Absalão aconteceu, porque Davi como pai, tinha falhado com seu filho. Não há dor maior para um pai do que ter seu filho amado contra si e o rei estava com o coração sangrando, porém não se deixou usar pela emoção e não descontou nos outros os seus problemas que, além de pessoais, eram também de ordem política.

Davi tinha intimidade suficiente com Deus para saber que não cabia a ele (Davi) se vingar de Simei e ele, inteligentemente, entregou o homem e sua maldição ao Senhor, veja:“Eis que meu filho, que saiu das minhas entranhas, procura a minha morte; quanto mais ainda este benjamita? Deixai-o, que amaldiçoe; porque o SENHOR lho disse. Porventura o SENHOR olhará para a minha miséria; e o SENHOR me pagará com bem a sua maldição deste dia.” (2 Samuel 16:11-12). Dito e feito.

O rei continuou em seu caminho, seguido por seu exército e pelo povo que amava Davi e Simei também foi junto, amaldiçoando, atirando pedras e levantando poeira, o homem não desistia de seu intento de atingir o rei e atingiu mesmo, só no coração, suas palavras traziam à tona um grave problema de Davi, cujo coração pertencia ao Senhor dos Exércitos.

Como se sabe, quando não tomamos vingança Deus age por nós e retribui a cada coração segundo o bem, ou o mal praticados. O problema com Absalão se agravou, pois ele tomou maus conselhos com um cidadão e possuiu as concubinas de Davi na frente de todo Israel, no terraço do palácio do rei.

Absalão cometeu vários pecados diante de Deus e não ficou impune, ele morreu pendurado pelos seus belos cabelos numa árvore, mas Davi não comemorou sua morte, ao contrário, chorou a morte do filho e todo Israel respeitou o luto do rei.

Tal como disse Davi, Deus recompensou com o bem o mal proferido contra ele por Simei e quando Davi voltou vitorioso, advinha quem foi o primeiro a se apressar para saudar o rei? Ele mesmo, o amaldiçoador Simei. A situação estava negra de bolinhas escuras para Simei, ele se rebelou contra o rei que agora era o grande vencedor.

Simei seguiu com os homens de Judá para encontrar Davi que havia unificado o reino e não foi sozinho, levou consigo seus quinze filhos e seus vinte servos e assim que ele avistou Davi se prostrou aos seus pés e disse: “Não me impute meu senhor a minha culpa, e não te lembres do que tão perversamente fez teu servo, no dia em que o rei meu senhor saiu de Jerusalém; não conserve o rei isso no coração. Porque teu servo deveras confessa que pecou; porém eis que eu sou o primeiro que de toda a casa de José desci a encontrar-me com o rei meu senhor.” (2 Samuel 19:19-20). Viu só a humildade do homem? Nem parecia o mesmo que jogou pedras no rei dias antes.

Mais uma vez Abisai aconselhou Davi a matar Simei e mais uma vez Davi o repreendeu dizendo: “Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia, para que hoje me sejais adversários? Morreria alguém hoje em Israel? Pois porventura não sei que hoje fui feito rei sobre Israel?” (2 Samuel 19:22). Davi estava feliz e quem é feliz não quer o mal de ninguém. Pode reparar, pessoas infelizes estão sempre querendo ver os outros infelizes também, e o inverso é igualmente verdadeiro.

Davi perdoa o ofensor.

Davi respondeu a Simei: “Não morrerás. E o rei lho jurou.” (2 Samuel 19:23). Era a sentença do rei: o perdão. Davi foi apenas um rei, mas teve capacidade de perdoar um desafeto, imagine Deus? Ele é rico em misericórdia e perdão e não rejeita um coração sincero. Não perca mais tempo, reconheça Jesus como Salvador e siga sua vida sabendo você está nas mãos certas.


Exposição do Texto 2 Samuel 16.5-14.


Introdução:

No final do capítulo anterior; vemos Davi fugindo de Jerusalém, e Absalão entrou nela. Neste capítulo, vemos o seguinte: I. A fuga melancólica de Davi. Nós o encontramos: 1. Enganado por Ziba (v.1-4) 2. Amaldiçoado por Simei que Davi suporta com uma paciência incrível (v. 5-11). II. A entrada triunfal de Absalão. 1. Ele é enganado por Husai (v.15.19). 2. É aconselhado por Aitofel para se aproveitar das concubinas de seu pai (v.20-23).

COMO SURGIU A BAJULAÇÃO DE ABISAI.

v.5. Chegando o rei Davi a Baurim, um homem do clã da família de Saul chamado Simei, filho de Gera, saiu da cidade proferindo maldições contra ele.
1. Porque Simei aproveitou essa oportunidade para dar vazão à sua maldade: (1) Poque agora ele achava que podia fazê-lo de maneira segura; no entanto, se Davi tivesse se ressentido das provocações dele, isto teria custado a vida. (2) Porque agora seria mais doloroso para Davi, acrescentaria aflição ao seu sofrimento, e derramaria vinagre em suas feridas. Ele descreve como os mais bárbaros os que conversam sobre a dor daqueles a quem Deus feriu (Sl 69.26  Pois perseguem a quem afligiste, e aumentam a dor daqueles a quem feriste).

Esse foi o caso de Simei, sobrecarregando-o com maldições, a quem nenhum olho generoso poderia olhar sem compaixão. (3) Porque agora ele achava que a Providência justificava suas censuras, e que aflição atual de Davi provava ser ele um homem tão ímpio quando procurava retratá-lo.

Os amigos de Jó o condenaram com base nesse princípio falso. Esses que estão debaixo de reprovação de um Deus gracioso não devem estranhar se forem reprovados por ímpios. Se em determinado momento foi dito: dizendo: 

 Deus o desamparou; persegui-o e prendei-o, (Sl 71.11). Mas é a natureza de um espírito vil pisotear em alguém que está abatido e insultá-lo. Mt 12.20.  Não esmagará a cana quebrada, e não apagará o pavio que fumega, até que faça triunfar o juízo;  

v.6. Também atirava pedras contra Davi e todos os seus servos, ainda que todo o povo e todos os valorosos iam à direita e à esquerda do rei. 

2. Como a sua maldade foi expressa, Veja: (1) O que esse ordinário fez: apedrejava com pedras a Davi (v. 6), como se seu rei fosse um cachorro, ou o pior dos criminosos, a quem total Israel deveria apedrejar com pedras até que morresse. 

Talvez se mantivesse a tal distância que as pedras que arremessava não pudessem alcançar a Davi, nem os seus auxiliares, no entanto mostrou o que teria feito caso tivesse o poder de fazê-lo. Ele levantava poeira (v.13), o que, provavelmente, entraria em seus olhos, semelhantemente às maldições que lançava, as quais, sendo infundadas, retornariam sobre a sua cabeça.

v.7-8.  E, amaldiçoando-o Simei, assim dizia: Sai, sai, homem sanguinário, homem de Belial!  8 O Senhor te deu agora a paga de todo o sangue da casa de Saul, em cujo lugar tens reinado; já entregou o Senhor o reino na mão de Absalão, teu filho; e eis-te agora na desgraça, pois és um homem sanguinário.

E, caso fosse um homem de sangue, sem dúvida um homem de Belial, isto é, um filho do diabo, que é chamado de Bellial (2 Co 6.15), e que foi um assassino desde o princípio. Homens sanguinários são o pior de homens. Ele é acusado ser a pessoa responsável pela sua dificuldade atual: O Senhor te deu agora a paga de todo o sangue da casa de Saul, em cujo lugar tens reinado; já entregou o Senhor o reino na mão de Absalão, teu filho; e eis-te agora na desgraça, pois és um homem sanguinário 16.8.

Veja quão petulantes pessoas maldosas são em forçar o julgamento de Deus a serviço de sua própria ira e vingança. Se todo aquele que os tem prejudicado (eles acham) deveria passar por dificuldade, o insulto causado a eles deve ser entendido como o motivo desses dificuldades.

Como a ira do homem não opera a justiça de Deus, assim a justiça de Deus não serve a ira do homem (Tg 1.20). Ele é acusado de que o sangue da casa de Saul se tornará a sua completa ruína. Semei buscava de todas as formas fazer com que Davi se desespere e jamais pense em recuperar seu trono novamente. Agora eles disseram: Não há salvação para ele em Deus (Sl 3.2), já deu o SENHOR o reino na mão de Absalão, teu filho (não, Mefibosete – a casa de Saul nunca sonhou em troná-lo rei, como Ziba sugeriu), e eis-te agora na tua desgraça, isto é “a desgraça que será a tua destruição, e tudo porque és um homem de sangue”. Essa era a maldição de Semei.

O zelo de Abisai, filho de Zeruia.

v. 9. Então Abisai, filho de Zeruia, disse ao rei: Por que esse cão morto amaldiçoaria ao rei meu senhor? Deixa-me passar e tirar-lhe a cabeça.

Observe quão paciente e submisso Davi estava diante desse abusado. Os filhos de Zeruia, Absai em particular, eram zelosos em manter a honra de Davi com suas espadas; eles ressentiam a afronta agudamente, por isso perguntam: Por que amaldiçoaria este cão morto ao rei? (v. 9). Caso Davi lhe permitisse, silenciariam esses lábios mentirosos e amaldiçoadores e tirariam a sua cabeça, visto que arremessar pedra no rei era um ato público, que abundantemente prova que desejava a sua morte.

TIPOLOGIA NO CAPÍTULO 16.

Mas o rei de forma alguma, permitiria que isso acontecesse: Que tenho eu convosco, filho de Zeruia? Deixai-o amaldiçoar. Assim Cristo repreendeu os seus discípulos, que, em zelo pela sua honra, teriam ordenado fogo do céu sobre a cidade que o afrontava (Lc 9.55).

Observemos com quais considerações Davi se tranquilizava.

1. A coisa principal que o silenciou foi que ele merecia essa aflição. Isso não é mencionado diretamente; porque um homem pode se arrepender de verdade, e mesmo assim não ter a necessidade, em todas as ocasiões, de proclamar suas ponderações penitentes. Simei o censurava de maneira injusta pelo sangue de Saul: disso sua consciência o absolvia, mas, ao mesmo tempo, era o acusava do sangue de Urias. “A repreensão é totalmente justa” (pensa Davi), “embora falsa da forma como Simei a apresenta”. Observe: Um espírito humano e gentil transformará censuras em exortações, e assim extrair o bem delas, em vez de ser afronta por elas.

v.10-11. Disse, porém, o rei: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Por ele amaldiçoar e por lhe ter dito o Senhor: Amaldiçoa a Davi; quem dirá: Por que assim fizeste? 11 Disse mais Davi a Abisai, e a todos os seus servos: Eis que meu filho, que saiu das minhas entranhas, procura tirar-me a vida; quanto mais ainda esse benjamita? Deixai-o; deixai que amaldiçoe, porque o Senhor lho ordenou.

2. Ele reconhece a mão de Deus nisso: o SENHOR lhe disse: Amaldiçoa a Davi (v. 10), e novamente: que amaldiçoes, porque o SENHOR lho disse (v. 11). Como era o pecado de Simei, ele não vinha de Deus, mas do diabo e do seu coração perverso; nem o fato de Deus, ter a sua mão nisso desculpava au atenuava a sua culpa, muito menos a justificava, como também não foi justificado o pecado dos que mataram a Cristo (At 2.23; 4.28).

Mas, como era a aflição de Davi, era do Senhor, uma das maldades que levantou contra ele. Davi olhava acima do agente de sua dificuldade, para o supervisor supremo, como ocorreu com Jó, quando os saqueadores o tinham desejado, e reconhece:o SENHOR o tomou (Jó 1.21).

Nada mais apropriada para uma alma quieta e graciosa debaixo da aflição do que ver mão do Senhor nisso. Não abro a minha boca, porquanto tu o fizeste Sl 39.9. O castigo da língua é avara de Deus. Sl 94.13 para lhe dares descanso dos dias da adversidade, até que se abra uma cova para o ímpio.

3. Ele se aquieta debaixo da aflição menor em comparação com a maior (v. 11): Eis que meu filho procura a minha morte, quando mais ainda este filho de Benjamim? Observe: A tribulação opera a paciência naqueles que são santificados. Quando mais suportamos mais capazes deveríamos ser em suportar ainda mais; o que prova a nossa paciência deveria aperfeiçoá-la.

Quanto mais estamos acostumados com a dificuldade, tanto menos deveríamos nos surpreender com ela. Não se surpreender pelo fato de se tornam insensíveis; nem quando os amigos se tornam insensíveis se até os filhos se tornam desobedientes.

4. Ele se consola com esperança de que Deus, de uma ou outra forma, transformaria em benção a sua aflição, equilibraria a dificuldade e retribuiria a sua paciência diante dela: “O SENHOR me pagará com bem a sua maldição deste dia. Se Deus ordenou Simei a me afligir, é para que Ele possa me consolar de forma mais sensata; certamente Ele tem misericórdia reservada para mim, que ele está preparando para mim por dessa provação”.

Podemos depender de Deus como nosso “pagador”, não somente pelos nossos serviços, mas pelos nossos sofrimento.

 Amaldiçoem eles, mas abençoa tu (Sl 109.28). Davi finalmente se abriga em Baurim (v. 14), onde encontra refresco e está protegido dessa contenda das línguas.














A AUSÊNCIA DE DEUS.

Texto Básico: 2 Crônicas 15.1-19.
Texto Devocional: Salmos 33.12. Como é feliz a nação que tem o Senhor como Deus, o povo que ele escolheu para lhe pertencer!

Introdução: A maior infelicidade do homem, nesta vida e na vindoura, é a de sentir a ausência de Deus.

ISTO, PORQUE, SEM A PRESENÇA DO PAI, HAVERÁ.

Haverá uma Sociedade Corrompidas
1.     Noé – Sua época fala- nos da Sociedade Corrompida. Mt 24.37-38.

Haverá uma Religião Corrompida.
2.     Daniel – Sua época fala-nos da Religião Corrompida. 1 Tm 4.1.

Haverá uma Família Corrompida.
3.     – Sua época fala- nos da Família Corrompida – 2 Tm 3.1-9.

O QUE ACONTECE QUANDO O SENHOR ESTAR AUSENTE?

 1. Insegurança, se perguntarmos qual é o segredo das vitórias de Israel a resposta é: A presença de Deus. v1-2 O Espírito de Deus veio sobre Azarias, filho de Odede. 2 Ele saiu para encontrar-se com Asa e lhe disse: "Escutem-me, Asa e todo o povo de Judá e de Benjamim. O Senhor está com vocês quando vocês estão com ele. Se o buscarem, ele deixará que o encontrem, mas, se o abandonarem, ele os abandonar.

A presença de Deus pode ser bem definida no Salmos 46.1,11.  Ele inicia narrando que “v1 Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações.” E finaliza afirmando: “v11 O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.”

Sabiamente, o rei Asa deu ouvidos às pessoas que tinha uma relação íntima com Deus, e escutou suas mensagens. Azarias pronunciou uma advertência importante aos exércitos e os encorajou a permanecer perto de Deus. Mantenha o contato com gente que esteja cheia do Espírito de Deus, e conhecerá o conselho de Deus. Com regularidade, passe tempo comentando e orando com aqueles que podem lhe ajudar a explicar e aplicar a mensagem de Deus.

2. Desespero, O que se espera de uma nação sem orientação, certamente é um barco sem bússola, sem leme, sem velas, sem direção na negridão à deriva. v3-6 Durante muito tempo Israel esteve sem o verdadeiro Deus, sem sacerdote para ensiná-lo e sem a Lei. 4 Mas em sua angústia eles se voltaram para o Senhor, o Deus de Israel; buscaram-no, e ele deixou que o encontrassem. 5 Naqueles dias não era seguro viajar, pois muitos distúrbios afligiam a todos os habitantes do território. 6 Nações e cidades se destruíam umas às outras, pois Deus as estava afligindo com toda espécie de desgraças.

Azarias disse, que Israel, o reino do norte, esteve "sem o verdadeiro Deus". Oito reis reinaram em Israel, durante os quarenta e um, anos que governou Asa em Judá, e oito deles foram perversos. Jeroboão, o primeiro rei de Israel, começou seu caminho malvado ao estabelecer ídolos e ao expulsar os sacerdotes de Deus (11.14-15 Os levitas chegaram até a abandonar as suas pastagens e os seus bens, e foram para Judá e para Jerusalém, porque Jeroboão e seus filhos os haviam rejeitado como sacerdotes do Senhor 15 nomeando seus próprios sacerdotes para os altares idólatras e para os ídolos que haviam feito em forma de bodes e de bezerros). Azarias utilizou os problemas de Israel como um exemplo do mal que viria a Judá se separa se de Deus como o tinham feito seus irmãos do norte.

O profeta Oséias registra em seus escritos que povo, cansado de sofrer voltou para o seu Deus. Os 3:4-5 Pois os israelitas viverão muitos dias sem rei e sem líder, sem sacrifício e sem colunas sagradas, sem colete sacerdotal e sem ídolos da família. 5 Depois disso os israelitas voltarão e buscarão o Senhor, o seu Deus, e Davi, seu rei. Virão tremendo atrás do Senhor e das suas bênçãos, nos últimos dias. É perigoso viver uma vida sem a presença do Senhor, ao invés de andar para frente andam para traz. O reino do norte se rebelou contra a casa de Davi sob o governo do Jeroboão (2 Rs 12; 13). Sua rebelião foi tanto política como religiosa. Nesse tempo, voltaram a adorar ídolos. No tempo do governo do Messias, toda pessoa se prostrará diante do Senhor com humildade e submissão. Os que não aceitem suas benções agora se enfrentarão a seu poder e castigo mais tarde. É muito melhor amar e segui-lo agora que enfrentar sua ira mais tarde. Dt 4:29; E lá procurarão o Senhor, o seu Deus, e o acharão, se o procurarem de todo o seu coração e de toda a sua alma.

Sem ensino não há evolução, o Apostolo Paulo diz que a vida do cristão é de glória em glória.2 Co 3.18 Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor. O salmista colabora com o apostolo Paulo Salmos 11.13. Quando os fundamentos estão sendo destruídos, que pode fazer o justo?

Quando Deus é a razão do nosso culto, não temos tempo em pensar em voltar a trás, pois o nosso caminhar é para frente.

O RESULTADO DA PRESENÇA DE DEUS.

No Salmos 46 temos o histórico dos cuidados do Senhor, para a sua igreja,  vejamos.

Discipulado: v1-3 Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade. 2 Por isso não temeremos, embora a terra trema e os montes afundem no coração do mar, 3 embora estrondem as suas águas turbulentas e os montes sejam sacudidos pela sua fúria.

Salvação: v4 Há um rio cujos canais alegram a cidade de Deus, o Santo Lugar onde habita o Altíssimo.

Deus: 5 Deus nela está! Não será abalada! Deus vem em seu auxílio desde o romper da manhã6 Nações se agitam, reinos se abalam; ele ergue a voz, e a terra se derrete. 7 O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é a nossa torre segura. 8 Venham! Vejam as obras do Senhor, seus feitos estarrecedores na terra. [9 Ele dá fim às guerras até os confins da terra; quebra o arco e despedaça a lança, destrói os escudos com fogo. 10 "Parem de lutar! Saibam que eu sou Deus! Serei exaltado entre as nações, serei exaltado na terra. " 11 O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é a nossa torre segura.

Deus é zeloso para com a sua palavra, não seria diferente até por que Ele já falou através do profeta Jeremias que “Que velaria em cumprir”. Assim entendemos o que o médico amado Lucas em Atos 17.28. porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.

Concluímos: que não há o que temer, pois Deus é o nosso refúgio e fortaleza. Temos um exemplo composto pelo reformador Martinho Lutero. “Castelo Forte”

Castelo Forte hino da harpa 525

Castelo forte é nosso Deus
Espada e bom escudo
Com seu poder defende os seus
Em todo transe agudo
Com fúria pertinaz
Persegue Satanás
Com artimanhas tais
E astúcias tão cruéis
Que iguais não há na Terra

A nossa força nada faz
Estamos, sim, perdidos
Mas nosso Deus socorro traz
E somos protegidos
Defende-nos Jesus
O que venceu na cruz
Senhor dos altos céus
E sendo o próprio Deus
Triunfa na batalha

Sim, que a palavra ficará
Sabemos com certeza
E nada nos assustará
Com Cristo por defesa
Se temos de perder
Os filhos, bens, mulher
E, embora a vida vá
Por nós Jesus está
E dar-nos-á seu reino











A IGREJA E SUAS CRISES

Texto Base: 1 Coríntios 5: 1-2; Geralmente, se ouve que há entre vós imoralidade e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios, isto é, haver quem se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai. 2 E, contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou?

Gálatas 3:1-3 Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? 2 Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? 3 Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?

INTRODUÇÃO
As cartas do Novo Testamento mostram que desde o pri­meiro século existiram conflitos nas comunidades cristãs. Ra­zões teológicas e administrativas levaram algumas igrejas a ex­perimentar crises, como as vividas na Galácia e em Corinto.

A Epístola aos Gálatas revela uma crise de natureza teo­lógica.

a.    Os cristãos da Galácia estavam abandonando os ensi­nos da salvação pela fé e apegando-se às obras da lei. Paulo os chama de insensatos, G1.3.1. Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado?

b.    Em Corinto, havia outros ti­pos de problemas. A igreja estava dividida, 1 Co 1: 10-13; 3: 1-3; 12: 12-26. Além disso, o mundanismo invadira a Igreja, 1 Co; 5: 1-13; 6: 12-20. Ali, os cristãos foram chamados de carnais e de crianças, 1 Co 3: 1.

A Igreja de nossos dias também enfrenta problemas e cri­ses. Todos precisamos de sabedoria e de discernimento para enfrentá-los e buscar soluções.

A vida de uma igreja local reflete a realidade que está sendo vivida pelos seus membros. Uma igreja que mostra sintomas de enfermidades na verdade está revelando que os lares e, de forma específica, os membros daquela comunidade vivem problemas pessoais.

Esta lição estuda dificuldades vividas por muitas igrejas. Precisamos aprender a enxergar as verdadeiras causas desses males. Talvez os lares precisem ser reestruturados, para que tenhamos igrejas mais fortalecidas.

I – A CRISE DE UNIDADE

A unidade da Igreja tem por base e modelo a unidade do próprio Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Jesus orou: “a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós", Jo 17: 21.

Também os textos de Efésios 4:1-16 e 1 Coríntios 12:12-31 são fundamentais para se entender a extensão e a sublimidade da unidade da Igreja. Esse mesmo tema foi abordado por Jesus em sua oração sacerdotal, João 17.

1. A origem das divisões. O “espírito de divisão” não vem do Senhor. As inimizades, contendas, ciúmes, iras, dissensões e facções são obras da carne,

Gl 5: 19-20. Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, 20 idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções.

Tg 3:13-18. Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras. 14 Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. 15 Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca. 16 Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins. 17 A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento. 18 Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz.

2. Resultados das divisões:

a) Criação de grupos na comunidade. As dissen­sões são uma terrível doença no Corpo de Cristo. Em 1 Coríntios 1: 10-13, Paulo faz uma séria advertência quanto à necessidade de unidade na Igreja, criticando os “grupinhos”.

b) Ineficácia do testemunho e da pregação. Sem unidade não há pregação eficiente. Em sua oração sacerdo­tal, Jesus intercedeu pela unidade dos discípulos “para que o mundo creia”, João 17: 21.

É preciso preservar a unidade, pois quem divide a Igreja e incentiva o partidarismo no Corpo de Cristo comete peca­do. Cristo não está dividido, 1 Co 1: 13; Ef 4: 5.

Assim, as igrejas locais não podem ser focos de disputas Internas, como ocorreu em Corinto. Lá havia os que se agrupavam em torno de Cefas (Pedro), de Apolo, e de Paulo. Os que se achavam mais espirituais diziam que não pertenciam a nenhum grupo, mas a Cristo. Todos estavam errados.

II – A CRISE DE SANTIDADE

Santificar significa “tornar sagrado, separado do uso profano para uso exclusivo de Deus”. Quantos crentes ainda não abandonaram a mentira, a maledicência, a fofoca, a murmuração, a crítica destrutiva. Seus lábios são fontes amargas, sua língua está contaminada com o fogo do inferno pronta para despejar palavras torpes e imorais, piadas irreverentes e chacotas com o nome de Deus. O salmista orientou: "Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem enganosamente", SI 34: 13.

A falta de santidade na Igreja tem sido motivo de escân­dalos, tornando-se empecilho ao crescimento do Reino de Deus. Quando não há santificação, a Igreja torna-se desa­creditada. Quem vive no pecado não tem autoridade espiri­tual, At 19: 13-17.

a) O poder sedutor do pecado. Muitas Igrejas estão copiando o mundo, imitando seu falar, seu cantar, seu vestir, seu negociar, seu agir e até seu reagir.

Abriram-se tanto que deixaram de mostrar os perigos de o membro envolver-se com jogos, bebedeiras, farras, danças, namoro escandaloso, infidelidade, fornicação, pornografia, homossexu­alismo e outros pecados.

Assim, por não serem alertados, é possível que pessoas estejam participando de conjuntos, grupos de louvor e até da celebração da ceia, mas sem qual­quer mudança de vida. Muitos apenas ostentam o nome de cristão, mas são mundanos.

b. Recomendações Bíblicas para a santificação. Não é coerente carregar o nome de cristão e viver compro­metido com o pecado:
  • Sem santificação ninguém verá o Senhor, Hb 12: 14;
  • Deus ordena que seu povo se santifique, 1 Pe 1: 15-16;
  • corpo do cristão é templo do Espírito Santo e, por isso, não deve ser entregue ao pecado, Rm 6: 19; 1 Co 6: 19,20;
  • Fomos chamados por Deus para uma vida de santidade, Ef 1: 4; 1 Pe 2: 5.
Há diversos textos no Novo Testamento que fazem ape­los diretos aos leitores para que tenham comportamento adequado à nova vida que desfrutam em Cristo: Ef. 4: 17 a 5: 11; Cl 3: 1-17; 1 Pe. 4: 1-5. Em Efésios 4: 1-3, Paulo reco­menda aos seus leitores que andem “de modo digno da vo­cação” a que foram chamados.

Nenhum veneno é tão mortal quanto uma pessoa dizer-se crente e viver uma vida mundana e compactuada com o pecado. Como a Igreja de hoje precisa de santidade! Sem santidade não há evidência de justificação. Sem santidade não há salvação. A santidade é o caminho da comunhão com o Deus Santo.

III – A CRISE DO COMPROMISSO

Presenciamos um tempo de barateamento da mensagem de Jesus. Pregadores anunciam um evangelho cheio de pro­messas, mas não falam de compromisso com Deus e com a Palavra. Jesus nunca pregou um “evangelho barato” e nem proclamou uma graça sem compromisso. Para vencer este mal que afeta muitas Igrejas, algumas atitudes são necessárias:

1. A Igreja deve resgatar o compromisso de ensi­nar a Palavra de Deus. A Escritura é poderoso instrumen­to para ensinar, repreender, corrigir e instruir em justiça, 2 Tm 3:16,17. A EBD e as reuniões de estudo bíblico nos lares e no templo são importantes para o crescimento cristão.

2. A Igreja precisa levar as famílias a resgatar seus valores. A intensa crise vivida nas famílias tem gerado infidelidade conjugal, filhos rebeldes, insubordinados, insubmissos e irreverentes. Onde a aliança conjugal é quebrada, feridas são abertas, vidas são pisadas, os filhos são machucados. Enfim, a família é ultrajada, a Palavra de Deus é desobe­decida e a Igreja fica debilitada, Ml 2:10-16.

3. A Igreja precisa levar os cristãos a resgatarem a fidelidade na entrega dos dízimos e das contribuições. Todos os homens e mulheres que prosperaram na história bíblica eram dizimistas e ofertantes fiéis a Deus. Foram abençoados não só do ponto de vista espiritual, mas também material. Abraão e Isaque são exemplos, Gn cap. 13,14, 18 a 20. Não se deve reter o que é do Senhor. Quando deixamos de entregar os dízimos, estamos roubando a Deus e trazemos sobre nós a maldição divina, Ml 3: 8, 9.

CONCLUSÃO: Alguém já disse que se um dia encontrarmos uma igreja perfeita não entremos nela, pois a contaminaremos com nossos pecados.

É claro que não há esta igreja perfeita aqui na face da terra, que se encontra marcada pelo pecado. Mas, mesmo em um mundo que tem como tendência natural se afastar dos princípios de Deus, devemos como cristãos lutar para que o corpo de Cristo vença as suas crises, firmado nas promessas do Senhor.

Autor: Pastor Josias.
Sermão concedido pelo irmão Pedro, membro da Igreja Batista de Lajes - RN






Oseias
O amor supera a dor.

Texto Básico: O livro de Oséias.
Texto Devocional: Lc 17.3-4.
Versículo-chave: Os 6.6. Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.

Introdução: Oseías vivenciou na experiência conjugal a mensagem que proclamou. Sua história pessoal ilustrou com profundidade o amor leal que Deus nutre por Seu povo, a despeito da tristeza que a infidelidade produz no coração divino.

A história dessa traição começou 200 anos antes de Oséias, quando o reino de Israel se dividiu e as tribos do norte, rebelando-se contra a aliança com o Senhor, proclamaram sua independência. Fizeram para si um rei – Jeroboão – que não era da linhagem de Davi. E esse novo rei, para evitar as peregrinações ao templo em Jerusalém, instituiu o culto a dois bezerros de ouro, um em Betel e outro em Dã (1 Rs 12.25-30).

O conselho que o rei acatou levou a ruina total: Is 30.1. Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomaram conselho, mas não de mim! E que se cobriram com uma cobertura, mas não do meu Espírito, para acrescentarem pecado a pecado!

Como bola de neve, que vem crescendo à medida que desce a encosta da montanha, assim o pecado da rebeldia foi atraindo outros pecados, de tal forma que nos dias de Oseías a situação tronara-se insustentável. Isto é o oposto em que a palavra do Senhor: Sl 65.4 Como são felizes aqueles que escolhes e trazes a ti, para viverem nos teus átrios! Transbordamos de bênçãos da tua casa, do teu santo templo! Certamente Israel não estava vivendo estas benções.

I – Os caminhos da ruína espiritual.

Nos dias de Oseías os israelitas haviam se tornado prósperos. No trono estava Jeroboão II, filho de uma geração de reis alheios à vontade de Deus: Os 8.4. Eles fizeram reis, mas não por mim; constituíram príncipes, mas eu não o soube; da sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para si, para serem destruídos.

O luxo e a suntuosidade dominaram a mente e o coração do povo. A religião havia se tronado rica na liturgia, mas pobres na teologia. O sincretismo religioso era tolerado e o zelo pela Palavra de Deus era negligenciada.

Os israelitas agiam como “crentes de fim de semana”; gente de vida dupla que reservava o sábado para uma devoção ardorosa e os demais dias da semana para a ganância, os prazeres e até mesmo a idolatria.

Vivemos também hoje em meio a uma sociedade que busca por uma religião acomodada, que alimente as emoções sem restringir os desejos da carne. Mas assim como nos tempos bíblicos, também hoje a religiosidade desacompanhada da integridade é tida aos olhos de Deus como “prostituição espiritual” Os 5.4. Não querem ordenar as suas ações, a fim de voltarem para o seu Deus; porque o espírito da prostituição está no meio deles, e não conhecem o Senhor.

Esta mentalidade está no seio da Igreja do Senhor, muitos confundem visão de Reino com aquilo que Deus pode dar e realizar na vida de alguém. Diferente do que o evangelho nos ensina. 2 Co 4.11-12. E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal. 12 De maneira que em nós opera a morte, mas em vós, a vida.

A dupla personalidade dos israelitas corrompeu-lhes os conceitos de moralidade e espiritualidade. Passaram a viver longe da verdade, do conhecimento de Deus e do amor leal (Os 5.4).

Perderam a capacidade de discernir entre o santo e o profano, entre a virtude e a vergonha, entre a liberdade a libertinagem Os 4.1-2. Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos de Israel, porque o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra, porque não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus na terra. 2 Só prevalecem o perjurar, e o mentir, e o matar, e o furtar, e o adulterar, e há homicídios sobre homicídios.

Deus abomina as declarações de fé que saem de lábios impuros; tão pouco aceita o culto daqueles que consciente e deliberadamente se entregam à imoralidade e carnalidade.

Oseías, não se contendo ao presenciar tantos cultos imponentes e cheios de rituais oferecidos por um povo que descaradamente desprezava os mandamentos do Senhor e a integridade moral, pronunciou uma mensagem de desabafo: “Porque eu quero misericórdia e não sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustosOs 6.6.

II – Os caminhos da ruína moral.

Os efeitos das atitudes daquela sociedade corrompida se fizeram sentir na alma do profeta, e também no seu lar. Oseías experimentou no peito uma amostra da dor que o Senhor sentia por causa da infidelidade de Seu povo.

Há duas interpretações mais aceitáveis para os primeiros versículos de Oseías: “Vai, toma uma mulher de prostituição” (Os 1.2)

1.   Interpretação - Oseías casou-se, por orientação divina, com uma mulher de passado maculado, dando-lhe a oportunidade de um novo recomeço, uma nova vida. Deus talvez estivesse mostrado que o amor pode cancelar o passado, restaurar o presente e modificar o futuro.

2.   Interpretação – Oseías estaria, na verdade, fazendo uma reflexão madura, alguns anos mais tarde, entendendo que Deus o conduziu a esse relacionamento, mesmo sabendo que Gômer (esposa) viria a se torna. Nesse caso, estaria desejando que o profeta compreendesse plenamente o teor de Sua mensagem e do Seu sentimento.

Qualquer que seja a interpretação, o fato é que Oseías passou a vivenciar a mensagem que proclamava. Na infidelidade de sua esposa pôde ilustrar o adultério espiritual dos israelitas com Baal Os 2.8. Ela, pois, não reconhece que eu lhe dei o grão, e o mosto, e o óleo e lhe multipliquei a prata e o ouro, que eles usaram para Baal. O Senhor tratava Israel qual esposa amada.

Os 2.19-20. E desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias. 20 E desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás o Senhor. Mas Israel preferiu buscar os favores e os prazeres de um outro “senhor” (Baal significa senhor, possuidor, marido).
Sim, Oseías sentiu na pele o que se passava no coração de Deus. Percebeu que, assim como Gómer deixou-se seduzir pelas atrações mundanas e pelos benefícios materiais que poderia obter com a leviandade Os 2.5. Pois sua mãe se prostituiu; aquela que os concebeu houve-se torpemente, porque diz: Irei atrás de meus amantes, que me dão o meu pão e a minha água, a minha lã e o meu linho, o meu óleo e as minhas bebidas.

Israel trocou o compromisso com Deus e a pureza da vida espiritual (união com Deus) pelos benefícios materiais oferecidos pelos “amantes satânicos”, os deuses pagãos dos povos ao redor (Os 2.5-9).  

Quem não mantiver o compromisso com o Senhor, terá dificuldade em manterem-se íntegros aos demais compromissos assumidos. O caminho da ruína moral passa pela infidelidade espiritual.

III – Os caminhos da restauração.

Apesar de toda rebeldia, idolatria e imoralidade, Deus não desistiu de amar Seu povo. Israel havia chegado ao “fundo do poço”, se, não fosse o imutável amor divino, já nenhuma esperança restaria para eles Os 13.14. Eu os remirei do poder do inferno e os resgatarei da morte; onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua destruição? Meus olhos não vêem em mim arrependimento algum.

Gômer também chegou ao “fundo do poço”, vendendo-se por favores sexuais, a fim de pagar suas dívidas de boemia.

O profeta, tendo aprendido a amar segundo o amor de Deus, se dispôs a procurá-la e a saldar suas dívidas; resgatou-lhe a liberdade e a trouxe de volta para casa. Gômer perdeu temporariamente os privilégios, mas foi perdoada – “Comprei-a, pois, para mim por quinze peças de prata e um Gômer e meio de cevada; 3 e lhe disse: tu esperarás por mim muitos dias; não te prostituirás, nem serás de outro homem; assim também eu esperarei por ti” (Os 3.2-3).

Deus restaura o caído, movido por Seu intenso amor, mas não negligencia o pecado. Para ocorrer restauração é necessário que haja correção “Deus corrige a quem ama” (Hb 12.6).

A correção de Deus, segundo as palavras do profeta, viria pelos braços da Assíria. As tribos do norte perderiam por muitos tempo a identidade nacional, a pátria e a intimidade com Deus a quem tantas vezes desprezaram. Este seria o preço da infidelidade.

Oseias conclamou o povo ao arrependimento e confiança na promessa que Deus, por Seu imenso amor, haveria de perdoar todo coração sinceramente arrependido Os 14.2. Tende convosco palavras de arrependimento e convertei-vos ao Senhor; dizei-lhe: Perdoa toda iniquidade, aceita o que é bom e, em vez de novilhos, os sacrifícios dos nossos lábios. Ele ilustrou a realidade do perdão divino por meio do perdão exercido em favor de sua esposa. O amor humano triunfou e o amor divino triunfará ainda mais.

O caminho da restauração moral e do reaviva mento espiritual deve passar invariavelmente pelo arrependimento Os 14.4. Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei, porque a minha ira se apartou deles. Como o cedro do Líbano.

Conclusão: A vida de Oseías tornou-se a mensagem. Sua tragédia

espelhou a tragédia de um povo. Por intermédio dele, Deus chama de volta os desviados, oferecendo-lhe misericórdia, perdão e uma nova oportunidade. Oseías trouxe uma oportunidade. Oseías trouxe uma mensagem ousada para seus dias (e ainda é), ofertando graça em lugar de vingança; estendendo a oportunidade de salvação até a mais desprezível criatura.

O ministério de Oseías assemelha-se aos evangelistas de nossos dias, persuadindo os pecadores rebeldes a tornarem-se “filhos pródigos”, voltando ao Pai que, com amor, os aguarda de braços abertos.
















Joel.
O dia do Senhor vem.

Texto Básico: O livro de Joel
Texto Devocional: Joel 2.18-27.
Versículo-chave: Jl 2.12-13. Ainda assim, agora mesmo, diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto. 13 Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.

Introdução: Do profeta, cujo nome significa “o Senhor é Deus” pouco se sabe (1.1), contudo o seu estilo literário, as vivacidades de suas narrativas e as relevâncias do assunto abordado fizeram dele um dos mais fascinantes escritores do Antigo Testamento. A época em que profetizou ainda é incerta, porém boa parte dos estudos acredita ter sido entre a invasão de Israel pelos assírios (722 a.C.) e a conquista de Jerusalém pelos babilônios (587 a.C.).

Suas profecias tiveram como pano de fundo uma catástrofe sem precedentes que, em dias recentes, havia assolados as imediações de Jerusalém – Uma “praga de gafanhotos”. Tais acontecimentos serviram como advertência de uma nova e maior calamidade que afetaria a todos: O dia do Senhor.

I – OUÇA O ALARME

Tocai a Trombeta; ...dai voz de rebate... o Dia do Senhor vem!” Jl 2.1-17.

1.    Um ataque real.

Não se trata de uma explicação alegórica, nem de uma visão apocalíptica (embora exista também essa conotação); as evidências apontam para um ataque real e avassalador do mais temível batalhão da antiguidade – o “exército de gafanhotos” (Jl 2.7-10).

Os enxames de gafanhotos surgiram inexplicavelmente aos bilhões, escurecendo os céus com uma medonha e ensurdecedora nuvem alada, voando a mais de 50 metros de altura. Quando pousavam a terra ficava arrasada; devoravam as lavouras, as pastagens, os pomares, as hortaliças, os jardins e, de sobremesa, comiam as roupas nos varais, artesanatos domésticos e tudo mais que encontrassem pela frente (1.4-7).

Se apenas um enxame causava tamanho estrago e pavor, o que se dirá de uma “praga de gafanhoto”? Na amedrontada descrição de Joel podemos catalogar quarto diferentes variedades de enxames, revezando-se um dia após o outro (1.4): “O que deixou o gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que deixou o migrador, comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou o devorador, comeu-o o gafanhoto destruidor” (1.4).

2.   As possíveis causas

Aquilo que antes fora juízo divino aos egípcios (Êx 10.7), tornou-se então o pesadelo do povo escolhido. Isso despertou no profeta a necedade de refletir sobre as possíveis causas de tamanha tragédia. Conclamou os sacerdotes e o povo a unir-se a ele em jejum e oração (Jl 1.13-14), buscando discernimentos e direção divina. Dessa forma, começou a compreender as razões daquele sinistro episódio, recebendo uma mensagem a ser dirigida tanto a Judá de seus dias como ao futuro e a toda humanidade.

Feliz a Igreja que não precisa esperar por uma calamidade ou tragédia para ser convencida da necessidade de praticar o jejum e a oração!
3.   Um importante alerta.

Neste contexto o profeta faz uma importante alerta: “Tocai a trombeta em Sião, e daí voz rebate no meu santo monte; perturbem-se todos os moradores da terra, porque o Dia do Senhor vem; já está próximo” (Jl 2.1).

Os atalaias, em suas torres de vigia, tocavam as trombetas a fim de alerta o povo de uma localidade quando à aproximação de algum exército inimigo. O “atalaia” Joel anunciou com voz de trombeta: “Vem aí algo pior que os gafanhotos... vem aí o dia do Senhor” Imaginem, irmãos, o impacto que tal advertência deve ter causado na mente e no coração de seus contemporâneos!

A iminência do juízo de Deus nos leva a presenciar atônitos a dois extremos da tolice: de um lodo estão os de coração petrificado, alheios às constantes advertências do SENHOR; de outro lado estão os promotores da histeria religiosa em busca de caminhos mais fáceis para escapar ao juízo. Os piores tolos são os crentes sem ética e inescrupulosos, pois atraem para si mesmo um juízo ainda mais severo.

E o alerta prossegue: “perturbem-se todos os moradores da terra, porque do dia do Senhor vem; já está próximo” (Jl 2.1). E Joel diz ainda: “Sim, grande é o dia do Senhor e meu terrível! Quem o poderá suportar?” (Jl 2.11).

Quando uma atalaia soava o alarme, a prudência mandava que os homens pregassem suas armas para se defender, mas... em se tratando da “ira justa de Deus”. Que arsenal lhe garante proteção? Em sua hipocrisia religiosa, pensavam em conquistar a misericórdia divina rasgando suas vestes e lançando cinzas sobre a cabeça, mas Joel enxerga uma outra saída; provavelmente a única “arma” capaz de protegê-lo nesta difícil situação: o “arrependimento” e a “confissão”. “Converti-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal” (Jl 2.12-13).

Tornou-se popular cantar com triunfo e júbilo sobre “o dia do SENHOR”, mas devemos nos lembrar que nesse dia teremos que prestar contas a Deus por nossos atos. O “dia do SENHOR” é dia de juízo (2 Co 5.10).
As profecias de Joel fizeram dele um tipo de evangelista do Antigo Testamento, apontando para o único caminho que conduz à salvação. Aquilo que nos lábios veio (Jl 2.18-19). Como um alerta (Jl 2.32), tornou-se realidade séculos mais tarde nos ensinos de Paulo (Rm 10.13) e continua sendo verdade em nossos dias: “eis que vem a destruição e o juízo e, a única esperança de salvação está em Cristo Jesus nosso Senhor”.

II – Renove sua esperança.

Jerusalém orgulhava-se por sediar a religião judaica, mas com o tempo essa fé tornou-se inócua e o que era sagrada tronou-se profano.

Deus já não se agradava dos holocaustos e das ofertas rotineiras desprovidas de sinceridade e pureza. “1 Sm 15.22. Porém Samuel disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros”.

O coração dos ofertantes tornara-se reprovável aos olhos do Senhor, e a repreensão veio pelos gafanhotos, retirando-lhe a possibilidade de ofertar e exercitar a religiosidade.

Evaporaram-se as últimas esperanças sob o sol abrasador Jl 1.20 Também todos os animais do campo bramam suspirantes por ti; porque os rios se secaram, e o fogo devorou os pastos do deserto. E tudo isso era apenas um sinal de que algo pior estava por vir (Jl 2.20). E é justamente nesse contexto desesperador que o profeta vê renascer a esperança: “18 Então, o Senhor se mostrou zeloso da sua terra, compadeceu-se do seu povo 19 e, respondendo, lhe disse: Eis que vos envio o cereal, e o vinho, e o óleo, e deles sereis fartos, e vos não entregarei mais ao opróbrio entre as nações Jl 2.18-19”.

O que teria feito o Senhor mudar de ideia? Por certo foi o Seu imenso amor, por força do qual preferiu oferta à redenção em lugar da destruição. Seu prazer não está em punir o malfeitor, mas em restaurá-lo, ainda que para isso, tenha que passar pelo caminho da disciplina. Confiante nesse amor, o profeta procurou animar o povo: “renovem suas esperanças... arrependam-se... e haverá restauração na proporção das bênçãos que tínhamos outrora” (Jl 2.18-27).

A esperança vaticinada por Joel ultrapassou, em muito, os dias daquela geração, prenunciando um glorioso tempo em que choveriam torrencialmente as bênçãos do Senhor (Pentecostes), encharcando os corações dos fiéis com o poder e a plenitude do Espírito (Jl 2.28-32).

O apelo de Joel ainda eco hoje como a única esperança neste mundo em caos: “Convertei-vos a mim” (2.12-17), pois Deus renova a esperança de todo àquele que O invocar com um coração arrependido, prometendo: “restituir-vos-ei” (Jl 2.18-27).
  
III – Prepare-se para o futuro.

No passado Deus estabeleceu alianças com Israel a fim de torná-lo o Reino Messiânico em Testemunho perante as nações, mas Israel rejeitou o governo divino escolhendo outros reis sobre si. Quando enfim cumpriu-se a profecia, os israelitas mataram o Messias, o qual, da cruz, rogou por eles: “Pai, perdoa-lhe, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34). Uma vez mais foi-lhe renovada a oportunidade de abraçarem o Reino Messiânico, com a descida do Espírito e com provas irrefutáveis da ressurreição do Cordeiro de Deus. Ainda assim rejeitaram.

A visão de Joel contempla o surgimento de um novo povo (Igreja), chamado para apregoar e preparar o estabelecimento definitivo do Reino de Deus, cuja membresia, havia de ser composta de “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Jl 2.32).

As revelações de Joel apontam para os seus dias, fazendo da praga de gafanhoto um alerta da chegada iminente de um poderoso exército inimigo vindo norte, que tanto poderia ser um novo enxame de gafanhoto, como um reino militar (talvez uma alusão à Babilônia). Mas suas predições vislumbravam também acontecimento longínquos de muitos séculos à frente, como o dia do Pentecostes à, frente, ainda, o Armagedom.

Para seus contemporâneos, assim como para nós, a mensagem de Joel aplica-se da mesma forma: olhe para os avisos do passado... acerte sua vida com Deus no presente... prepare-se para o encontro com Ele no futuro.

Você está preparado para o “Dia do Senhor”? Está preparado para suportar a oposição e a perseguição previstas para os últimos dias? Está preparado para encontrar-se com Ele perante o Seu tribunal.


Conclusão: “Finalmente, a mensagem de Joel renova a confiança de todo aquele que espera pelo estabelecimento do reino, onde Sua vontade soberana e absoluta será executada na terra, como é feita no céu


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